Como se não bastasse o novo pacote antidemocrático que tem como propósito “endurecer penas dos crimes contra o Estado democrático de Direito” o ministro da Justiça, Flávio Dino, para a felicidade daqueles que adoram colocar pessoas na cadeia – como a pior escória direitista do País e seu braço armado, polícia fascista e assassina -, disse que vai trabalhar duro junto com a Anatel e a Febraban para “desestimular o furto e o roubo de celulares”.
Dino estuda a possibilidade com a Anatel, com as operadores de celulares e com a Febraban para inutilizar celulares roubados, dificultar a receptação, e, assim impedir que os roubos continuem sendo comuns no território nacional. Como funcinará essa medida ainda é uma surpresa. De que tipo de mecanismo estamos falando? Os celulares serão rastreados? Ao relatar o roubo, o aparelho para de funcionar? Enfim, não tem nada esclarecido sobre o que farão.
Em entrevista para os carniceiros de plantão da Globonews, Dino enche a boca para falar: “Estamos conversando com a Anatel – já houve várias reuniões –, com as operadoras e com a Febraban para dificultar a receptação e o uso de celulares furtados ou roubados”, afirmou Dino. Esse trecho da entrevista colocado pela imprensa burguesa na sua rede social no Twitter, gerou uma série de comentários em favor da tomada de decisão do ministro.
Não dá para saber direito se quem comenta e comemora a medida na rede social é da esquerda “chave de cadeia” ou um bolsonarista autêntico, do tipo “bandido bom é bandido morto”. Mas uma coisa é certa: é um show de horrores. A atitude de um ministro da Justiça – que se diz progressista – de colocar vários órgãos de repressãoo para perseguir ladrões de celulares, é ridicula. Pelo que a gente conhece da polícia, esse pode ser o novo “kit flagrante” dos agentes, para colocar qualquer um na prisão.
Punição, cadeia e repressão é a política tradicional explorada pela extrema-direita, que a usa apenas como pretexto para reforçar o poder punitivo do estado. Vindo de um ministério com as características persecutórias de Dino e envolvendo os grupos mencionados, além de não mudar nada no flagelo social responsável pela criminalidade, pode muito bem colocar a população contra o governo Lula, abastecendo a propaganda de que o governo é uma ditadura e inimigo das liberdades democráticas. Do outro lado temos, as prisões brasileiras e uma das maiores populações carcerárias do planeta.
Fosse Flávio Dino minimamente progressista ou estivesse ligado a interesses preocupados com a situação infernal das cadeias no Brasil, seu último objetivo seria aumentar penas, ou tentar multiplicar o número de pessoas em situação de privação de sua liberdade no País dentro desses verdadeiros infernos na terra. As condições dessas masmorras não são segredo para absolutamente ninguém, mas são ainda mais marcantes (no pior sentido possível do termo) a que tem acesso às famílias, bairros e lugares mais pobres do país. São milhares de vidas amontoadas em circunstâncias desumanas, horríveis e infernais.