Faixas pedindo o fim da tutela militar e a liberdade para José Rainha, dezenas de pessoas correndo para serem as primeiras a se credenciar e Antônio Carlos Silva gravando o programa Resumo do Dia diretamente da Quadra dos Bancários. Foi assim, com muita agitação, que aconteceram os preparativos para a 3ª Conferência Nacional dos Comitês de Luta, que terá sua abertura oficial na manhã de hoje (10).
A equipe do Diário Causa Operária acompanhou desde o início da tarde a movimentação na Quadra dos Bancários. Nilsa Ramos, do Pontal do Paraná, foi uma das primeiras a chegar:
“Participo do Comitê Lula Presidente, do Pontal do Paraná, e do Comitê de Resistência Carijós, de Paranaguá, onde atuam os companheiros Emmanuel, Féris, Esmeralda e muitos outros. No comitê, a gente tem trabalhado com a população local, panfletando, conversando com o pessoal”.
Ao ser perguntada sobre as expectativas para a Conferência, a companheira afirmou que:
“A importância, para mim, é essa socialização que a gente está fazendo aqui. Os companheiros conversando, todo mundo se conhecendo, a gente trocando bastante informação… É muito importante até para que depois possamos explicar para a população o que está acontecendo, o porquê de as coisas estarem dessa forma… É importante para que a gente possa entender, por exemplo, que o governo Lula não é um governo pró-imperialista, que ele foi obrigado a trabalhar com essa frente ampla, com esses ministros direitistas, mas que a gente vê que ele tem reagido bastante contra o imperialismo norte-americano, mas que tem enfrentado bastante resistência dos ministros.
Inclusive, agora, com essa descoberta do petróleo na Foz do Rio Amazonas, a gente vê a ministra do meio Ambiente não querendo que a gente explore o petróleo. E daí já vem aquela pergunta: qual país que nega a exploração de petróleo? Num país como o Brasil, que tem tanta miséria, tanto desemprego, a gente não consegue entender realmente essa irresponsabilidade de uma ministra.
Mas a gente espera uma reação forte do presidente, que diga ‘não, eu que mando aqui’ e explore o petróleo.
A nossa expectativa a é essa, de compartilhar as informações, de participar das mesas temáticas. Estou dividida entre participar da Mesa sobre a Luta pela Terra e a Mesa sobre Economia. Eu espero que essa Conferência traga uma união da esquerda entre sindicatos, entre comitês de luta e até partidos políticos. Todo mundo está querendo sair às ruas”.
Integrando a equipe do credenciamento, a companheira Julia Scalvenzi nos resumiu como foram os trabalhos da sexta-feira:
“Hoje foi um dia muito bom, já chegou muita gente, apesar de as caravanas estarem chegando amanhã. Já chegou gente do Amapá, do Rio de Janeiro, de Minas, do Paraná… A gente está aqui trabalhando para fazer a entrada do pessoal o mais tranquilo possível e esperamos que seja uma grande conferência”. Ainda dá tempo de se inscrever? “Com certeza. Se a pessoa quiser fazer a inscrição diretamente, pode fazer, não tem problema nenhum”.
Os companheiros da Loja do PCO também fizeram questão de chegar cedo, montando logo a sua banca. Com canecas de Karl Marx, camisas de Che Guevara e várias edições do Dossiê Causa Operária, os companheiros ficarão durante todo o evento.
À nossa equipe, Francisco Weiss falou um pouco sobre uma nova publicação do Partido da Causa Operária, que estará sendo vendida na banca:
“A revista Textos , que será uma revista mensal de teoria do PCO, tem no seu primeiro exemplar a capa com o título “Como Getúlio, Lula volta nos braços do povo. Essa edição você encontra aqui, na banca do PCO na Conferência”.
A abertura oficial está prevista para 11h de hoje. Às 11h30, terá início a primeira mesa temática, que tratará da luta pela terra.
Mais de mil pessoas são esperadas para o evento hoje. Entre elas, companheiros das ocupações de São Paulo e caravanas do Nordeste, do Mato Grosso do Sul, do Paraná, de Santa Catarina e Brasília.