A revista americana Forbes anualmente ranqueia as pessoas mais ricas do mundo. A informação é um deboche, contudo é relevante no que diz respeito à desigualdade social e a análise da própria decadência do capitalismo. Nem os jornais burgueses conseguem esconder a crítica situação econômica de desigualdade do mundo, visto que é patente a crise social.
Segundo a Forbes, em 2022, existem 2.640 bilionários no mundo, que de fato até perderam dinheiro, visto a própria crise econômica. Porém, esses não deixaram de concentrar a riqueza global. Segundo levantamento divulgado no dia 05 de abril, os 25 maiores bilionários do mundo concentram nada menos que US$ 2,1 trilhões, o equivalente a R$ 10,7 trilhões. Esse valor é maior do que todos os bens e serviços gerados pelo Brasil no ano passado, visto que o Produto Interno Bruto (PIB) do país foi de R$ 9,9 trilhões. Para se ter uma ideia da calamidade, o PIB dos 5 maiores países do continente africano – Nigéria, Egito, África do Sul, Algéria e Marrocos – é de R$ 8,84 trilhões. Uma hecatombe social sem precedentes na história moderna.
Outro ponto que salta aos olhos no levantamento é que a França atravessa um período de crises, com um arrocho nunca visto, e o governo Macron atacando a população. É exatamente agora que o homem e a mulher mais rica do mundo são franceses. Bernard Arnault, dono das grifes de luxo Louis Vuitton e Sephora, dentre outras marcas, lidera o ranking com uma fortuna de US$ 211 bilhões, ou R$ 1.1 trilhões. Já Françoise Bettencourt Meyers, herdeira do grupo L’Oréal, possui um patrimônio de US$ 80,5 bilhões, ou R$ 418,6 bilhões. Apenas os dois juntos representam mais de 10% do PIB anual francês.
Os Estados Unidos, que têm o maior PIB do planeta, chegando aos US$ 25 trilhões, possui 735 bilionários. Somando o dinheiro destes chega-se à quantia de US$ 4,5 trilhões, ou seja, quase um quinto do PIB americano. Uma foto escancarada da crise em um país que boa parte da população já enfrenta problemas de moradia, alimentação e saúde.
Vicky Safra, viúva e herdeira do banqueiro Joseph Safra, que faleceu em 2020, é hoje considerada a mulher bilionária do país. Possui uma fortuna estimada em US$ 16,7 bilhões, em reais R$ 86 bilhões. A herdeira do banco safra possui quase 1% do PIB nacional. Isto ocorre em um país onde sabe-se que mais de 40 milhões de pessoas sobrevivem na miséria. A produção nacional está sendo liquidada e os bancos tendo lucros exorbitantes. É a real cena do inferno para a população brasileira.
Nunca o mundo produziu tanto e também nunca houve tanta desigualdade. O capitalismo virou um sistema improdutivo e boa parte desta riqueza também é especulativa. O levantamento da Forbes é a prova cabal da fase terminal deste sistema econômico que necessita ser superado. Os trabalhadores nem trabalho mais possuem, e quando o possuem são semi escravos. Trabalha-se e, condições subumanas, vivendo apenas para comer e dormir.
É necessária uma organização dos trabalhadores para que diante dessa crise se organizem pela derrubada dessa ditadura que assola o mundo. Os donos dessa riqueza, os trabalhadores, não usufruem dela. Produzem para que os parasitas encham-se de orgulho por algo que nunca produziram. A história nos diz que chegamos a um ponto de inflexão. Organizados, chegaremos às mudanças históricas para o socialismo, e tamanho descalabro ficará apenas narrado nos livros de história.