Em 9 de outubro, os camponeses do Movimento de Lutas (MPL) bloquearam uma rodovia na cidade de Naviraí, no Estado de Mato Grosso do Sul (MS). Segundo eles, o bloqueio é uma reação à atitude dos latifundiários da fazenda Concordia de envenenarem a água do rio onde vivem os camponeses do acampamento São João Maria.
Os camponeses reivindicaram um caminhão-pipa e denunciaram os crimes cometidos pelo latifúndio local.
Durante o movimento reivindicatório, houve uma tentativa de represália por parte do capataz da fazenda, mas os camponeses resistiram, expulsando-o.
Como resultado da luta, a reivindicação foi atendida e o Acampamento São João Maria recebeu um caminhão-pipa para abastecer as famílias.
Essa é apenas uma das diversas humilhações e truculências que os trabalhadores do campo sofrem dia-a-dia em todas as partes do Brasil, fundamentalmente nas regiões periféricas brasileiras.
O latifúndio, enquanto sistema constituído de propriedades agrícolas privadas e improdutivas, é o maior inimigo dos trabalhadores rurais e dos indígenas. Para colocar abaixo esse sistema, é preciso que a população apoie a luta dos camponeses, dos indígenas e dos sem-terra e sua mobilização. Por isso, é importante compreender que, diferentemente do que a mídia corporativa propaga, ocupações e bloqueios simbolizam um meio de luta e resistência aos desmandos e violências dos latifundiários contra o povo pobre e explorado pelo sistema capitalista. Enquanto o latifúndio tem a polícia, a pistolagem e o Direito burguês como aliados, os camponeses, por sua vez, têm a luta como forma de mudar o seu destino e conquistar os seus direitos à terra.