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Imperialismo

Campanha contra o Hamas, campanha nazista

Coluna no Estado de S. Paulo abertamente prega a limpeza étnica da Palestina, e o esmagamento de toda sua população

No dia 23 de outubro, última segunda-feira, O Estado de S. Paulo publicou nova coluna em seu sítio atacando a resistência palestina. Intitulada “Hamas”, de autoria do professor de filosofia e acadêmico Denis Lerrer Rosenfield, o artigo se destina ao avanço da campanha contra a esquerda nacional e o povo palestino. Apontando suposta hipocrisia na esquerda, o autor passa então a uma defesa aberta do governo nazissionista de “Israel”.

“A desinformação propagada pelo governo Lula, pelo PT e por seus satélites […] exige que se faça o esclarecimento do significado de certas palavras, sob pena de afundarmos no abismo moral. […] As palavras perdem o seu significado e são substituídas pela irrupção disfarçada da maldade.”

Como o próprio coloca, aborda o tema por um ângulo moral, ou seja, subjetivista, de modo a não correr o risco de cair na realidade concreta que denuncia gravemente o genocídio perpetrado pelo sionismo. Uma colocação vazia que introduz um texto de argumentos rasos. Vamos a eles:

“O ataque do Hamas a Israel foi um ato inequívoco de terror. Visados foram bebês […] Tais atos se inscrevem na história humana da maldade, cujos antecedentes recentes são o Isis (Estado Islâmico) e as ações nazistas conduzidas pela SS.”

O “ataque” do Hamas a “Israel” teria sido um ato de terror. No entanto, o estabelecimento de um verdadeiro campo de concentração em Gaza, isso já não serve para nada. O que vale é apenas o “ataque” palestino contra aqueles que usurparam a terra a soldo do imperialismo para estabelecer uma base militar que ameaça todo o Oriente Médio. À ocupação de política abertamente supremacista racial, religiosa e genocida não destina a palavra “terrorismo”. Ao tipo de suplício que atinge o povo palestino, à revolta contra ele, o capacho imperialista busca impor limites morais. Mas são justamente os nazistas e o Isis expressões do imperialismo: um do imperialismo alemão, o outro do imperialismo de EUA e União Europeia, da política de desestabilização do Oriente Médio. O mesmo caso de “Israel”.

“Os que não condenam o Hamas supostamente com o intuito de garantir a neutralidade do País, a exemplo das notas vergonhosas do Itamaraty e de membros do governo, esquecem um fator central: o Hamas não defende a solução de dois Estados, Israel e Palestina. Defende, sim, um único Estado […] O Hamas não representa os interesses dos palestinos. Tal função é exercida pela Autoridade Palestina, que desfruta de reconhecimento internacional. A Justiça encontra-se na criação de dois Estados, sem que o terror seja utilizado para destruir o outro, como é pregado pelo Hamas, desde a sua fundação.”

A posição de dois Estados, de fato, é um erro. Não é uma proposta real, e serve para manter os palestinos numa situação de absoluta precariedade e dominação militar. Se trata de um engodo. A solução do conflito perpassa necessariamente pela criação de um único Estado palestino, laico, que abarque todos os povos no território e acabe com o controle imperialista.

O Hamas, diferente do que coloca o autor, representa, sim, o povo palestino. Na última eleição realizada na Palestina, em 2006, o Hamas ganhou o pleito. A partir daí, a realização de novas eleições não foi permitida. A Autoridade Palestina é um instrumento do imperialismo para o controle da região. Prova disso é a exaltação do articulista do Estado destinada à entidade.

O artigo do órgão burguês ainda condena o que seriam métodos violentos na luta de libertação. Não menciona, porém, a Grande Marcha pelo Retorno, realizada em 2018, em Gaza. Uma série de protestos pacíficos se defrontaram não apenas com bombas de gás (aparentemente mais intensas que o comum), mas com tiros de fuzil de franco-atiradores, execuções a esmo por parte das forças sionistas. Será que tal acontecimento seria caracterizado como terrorismo pelo colunista do Estado?

“Sim, Gaza é um campo de concentração criado, administrado e supervisionado pelo Hamas, que exerce a sua autodeterminação, uma vez que Israel desocupou o seu território. É essa organização terrorista que desvia recursos de saúde, emprego, educação e saneamento para a construção de túneis subterrâneos, compra e manufatura de foguetes, mísseis e armamentos. Oprime mulheres e reprime e assassina homossexuais. Nos túneis fica o exército terrorista, acima fica a população civil servindo de escudo humano. Eis por que o Hamas procura impedir o deslocamento da população civil.”

Ora, que beleza. Um campo de concentração não é um campo de concentração caso se mantenha apenas a cerca. Faz completo sentido! A imprensa burguesa, frente à realidade que se impõe, vai constantemente ao ridículo para sustentar suas posições. Tudo o que entra em Gaza, desde recursos hospitalares, a comida e até a água é determinado por “Israel”. O que o autor aponta como “recursos” é uma completa fraude. A economia de Gaza, e da Palestina como um todo, não é permitido desenvolvê-la pela ocupação sionista. A “violência contra mulheres e homossexuais” já se tornou um jargão nas páginas dos órgãos venais da imprensa imperialista quando se trata de atacar países e povos naquela região, mais uma farsa que nunca é demonstrada.

O assassinato de milhares de civis, incluindo milhares de crianças, para o artigo no Estado, é perfeitamente justificável. Ora, são escudos humanos! Quando os EUA passaram pelo Iraque bombardeando a esmo, deviam ser escudos humanos também, e que dizer do Afeganistão, Líbia? Todos os civis mortos pelas forças imperialistas são escudos humanos, aparentemente, desde as vítimas dos soldados dos EUA, às vítimas nas favelas e periferias brasileiras.

O deslocamento civil é outro ponto. O objetivo de “Israel” é operar uma limpeza étnica na Palestina, retirar todos os palestinos e colonizar seu território. O fato dos habitantes da região defenderem suas terras agora é uma conspiração do Hamas, não uma resistência à dominação imperialista. Outra farsa.

Alguns outros pontos são apresentados pelo autor, mas repetem questões anteriores. Porém, vale um breve comentário sobre a conclusão do artigo no Estado:

Epílogo. E o destino dos reféns, aterrorizados?”

Sabemos que ele fala dos “israelenses”. Mas espere um pouco. Se “Israel” domina a região através da força, quantos reféns palestinos estão hoje aprisionados nos centros de tortura sionistas?  Já são mais de 10 mil. O autor do artigo e o órgão que o veicula adotam a defesa de uma política abertamente supremacista racial, genocida, nazista. E a história lhes dará o mesmo destino.

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