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Próximo ao fim do prazo

Câmara dos EUA aprova suspensão do teto da dívida

Realizada próxima do prazo final, e com forte divisão interna na Câmara dos Deputados, a aprovação do projeto de lei que suspende o teto expõe a crise por que passa os EUA

Nesta quarta-feira (31), a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou projeto de lei suspendendo do teto da dívida pública norte americana, que totaliza o montante de US$ 31,4 trilhões (cerca de R$ 158 trilhões). Uma vez aprovado, o projeto foi remetido ao Senado, onde será submetido a outra votação. A expectativa é que ele seja igualmente aprovado e se torne lei até segunda-feira (5), data em que governo ficaria inadimplente.

O chamado teto da dívida corresponde a um limite relativo à quantia de dinheiro que o governo federal pode pegar emprestado para pagar suas dívidas. Por conseguinte, ao suspendê-lo, é possível ao governo pegar mais dinheiro empresta a fim de evitar a inadimplência.

Dívida dos EUA é um esquema de pirâmide

Com a aprovação do projeto de lei, o teto da dívida ficará suspenso até 2025, após a próxima eleição presidencial. Assim, o governo Biden pode respirar aliviado momentaneamente, pois não terá que se preocupar, por ora, com a possibilidade de os EUA darem um calote nos credores da dívida pública. Tendo em vista a dolarização da economia mundial, imposta pela ditadura imperialista dos Estados Unidos, um calote não prejudicaria apenas a economia interna do país, mas geraria uma reação em cadeia desestabilizando todo o mercado mundial, em especial o financeiro.

Contudo, a aprovação não se deu de maneira tranquila. Ela foi precedida de longas e reiteradas negociações entre o presidente Joe Biden e o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy.

Membro do Partido Republicano, que detém maioria na Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy foi criticado por políticos do Partido Democrata, que o acusaram de adiar ao máximo a solução do impasse para poder impor ao governo federal mudanças de seu interesse e do interesse dos republicanos, no que diz respeito ao gasto do orçamento.

De fato, o adiamento ao máximo da votação do teto da dívida, deixando o governo próximo da data de inadimplência, obrigou Joe Biden e os democratas a cederem mais do que gostariam de ter cedido.

O ponto central da disputa foi o gasto com programas domésticos tais como os voltados a pesquisas científicas e a assistência social. Por um lado, o governo não queria abrir mão deste ponto, pois sabe que poderia prejudicar mais ainda seu índice de aprovação perante a população norte americana. Do outro lado, McCarthy e o Partido Republicano buscavam a redução do investimento federal em tais programas, de forma que uma parte maior do orçamento fosse voltada à assistência aos veteranos e ao complexo militar. Caso fossem bem sucedidos, a redução representaria um corte de 8 a 12% no investimento.

O governo acabou tendo que ceder, e, conforme acordado, a alocação direta de recursos do governo federal para esses programas será reduzida conforme a inflação. A fim de mitigar esse revés, parte do acordo permite que o governo realoque recursos de outras áreas para o mencionados programas de assistência.

Outro ponto votado pela Câmara dos Deputados para aprovar a suspensão do teto foi o estabelecimento de requisitos adicionais para que a população usufrua de vale alimentação e benefícios assistenciais.

Com as negociações, a aprovação do projeto se deu por 314 a favor e 117 contra, deixando clara a divisão interna da burguesia imperialista norte americana. Inclusive, dos 117 que votaram contra, 46 foram democratas, enquanto que 71 foram republicanos. De forma que Joe Biden encontra significativa oposição dentro de seu próprio partido.

A divisão no seio da classe dominante imperialista é uma consequência da crise econômica e política por qual passa o imperialismo. Há alguns meses, houve uma série de falências de bancos regionais norte americanos, por falta de liquidez em pagar a dívida de seus credores. A crise ultrapassou o território nacional e atingiu também a Europa. Originou-se de uma política de aumento de juros, a qual foi desatada para combater a crescente inflação norte americana. A inflação, por sua vez, é decorrente, em especial, das frustradas sanções que os EUA impôs à Rússia.

Colapso dos bancos: a morte dos parasitas nos EUA

Vê-se, portanto, que o coração do imperialismo está em uma espiral de crise da qual não consegue se desvencilhar. O impasse a respeito do teto da dívida configura mais uma das crises no seio do imperialismo, pois expõe ao mundo inteiro que os Estados Unidos estão endividados até alma, e não possui dinheiro o suficiente para pagar todos seus credores, deixando claro o caráter artificial e especulativo da economia mundial.

Nesse cenário, o que o imperialismo consegue, na melhor das hipóteses, é realizar acordos momentâneos para evitar uma catástrofe iminente.

Contudo, tais soluções paliativas servem apenas para adiar o inevitável colapso do imperialismo e, por conseguinte, do capitalismo a nível mundial. Assim, a crise econômica nos EUA e a divisão interna na burguesia americana devem ser acompanhadas com atenção, pois não tardarão a surgir novas crises, as quais deverão ser aproveitadas pela classe operária e sua vanguarda no sentido de fazer avançar a luta de classes.

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