No próximo mês completam-se sete meses do governo Lula e, logo em seguida, doze dias da sua posse, elevou ao status de presidenta na direção da Caixa Econômica Federal uma representante direta dos trabalhadores, a sindicalista Rita Serrano, que assumiu a direção da única instituição financeira brasileira 100% pública.
A Caixa nos últimos quatro anos, no governo Bolsonaro, os trabalhadores comeram o pão que o diabo amassou, além, é claro, de um ataque sem precedentes à empresa onde o governo anterior entregou para os capitalistas, nacionais e internacionais, diversas subsidiárias do banco, como a Caixa Seguridade e Loterias.
Uma das questões que tem provocado uma grande insatisfação dos funcionários é a permanência de um grande contingente de bolsonaristas que continuam a ocupar altos cargos dentro do banco. Logicamente que a permanência desse setor reacionário dentro da empresa tem pressionado a presidência do banco em permanecer com a política de ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores bancários da Caixa.
Um dos indicativos da pressão exercida pelos bolsonaristas foi à negativa da direção do banco, na última mesa de negociação com representantes das entidades sindicais, realizada no dia 27 de junho, em não apresentar respostas favoráveis aos trabalhadores no que tange às reivindicações dos Caixas Executivos, Tesoureiros e Avaliadores de Penhor, sobre a questão do Caixa Minuto, questão essa que liquida com a efetivação das respectivas funções, ou seja, a gratificação que antes era exercida o mês todo, com reflexos na sua carreira, como, por exemplo, na sua aposentadoria, no caixa minuto o funcionário só recebe naquele dia ou horas trabalhadas, conforme a demanda da sua dependência.
Outra questão, sem resposta do banco, diz respeito à redução da jornada de trabalho para seis horas dos tesoureiros sem redução salarial. A jornada de trabalho de 30 horas semanais da categoria bancária foi conquistada há 90 anos (1933) através de muitas lutas e o banco continua sacrificando esses funcionários, sendo que é uma conquista regulamentada em lei, e o banco insiste em superexplorar os trabalhadores.
Nesse sentido, já que a direção do banco não avança em relação às demandas dos trabalhadores, depois de diversas negociações, cabe às direções sindicais organizar a mobilização dos trabalhadores da Caixa no sentido de dar uma resposta à intransigência da direção da empresa através dos métodos tradicionais da classe trabalhadora: greves, ocupações, piquetes, etc., e criar comitês de luta em cada local de trabalho para organizar a luta.