A reforma judicial proposta pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi suspensa na última segunda-feira após os protestos que ocorreram contra a medida, nos últimos dias.
Os protestos que encheram as ruas, segundo a imprensa estrangeira, mais de 100 mil manifestantes, foram provavelmente impulsionados pelas forças imperialistas, tendo em vista que o que está em questão é justamente o maior controle da burguesia imperialista, representada pela Suprema Corte, sobre a sociedade israelense.
Netanyahu, que voltou ao poder apoiado por uma colisão de extrema-direita, ancorado portanto em camadas ultra ortodoxas da sociedade israelense ou seja mais ideologicamente ligadas à religião do que à política imperialista, reclama que o parlamento tenha independência nas suas decisões, sem que precise passar por uma aprovação da Suprema Corte.
Hoje a Suprema Corte israelense tem o poder de revisar as leis aprovadas no parlamento, fazendo as vezes de um senado no Brasil, já que em Israel só existe uma casa parlamentar.
Além disso, o pacote do primeiro ministro também propõe que o parlamento tenha um maior controle sobre as próprias decisões da Suprema Corte e que essas possam ser rejeitadas por uma decisão de maioria simples entre os parlamentares.
Os críticos da proposta de Netanyahu, dentre eles vários juízes, dizem que a medida acabaria com a ” democracia ” no país e como não poderia deixar de ser apontam os direitos humanos e destacadamente os direitos das “pessoas LGBTQIA+” como os mais prejudicados caso o controle sobre as leis e decisões judiciais fique nas mãos da maioria religiosa que compõe o governo.No entanto é preciso destacar a hipocrisia desse argumento pois o estado de Israel já não respeita os direitos humanos há muito tempo, avança sem trégua contra o território do povo palestino e violenta o povo árabe com a maior truculência possível.
Na realidade o que está em jogo nessa briga não são os direitos humanos de ninguém mas sim o maior ou menor controle do sistema político israelense pela burguesia local ou imperialista.
Nessa briga, o povo palestino e a classe trabalhadora como um todo deve ficar ao lado da briga, e se organizar de forma independente para conseguir avançar diante de uma burguesia mais enfraquecida.