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Balanço e perspectivas

BRICS: a formação de um bloco político contra o imperialismo

Evento realizado na África do Sul indica a tendência mundial à polarização, com formação de bloco para contrastar com o G7 imperialista

Na última semana, entre os dias 13 e 15, foi realizada a 15ª Cúpula dos BRICS, em Joanesburgo, África do Sul. O evento internacional é um dos mais importantes do ano e reuniu os principais países em desenvolvimento e que não pertencem ao grupo do imperialismo. Ao término da Cúpula, foram acrescentados novos países para compor o bloco do BRICS: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

Os novos integrantes do bloco são todos países do hemisfério sul: da região oriental da África, do Oriente Médio e da América do Sul. Uma expansão significativa e que conta com vários outros países aliados, que também participaram do evento como Cuba e Venezuela. A Cúpula deve ser analisada como uma tentativa de se formar um bloco político e potencialmente um bloco militar, além, é claro, de uma relação econômica entre esses países. O objetivo é o de formar um bloco que contraste com o bloco do imperialismo, o G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá).

Outro elemento importante para compreender a importância do bloco é a questão do petróleo. No caso dos países do Oriente Médio, é evidente a aliança entre os principais donos de petróleo do mundo. Irã, Arábia Saudita, Egito e Emirados Árabes são também países chave no confronto global contra o imperialismo. A Arábia deu vários passos no sentido de se afastar dos Estados Unidos, como o acordo feito com o Irã, que era seu pior inimigo, ainda nesse ano. O deslocamento desses países modifica o quadro político naquela região. São as principais potências do Oriente Médio e que estão dando um passo para o isolamento com relação aos Estados Unidos e o imperialismo.

O petróleo é uma importantíssima arma política. Há uma operação para criar um forte cartel de países relativamente poderosos, que tem como arma fundamental o petróleo. Os países que já integravam o BRICS também são exemplo disso. O caso da Rússia é emblemático, neste sentido. Após o fim da União Soviética, a Rússia passou por um processo de desindustrialização e de forte retrocesso econômico e, mesmo assim, hoje em é uma das maiores economias do mundo. O que explica essa importância econômica é justamente a abundância de petróleo e o gás.

No caso da Etiópia, o que está em jogo é essa mesma região. O leste da África fica muito próximo do Oriente Médio, é a região rica em petróleo. A própria Etiópia e os países africanos da região passam por um período de grande convulsão política. Uma região ainda mais tumultuada do que a região do Níger. A Rússia investe pesadamente nessa região, por um esforço de dominar o petróleo. Há o Sudão e o Sudão do Sul, que possuem muito petróleo. A situação do Egito é muito parecida.

Já a Argentina, não é exatamente o petróleo o fator decisivo, mas sim a influência dos países sul-americanos, que evidencia a tendência de formação em bloco dos países do hemisfério sul. A América do Sul é uma região estratégica e importante para o imperialismo e a Argentina é o segundo país mais importante do continente. 

O imperialismo e a imprensa contra o bloco

No Brasil, a imprensa golpista estabeleceu uma visão de que a Cúpula dos BRICS não teria grande valor, com os países agindo como total coadjuvantes, sendo, no fim, todos cooptados pela China para ampliar sua esfera de influência nos países africanos. O que é difícil de justificar, visto que não entraram tantos países da África, mas sim do Oriente Médio, principalmente. Para a imprensa da burguesia, é como se Brasil, Índia e África do Sul não tivessem feito nada de significativo. Como se ninguém tivesse compreendido os interesses de Putin. E que tudo seria uma grande jogada da China.

Alguns setores da esquerda entram nesta mesma análise, desconsiderando a importância política do evento. Outros partidos sequer publicaram algo sobre o principal evento da semana e um dos mais importantes do ano.

O imperialismo procura perpetuar uma política contra a China. Como se o país fosse um grande vilão que quer dominar o comércio mundial. E isso se dá justamente porque a China se destaca como uma potência mundial, mas que ainda possui um entrave muito grande por conta do imperialismo. O objetivo da imprensa é repercutir essa posição contra os chineses e descaracterizar o evento como um importante ato contra o imperialismo.

No entanto, o encontro dos BRICS colocam em evidência a tendência mundial à polarização política. São os principais países fora do bloco imperialista, se juntando em um bloco próprio e independente. É a luta de classes expressa através do atrito entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, entre exploradores e oprimidos. A formação do bloco é a radicalização da política mundial, uma afronta à histórica dominação dos países imperialistas sobre o mundo todo.

Não há dúvida alguma de que os países dos BRICS decidiram dar um passo adiante no sentido de criar um polo político mundial, se contrapondo ao imperialismo. É papel de um partido revolucionário, dos comunistas e dos que defendem os trabalhadores, apoiar o bloco dos BRICS em todas as iniciativas que sejam verdadeiramente contra o domínio imperialista.

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