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Futebol sul-americano

Brasileiros dominam semifinais da Libertadores

A partir do momento que os brasileiros começaram a levar a sério a Libertadores, a dominação virou total na competição continental

Seguindo a tendência dos últimos anos, o futebol brasileiro está totalmente dominante no continente sul-americano, reafirmando sua superioridade em relação aos outros países da região. Os três nacionais times que disputavam as quartas-de-final da Libertadores — Internacional, Palmeiras e Fluminense — passaram com relativa facilidade para as semifinais da principal competição do continente.

No Estádio Hernando Siles, na altitude de La Paz (Bolívia), o Internacional venceu o Bolívar por 1 x 0, com gol logo no início do primeiro tempo do equatoriano Enner Valencia — atual destaque do time gaúcho e da forte Seleção Equatoriana. Valencia já havia demonstrado seu valor na Copa do Mundo da Catar, sendo um dos melhores atacantes da competição apesar da eliminação precoce do time nacional. Depois do gol contra o Bolívar, o clube gaúcho, fora de casa, apenas administrou a magra vitória, enquanto o time boliviano chegava, mas não conseguia se impor.

Já em Porto Alegre, no Estádio Beira-Rio, Valencia brilhou novamente, marcando os dois gols da vitória, deixando o placar agregado em 3 x 0. E ainda teve um gol anulado por impedimento. O Internacional dominou totalmente o jogo e passou fácil. Agora, nas semifinais, enfrentará outro brasileiro, o Fluminense.

O Tricolor do Rio de Janeiro, treinado pelo atual técnico da Seleção Brasileira, Fernando Diniz, um dos melhores da atualidade, também passou com facilidade. Na ida, no Maracanã, o Flu venceu o Olimpia do Paraguai por 2 x 0. Os gols foram de André, um jovem prodígio e um dos melhores meio-campistas atualmente, recém convocado para vestir a Amarelinha, e do argentino German Cano, o goleador mundial em 2023.

No jogo da volta, no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção (Paraguai), outro baile do time de Diniz, que venceu o clube paraguaio por 3 x 1, com gols do jovem atacante John Kennedy e novamente de Cano (dois). Importante destacar que a vitória acachapante fora de casa ocorreu contra o clube que eliminou o poderoso Flamengo da Copa Libertadores. Com o melhor elenco do Brasil, o Rubro-negro está sendo destruído por mais um técnico estrangeiro, o argentino Jorge Sampaoli, impedindo a realização inédita de um Fla x Flu na Libertadores. Por outro lado, o brasileiro Diniz ensina como se monta um time vencedor que joga bonito.

Ademais, os casos de Valencia e Cano demonstram uma nova realidade do futebol brasileiro. Com o êxodo gigantesco de craques brasileiros para outros times do mundo, alguns dos melhores jogadores sul-americanos estão sendo contratados para jogar no melhor futebol do continente. Assim, jogam no Brasil jogadores do nível de Cano, Valencia, De Arrascaeta, Victor Cuesta, Gustavo Gomez, etc.

Com um time com jogadores como o paraguaio Gomez e o uruguaio Piquerez, somado por outros nove brasileiros de altíssimo nível técnico, o Palmeiras venceu o colombiano Deportivo Pereira no Estádio Hernán Ramírez Villegas, na Colômbia, por 4 x 0 — gols de Raphael Veiga, Marcos Rocha, Rony e Mayke. A goleada fora de casa reforçou o favoritismo do clube paulista na competição. Na volta, em São Paulo, o Alviverde apenas administrou o resultado, ficando no 0 x 0 e classificando-se para as semifinais da competição, para enfrentar o único não-brasileiro restante, o argentino Boca Juniors.

Com 75% dos times das semifinais da Libertadores, aumentam consideravelmente as chances de um clube brasileiro ser novamente campeão da competição. Basta ver se a Conmebol vai deixar isso acontecer… Se um dos brasileiros for campeão, será o cinco título consecutivo para um time nacional. Desde a vitória do Flamengo em 2019, apenas o próprio clube carioca e o Palmeiras conquistaram a competição, alternando-se nas conquistas.

Aumentam também as chances de uma final entre dois brasileiros. Para isso, basta o Palmeiras vencer o Boca Juniors, visto que a outra semifinal já será disputada por dois clubes nacionais, pouco importando quem passar. Ocorrendo isso, será a quarta final consecutiva entre dois times brasileiros, o que vem ocorrendo desde 2020.

De qualquer forma, a situação mostra a superioridade do futebol brasileiro no continente — o que ficou muito tempo escondido pela pouca importância que os clubes nacionais davam ao torneio. Na década de 1960, o Santos de Pelé conquistou duas Libertadores seguidas e parou de disputar a competição. Botafogo e Vasco também esnobaram a copa continental. O motivo era simples: não dava grandes premiações e os clubes arriscavam perder seus melhores jogadores diante da porradaria argentina e uruguaia. 

Os brasileiros, de fato, davam pouca importância ao que se tornou hoje a principal competição para um clube brasileiro. A conquista do Cruzeiro em 1976 não teve grande destaque. A do Flamengo, em 1981, teve um pouco mais, mas não foi grande coisa. Foi apenas na década de 1990, com as duas conquistas do São Paulo (1992 e 1993) e a reestruturação da competição, que o futebol brasileiro começou a levar a Libertadores a sério. Desde então, tem sido cada vez mais dominante.

Mas isso explica a total dominância dos argentinos nos títulos de Libertadores. Foram décadas de domínio na competição. Com 25 títulos, os clubes argentinos têm três a mais que os clubes brasileiros. Sendo que, da década de 1990 para agora, foram 33 edições, vencidas 17 vezes por clubes brasileiros — mais do que a metade. 

Por outro lado, a dominância do futebol brasileiro no continente não se expressa na outra competição continental, a Sulamericana. Nas quartas-de-final, cinco dos oito clubes na disputa eram brasileiros, sendo que três deles foram eliminados. O América-MG foi derrotado pelo Fortaleza; o São Paulo, eliminado pela LDU do Equador; e o Botafogo, pelo Defensa y Justicia da Argentina. Esses dois últimos eram favoritíssimos ao título, de longe as duas melhores equipes que haviam sobrado na competição. No entanto, foram eliminados. Apenas Corinthians e Fortaleza, que se enfrentarão, foram às semifinais.

O que explica isso? Bom, o caso do Botafogo, atual líder do Campeonato Brasileiro, explicita bem o caso. Os clubes brasileiros não levam a sério essa competição, considerada atualmente uma competição de segunda categoria no continente. Por isso, por exemplo, o Botafogo jogou a competição inteira (inclusive, erroneamente no jogo em que foi eliminado) com o time reserva, poupando jogadores para o Brasileirão, considerado (como de fato é) mais importante. Isso não elimina o erro do treinador português Bruno Lage que, tendo de ganhar a partida de volta na Argentina, escalou o time reserva, consagrando a eliminação do Alvinegro.

Por outro lado, Corinthians e Fortaleza, que estão fazendo um campeonato mediano no nacional, levam mais a sério a conquista do título, pois não disputam mais nada, além disso. Fosse uma competição mais importante para os brasileiros, a tendência de domínio total se confirmaria novamente.

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