“É uma barbaridade, uma coisa totalmente irregular feita pelo TSE”. Foi isso que o presidente do PCO, Rui Pimenta, declarou sobre a cassação do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). A declaração foi feita na sua tradicional Análise Política da Semana, que ocorreu na tarde de ontem (20).
Para Rui Pimenta, o TSE “passou por cima da legislação”, sem nenhum tipo de consideração para cassar o deputado. Ainda que criticasse os métodos do TSE, Pimenta não poupo críticas a Dallagnol: “é um desclassificado que foi contratado para fazer aquela operação maligna, uma operação de lesa Pátria e antidemocrática contra o governo de Dilma Rousseff e contra o atual presidente Lula”.
“Mas não é por isso que nós vamos apoiar nenhum tipo de arbitrariedade do TSE”, continuou Rui. Segundo o presidente do PCO, essa “alegria” manifestada por setores da esquerda com a cassação de Dallagnol não tem nenhum fundamento, pois é possível que a cassação não se concretize e é bem provável que “o tiro saia pela culatra de maneira muito rápida”. Isto é, Dallagnol pode recuperar o prestígio político que havia perdido com o desgaste que a Operação Lava Jato perdeu, acusando ser vítima de uma perseguição política. Afinal, os métodos arbitrários do TSE ensejam que qualquer um alegue isso.
Rui aproveitou a discussão sobre a cassação ilegal de Dallagnol para relembrar outras operações que estão se valendo de métodos arbitrários e antidemocráticos: as operações em torno do chamado “combate às fake news”. Segundo Rui, as investidas de Flávio Dino e de Alexandre de Moraes contra as plataformas de redes sociais são “a imposição de uma política de censura total no país”. O presidente do PCO criticou duramente os setores da esquerda nacional que vêm endossando essa política:
“Isso daí tem sido apontado por setores de esquerda como uma grande luta contra a extrema-direita e o fascismo. Uma coisa que muita gente não entende dessa grande luta contra a extrema-direita e o fascismo é que isso daí não é uma luta contra o fascismo, isso daí é
simplesmente uma campanha de setores poderosos da burguesia”.
Além de fortalecer o Estado e a sua repressão contra o povo, a tal “luta contra o fascismo” vem se revelando uma farsa total. Pimenta destacou o fato de que nenhum comandante militar foi sequer acusado de ter participado da invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro. Até mesmo Anderson Torres, secretário do Distrito Federal à época, que chegou a ser preso, já foi praticamente inocentado.
Outro ponto importante da política nacional analisado por Rui Pimenta foi a questão do arcabouço fiscal, em que o governo Lula se encaminha para mais uma derrota. “O relator do processo já apresentou uma série de modificações que descaracterizam totalmente o acabouço fiscal, que já era uma política muito limitada do governo Lula. Obviamente que essa política limitada é o resultado da total falsa de força do PT no Congresso Nacional”.
O presidente do PCO ainda criticou o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que declarou que haveria partidos políticos demais no Brasil. A partir disso, Rui Pimenta destacou que o TSE acabou de desaprovar as contas de três partidos, em mais um flagrante abuso. O caso mais absurdo é do próprio PCO, que teve suas contas desaprovadas porque não teria conseguido explicar um gasto de cerca de R$4.500.
No âmbito da política internacional, Rui Pimenta destacou o anúncio feito pelo Grupo Wagner sobre a tomada da cidade Bakhmut, tida como a principal cidade do Donbass. A importância desse evento está em demonstrar que a chamada “contraofensiva ucraniana” é uma farsa. Na sequência, o presidente do PCO ainda mencionou as eleições turcas, que irão para o segundo turno, mas que tiveram um resultado indesejado pelo imperialismo, mesmo com a fraude dos institutos de pesquisa. e a presença do presidente Lula no G7, que será analisada na semana seguinte.