No Brasil atual ninguém mais sabe o que pode ou não ser dito. Qualquer coisa que seja dita, o sistema judicial inventa novas regras, sob o escudo da chamada interpretações das leis, do discurso unificado da imprensa capitalista para criar uma suposta legitimidade e com amplo amparo político nas ONGs internacionais, para punir quem falou.
Essa campanha persecutória e policialesca só se viabilizou no Brasil, porque se valeu do boi de piranha do suposto combate ao bolsonarismo e teve a adesão dos setores mais vacilantes da esquerda, que para se livrar em tese do bolsonarismo estava disposta a morrer abraçada com o capeta.
Desse modo, ficou fértil o terreno para que os donos do regime político pudessem construir diversos mecanismos legais, jurídicos, de inteligência e repressivos, para levar adiante uma política de perseguição e censura contra quem destoa do discurso oficial do Estado e da imprensa capitalista.
Se os bolsonaristas possuem uma meia dúzia de idiotas que foram censurados, a esquerda possui centenas de exemplos que crescem dia após dia.
A situação tem se agravado principalmente quando os temas são os acontecimentos na guerra da Ucrânia e do genocídio de Israel contra os palestinos, ou quando são relacionados a tomadas de decisões do STF nos casos domésticos.
O STF recentemente aprovou que os veículos de comunicação podem ser responsabilizados pelo que os entrevistados e colunistas de opinião dizem. Ou seja, os meios de comunicação que já reproduzem esmagadoramente apenas as versões dos fatos de acordo com os interesses dos capitalistas, vão aprofundar esse procedimento ainda mais.
A política é uma prática social, com tendências econômicas, históricas e geográficas próprias. A política é uma atividade conspirativa. O Estado capitalista é um Estado político, um Estado de uma determinada classe social. A democracia é uma democracia política, ou seja, um Estado, uma superestrutura, uma ferramenta advinda de tendências econômicas, históricas e geográficas, constituída através de uma determinada relação social.
Se não é a classe operária quem detém o poder político, então há uma outra classe social que o detém. O raciocínio lógico neste caso aqui não é muito difícil de ser exercido. Assim sendo, se não é a classe operária a classe detentora do poder político, só nos resta compreender que é a burguesia quem detém o poder político. E que, portanto, é a burguesia quem o exerce, e o faz a seu favor.
Não há mais espaço para ilusões políticas infantis a respeito de quem exerce o poder de censura no Brasil. É necessário uma ampla campanha pelas liberdades democráticas, sobretudo, pela liberdade de expressão!