O interesse na Amazônia Brasileira, maior parte da floresta amazônica, é compartilhado por todos os países imperialistas. A maior floreste tropical do mundo é uma fonte de riquezas naturais incontáveis, minérios, plantas, corpos hídricos, solo com um potencial incalculável, quem não estaria interessado em gerir tamanho recurso?
Por esse motivo este jornal vem denunciando as manobras imperialistas para diminuir o controle brasileiro sobre a Amazônia. O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a declarar que o território deveria ser de gestão internacional, trocando em miúdes, mandariam os países imperialistas, mais poderosos, e para eles ficariam a maior parte do quinhão, enquanto os países da América do Sul apenas obedeceriam e ficariam com as migalhas.
Bem, uma parte da esquerda vem denunciando que o governo Lula está aceitando doações de governo imperialistas para o Fundo Amazônia, que até o momento recebeu R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 1 bilhão da Noruega e R$ 200 milhões da Alemanha. O fundo já acumula no total R$ 5,4 bilhões, dentre os quais R$ 1,8 bilhões já estão contratados.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) declarou na última reunião para tradar do fundo que:
“O grande desafio é sair do modelo predatório para o modelo de desenvolvimento sustentável na Amazônia. E, para isso, nós precisamos de projetos estruturantes que impulsionem uma nova dinâmica, uma nova indústria, uma agricultura de baixo carbono, uma recuperação de pastos degradados. Esse é o grande objetivo estratégico do governo e do fundo. São 28 milhões de pessoas que precisam ter formas alternativas de vida, quando nós vamos combater, de forma implacável, o processo de devastação e destruição da Amazônia”
Segundo o jornal Poder 360, O presidente (do BNDES) disse ainda que foram liberados R$ 853 milhões para operações de comando e controle coordenadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), R$ 253 milhões para ordenamento territorial e R$ 244 milhões para ciência e tecnologia.
O fato importante é que o Brasil será o gestor desse dinheiro e desse fundo, e ao contrário do que aponta uma parcela da esquerda pequeno-burguesa, o fundo em si não representa uma entrega da Amazônia para mãos estrangeiras. Claro que devemos estar alerta a penetração de ONGS e grupos financiados pelas organizações filantrópicas do imperialismo, todas fachadas para a operações de espionagem e sabotagem de governos, e devemos denunciar a demagogia do imperialismo e dos partidos verdes sobre a ecologia, mas neste caso, o controle dos recursos está nas mãos de um órgão governamental, controlado por um homem muito próximo à Lula. O recurso, como assinalado acima, será alocado em instituições federais como o Ibama.
A crítica ao governo e a denúncia das intenções políticas dos países europeus e dos EUA, não deve ser feita levianamente, isso, além de atacar um governo recém-eleito pela esquerda em uma situação em que o imperialismo já começou sua campanha contra esse governo, e busca enfraquecê-lo, deixa ainda mais confusos os ataques reais à soberania nacional através da amazônia.
Vela lembrar o que o atual presidente disse antes mesmo de se eleger:“Vocês sabem que aqui no Brasil a gente não abre mão da soberania da Amazônia, mas é importante lembrar que a Amazônia não é só nossa. Nós temos a Amazônia na Venezuela, na Colômbia, no Peru, no Equador, tem um pouco na Bolívia e até nas Guianas.”
Não é a primeira vez que Lula afirma que não vai abrir mão da soberania, e mesmo declarando que a floresta não pertence somente ao Brasil, e de fato não pertence, ele lembra que o país divide com outros países fronteiriços, nada de europeus nem norte-americanos tomando contra de riquezas e territórios que não são seus.