Essa semana foi particularmente especial em notícias. Os identitários sofreram vários revezes e parece que a militância do PT finalmente acordou para o problema. Tudo começou na Bahia, quando uma professora foi acusada de transfobia, mas áudios vazados expuseram as provocações de quem acusava.
Na sequência, o Presidente da República encerrou o debate sobre o novo ministro do STF, exercendo sua autoridade.
No domingo, teve o caso aqui amplamente discutido sobre a Ministra da Igualdade Racial e sua assistente, ofendendo a torcida do São Paulo e os 45 milhões de habitantes do estado.
Por fim, teve ainda o escândalo estrondoso do Parlamento Canadense aplaudindo de pé um veterano ucraniano nazista da II Guerra Mundial.
Todos esses fatos parecem distantes, mas têm em comum a origem: eles são frutos da mesma estrutura de propaganda imperialista que financia guerras e desestabiliza nações.
No Brasil, podemos dizer que a importância do acontecido com as integrantes do Ministério da Igualdade Racial foi fundamental para começar a fazer o movimento identitário recuar. Até então, as pessoas estavam com medo de se expor e serem taxadas de racistas ou transfóbicas.
O mesmo pode ser dito da cerimônia nazista no governo canadense. Daqui por diante, ninguém pode negar que a atual guerra na Europa parece uma batalha da II Guerra Mundial e que os russos, mais uma vez, estão do lado certo da história.
É como se tivéssemos assistido o começo do fim desse jogo perverso em várias frentes.
Li certa vez uma pergunta do cineasta austríaco Michael Haneke que nunca saiu da minha cabeça: “é possível fazer um filme antifascista usando técnicas fascistas”? A resposta é não.
Acho que a mesma coisa se aplica à política. É possível ser de esquerda usando técnicas fascistas de cancelamento, censura, controle da liberdade de expressão, sectarismo, terror, perseguição e coação? Não, não é possível.
Diante do acontecido esta semana, nada melhor do que estabelecer a verdade dos fatos com a História.
O documentário russo Berlim (1945), dirigido por Yuli Raizman e editado por Elizaveta Svilova, esposa de Dziga Vertov, mostra como foi a queda da capital alemã e o fim da guerra. Svilova usou as imagens de mais de 40 câmeras dos exércitos soviéticos que estavam no front de batalha, além de imagens dos próprios alemães.
O filme conta como foi a rendição de Berlim. É quase uma sinfonia do bombardeio soviético avançando contra a cidade. As cenas são intensas. O som dos canhões soviéticos massacrando edifícios ocupa boa parte do filme.
O foco é registrar para a posteridade como o exército soviético ganhou a batalha e hasteou a bandeira vermelha no Reichstag. O documento de rendição, assinado por comandantes do exército alemão e das forças aliadas, é mostrado. O filme nos conta sobre o importante momento histórico, mostra a intensidade dos combates e ressalta a vitória soviética.
O Reino Unido e os Estados Unidos aparecem como forças aliadas e posam para o retrato. Sabemos que o trabalho todo foi feito pelos russos e que os ingleses e os norte-americanos só se aventuraram quando a guerra estava praticamente ganha.
Os russos expulsaram Napoleão e os nazistas de seu país. São feitos inacreditáveis e que moldam o sentimento de nação. Não me surpreenderá nada se chegarem a Berlim de novo, se a ocasião se tornar necessária novamente.
Para assistir ao filme, visite este link.