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"Reparação histórica"?

Banco do Brasil está no banco dos réus do identitarismo

A política identitária, de exigir que todo mundo peça desculpa, é completamente inócua, e mal serve para fazer demagogia

O identitarismo é uma das políticas mais nefastas para o avanço da luta do negro e de outros setores oprimidos. Trata-se de uma política debatida e levada adiante pelos poderosos capitalistas e, em especial, pelo imperialismo norte-americano, e, diante da pressão, até mesmo o sindicalismo foi absolvido por essa política. 

O novo alvo da política identitária, agora, é o Banco do Brasil que está sendo chamado na justiça, por meio de um inquérito civil público, para se pronunciar sobre suas atividades durante o regime de escravidão no Brasil. 

“Em 2020, o movimento Black Lives Matter [Vidas Negras Importam], iniciou a derrubada de várias estátuas de personagens que se alimentavam do racismo nos Estados Unidos, e se estendeu até a Europa. Com essa ação do Ministério Público Federal, é preciso descortinar o processo de construção do Banco do Brasil, derrubando essas estátuas que marcaram o passado do banco, beneficiando economicamente várias pessoas com o processo de escravização no país, torturando e matando negros e negras”, avalia o Secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar. 

De acordo com a nota da CUT, “o pedido de reparação histórica ao BB não é novidade e faz parte de um movimento global. Na Inglaterra e Estados Unidos, por exemplo, o Bank of England e as universidades Harvard e Brown University já foram chamados a reconheceu seu papel na escravidão e apresentarem ações de reparação”.

A ideia não é que o governo federal adote mais medidas para a redução da pobreza do povo brasileiro. Mas que o banco reconheça seu papel na escravidão. É exigir de um banco estatal que ele peça perdão pela sua atuação no regime escravagista, por mais que nenhum de seus integrantes hoje tenha absolutamente nada a ver com isso.

Chama atenção que a publicação da medida parta da Contraf/CUT. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, da Central Única dos Trabalhadores. Em um momento muito duro para os bancários e outros trabalhadores desse ramo, que deveriam ser protegidos dos interesses dos banqueiros. 

Ao invés de colocar nas ruas a necessidade de estatização de todo o sistema bancário, o que seria de fundamental importância para a população trabalhadora brasileira e para o País, a entidade que representa nacionalmente os bancários cede à pressão identitária e faz propaganda de medidas defendidas pela esquerda pequeno-burguesa. 

Essa política identitária, de exigir que todo mundo peça desculpa (até mesmo um banco estatal), é completamente inócua, e, na realidade, mal serve para fazer demagogia. A situação do negro brasileiro não vai mudar uma vírgula diante do atendimento de tal reivindicação, se é que pode ser chamada assim. 

Também por isso o banco respondeu “que mantém grupo de discussão sobre diversidade, através do qual se reúne com movimentos representativos dentro da empresa, incluindo do BB Black Power, como forma de “unir esforços em ações direcionadas à superação da discriminação racial”. No frigir dos ovos, o que vai acontecer é que alguns negros alcancem algum cargo de maior poder dentro do banco, revelando que a política identitária é apenas uma nova forma de alpinismo social, destinada para um reduzido setor da classe média negra brasileira.

A política identitária já ruim por si só, mas o texto emitido por entidades sindicais de grande porte, como é o caso da Contraf, revela que ele (o identitarismo) servirá não somente para impedir a luta real do negro, mas mesmo a luta sindical se encontra ameaçada.

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