A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) desta quarta-feira 1 de fevereiro de 2023, já no primeiro mês do governo Lula marcou posição no que diz respeito a manutenção das colossais taxas de juros praticadas pelo Banco Central. O COPOM é um órgão do Banco Central criado em 1996 na gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso que se tornou responsável pela decisão da taxa básica de juros logo após o início do Plano Real. É na gestão do COPOM que os banqueiros começaram a fazer parte do processo decisório de juros no Brasil.com maior influência política.
A decisão de manter a taxa de juros nos inacreditáveis 13,75% anuais no dia de hoje aponta para um caminho de permanência de taxas abusivas contra a população brasileira. Desde o início da pandemia a taxa básica de juros (SELIC) variou de 2% a 13,75% atuais, mostrando que os banqueiros “passaram a boiada” sobre quaisquer projetos de investimentos sociais e de infraestrutura da sociedade brasileira e sem nenhum pudor de “engordar” seus cofres, a despeito da saúde pública, da pobreza e da miséria do povo brasileiro entre os anos de golpe de Estado e o final do ciclo mais agudo da pandemia Covid-19.
Vale ainda, destacar nessa matéria, que a Auditoria Cidadã da Dívida se pronunciou antes mesmo da decisão do COPOM do final da tarde de hoje, dia 1 de fevereiro, sobre a manutenção da taxa básica de juros. Por isso cabe recuperar alguns trechos. “Fevereiro começou, e com ele a expectativa do anúncio do Banco Central sobre a taxa básica de juros (Selic). A decisão da diretoria do Banco Central (que compõe o chamado Comitê de Política Monetária do Brasil – Copom) será revelada ainda hoje, e analistas financeiros esperam que a Selic seja mantida no atual patamar de 13,75%, apesar da pressão gerada pelas críticas do governo Lula à elevada taxa, como destaca o Correio Braziliense desta quarta-feira (1).
Os especialistas do mercado tentam vender a ideia de que as críticas à política monetária do Banco Central (BC) podem justificar a manutenção dessa elevada taxa, o que não tem base técnica alguma! De março de 2021 até agora, o BC disparou a Selic de 2% em 2021 para o absurdo patamar de 13,75% que está vigorando desde o início de agosto! A desculpa do Banco Central para essa disparada da Selic foi o controle da inflação, o que é uma grande mentira! A ACD já denunciou diversas vezes que a inflação brasileira é causada pelo aumento dos preços de alimentos e de administrados pelo próprio governo (energia e combustíveis), que não caem com o aumento dos juros!. Mesmo depois que o índice de inflação caiu (por causa da redução de tributos sobre combustíveis e energia), o Banco Central manteve a Selic alta, cada hora com uma desculpa sem fundamento. Realmente não há como esperar consciência por parte do setor financeiro, e é por isso que precisamos pressionar pela aprovação do Limite dos Juros no Brasil” https://auditoriacidada.org.br/qual-a-justificativa-tecnica-para-manter-juros-altissimos-nao-ha/
Ressaltamos que as pretensas justificativas do Banco Central só atendem os anseios da burguesia endinheirada e representam na verdade os ganhos capitalistas e agem como sendo “a boca de fumo dos banqueiros” segundo observa irônica e criticamente o presidente da Fetec-PR (Federação dos Trabalhadores das Empresas de Crédito) Pablo Sérgio. Essa política econômica não se sustenta sob o ponto de vista dos interesses do desenvolvimento e da soberania nacional do país e que a engorda dos banqueiros e especuladores irá continuar num Banco Central “independente” somente dos interesses do povo e muito dependentes dos interesses dos capitalistas nacionais e estrangeiros.