Bancários do Banco do Nordeste, que possuem unidades em todo o País, estão preparam manifestações que tiveram início no ultimo dia 06 de abril contra as nomeações e a permanência de bolsonaristas na direção da empresa.
A primeira manifestação aconteceu nessa quinta-feira (06) em frente ao Centro Administrativo do Passaré, em Fortaleza, contra a indicação do bolsonarista e atual diretor de Negócios, Anderson Possa, para o cargo de diretor Administrativo e de Tecnologia da Informação.
As entidades de luta da categoria, Contraf (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro informam que, “por meio da Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, orienta que todos os sindicatos que possuam unidades do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em sua base realizem, a partir desta quinta-feira (6), atos de protesto contra a indicação do atual diretor de Negócios, Anderson Possa, para o cargo de diretor Administrativo e de Tecnologia da Informação da instituição”. (Site Contraf/CUT 05/04/2023)
“A indicação de Possa para a nova função foi feita pelo agrupamento político, com forte identificação com o bolsonarismo na Câmara dos Deputados, que o manteve na diretoria do banco público regional durante todo o governos passado”. (idem)
Segundo informação repassada pelo Sindicatos dos Bancários do Ceará as “denúncias anônimas e sigilosas recebidas por representantes dos sindicatos de bancários de toda a região Nordeste desabonam a indicação de Possa na nova direção do BNB”, e continua, “com tais atributos negativos, é inadmissível ver a continuidade de Anderson Possa, bolsonarista convicto, na direção do BNB. Ainda mais quando o cargo a ser ocupado é exatamente aquele responsável pelas negociações trabalhistas junto às entidades sindicais”. (Site Sindicato dos Bancários do Ceará 04/04/2023)
O BNB (Banco do Nordeste do Brasil), uma instituição financeira que tem mais de 90% do seu capital sob o controle do governo federal, atua em mais de 2 mil municípios abrangendo Estados mais pobres do país da região nordeste tais como Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, e também abrange o Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Tem como objetivo a operacionalização de programas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e administra o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que tem programas para incentivo a microempreendedores, etc.
Não poderia ser diferente, quando os trabalhadores do BNB se revoltam com a permanência de bolsonaristas à frente do banco. Foi no governo do golpista Bolsonaro, através do seu transloucado Ministro da Economia, Paulo Guedes, representante direto dos interesses dos banqueiros nacionais e internacionais que queria liquidar com o Banco do Nordeste, conforme havia declarado em um encontro com dois governadores do nordeste, Paraíba e Rio Grande do Norte, que pretendia fundir o BNB ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento). Isso sem falar no processo de reestruturação por qual passou a empresa, cujo o objetivo foi de enxugar o quadro funcional, através dos famigerados Planos de Demissões “Voluntárias” (PDV), fechamento de agências e dependências administrativas, descomissionamentos, rebaixamento salarial, etc. que tinha por detrás dessas medidas, sucatear o banco e assim preparar a “opinião pública”com a tradicional campanha da direita golpista de que era preciso privatizar. Campanha essa, é claro, de olho nos números apresentados pelo banco que rendeu um lucro líquido em 2022 a marca histórica de R $2,015 bilhões.
A luta dos trabalhadores do BNB é a mesma dos demais trabalhadores das empresas estatais. Banco do Brasil, Petrobras, Caixa Econômica Federal, Casa da Moeda, Dataprev, etc. convivem com o mesmo problema. É preciso dar um fim nessas representações da direita reacionária nas empresas estatais e expulsar essas representações imediatamente. A manifestação feita pelos bancários do BNB no Ceará deve ser o pontapé inicial de uma gigantesca mobilização para derrotar os interesses da burguesia, cujo objetivo é sabotar a política do governo Lula e aprofundar os ataques à classe trabalhadora.
