Os ataques da burguesia imperialista ao presidente Lula pela sua política externa dá o tom de que a direita não vai dar trégua ao governo eleito pelos trabalhadores.
O imperialismo já demonstrou insatisfação com certos aspectos do governo federal, especialmente em relação à política externa. O portal do Global Americans, uma fachada da CIA, criticou Lula por ser um inimigo do chamado “Ocidente”. O Financial Times, porta-voz do imperialismo mundial, lançou uma ameaça velada ao governo petista, destacando que os Estados Unidos impediram um golpe de Estado no Brasil, o que sugere que eles poderiam permitir uma ofensiva golpista em algum momento. Isso ocorre porque Lula adotou uma política externa anti-imperialista. Ele está fortalecendo laços com Rússia e China, buscando estabelecer uma aliança latino-americana e fazendo críticas importantes à dominação do imperialismo global.
Enquanto o presidente Lula tem uma política mais agressiva em sua política externa, por outro lado, na política interna, está sendo colocado na parede pela direita golpista que domina as instituições do Estado (Congresso Nacional e Tribunais). Até o presente momento, as medidas adotadas pelo governo e aprovadas no reacionário Congresso Nacional (Arcabouço Fiscal – diga-se Teto de Gastos – e a Reforma Fiscal) foram aceitas sem grande oposição pela burguesia, medidas essas que não afetam em nada a vida do trabalhador. O governo Lula já completou seis meses, mas não conseguiu fazer nenhuma mudança importante, inclusive a que consta no seu programa eleitoral. Isso acontece justamente porque a direita não quer que o País se desenvolva, nem que os trabalhadores tenham suas reivindicações atendidas.
É nesse contexto que a categoria bancária irá realizar, no começo de agosto, a sua Conferência Nacional em São Paulo. Os banqueiros nacionais e internacionais são o setor que está na dianteira dessa política de manter o País nesse atraso econômico, de ataques aos trabalhadores e a população em geral, principalmente em relação à questão de um Banco Central “independente”, que mantém a taxa selic nas alturas (a maior do mundo) política essa que apenas favorece os especuladores financeiros. Além disso, a categoria bancária está comendo o pão que o diabo amassou através das medidas de reestruturações nas dependências bancárias, com o fechamento de centenas de agências no País a fora, de demissão em massa, arrocho salarial, assédio moral para o atingimento de metas, o que tem levado o aumento exponencial de doenças laborais.
Diante da urgência da situação, a Conferência Nacional dos Bancários deve avançar no sentido de preparar a categoria em direção a um grande movimento de mobilização pela luta por questões imediatas e decisivas que estão na ordem do dia. Lutar não só por uma pauta específica da categoria, mas pelas reivindicações mais gerais que são fundamentais para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores, tais como: lutar por um plebiscito revogatório das medidas do governo golpista de Michel Temer (reforma trabalhista, CLT, terceirização, etc.); explorar todo o petróleo! 100% estatal e nacional; fim do Banco Central independente; não ao pagamento da dívida pública; cancelamento de todas as privatizações; reforma agrária e urbana já; contra o desemprego, por uma jornada de trabalho de 35h semanais; defender os direitos democráticos; reverter a reforma da previdência; por uma contribuição sindical obrigatória defendida em assembleia.
A Corrente Sindical Nacional Causa Operária Bancários em Luta se soma à Conferência Nacional dos Bancários e se dirige a ela e ao demais sindicatos e oposições classistas, movimentos de luta do campo e da cidade, mandatos parlamentares vinculados à luta dos trabalhadores, a unirmos em torno da luta pela defesa das reivindicações dos trabalhadores diante da crise. Chamamos a unidade de todos os setores da esquerda e das organizações dos explorados em torno desses objetivos.