Em vídeo, o presidente do PDT, Carlos Lupi, aparece defendendo a impressão do voto, o que sempre foi uma posição bastante tradicional na esquerda.
O que chama atenção, na verdade, é que, neste momento, Lupi é autor de um processo que pede a cassação dos direitos políticos de Bolsonaro por contestar o sistema eleitoral.
As posições contraditórias de Lupi revelam que, para o PDT, não é preciso ter um programa político, mas sim uma política de conveniência: “Para meus inimigos políticos, nenhum direito”.
A esquerda não pode ser cúmplice dessa barbárie, pois é justamente a esquerda a maior vítima das perseguições do Judiciário e do regime.
Confira abaixo a transcrição da fala de Carlos Lupi:
“Desde o surgimento da urna eletrônica há 25 anos, nosso líder, nossa referência do partido, Leonel de Moura Brizola, já defendia uma coisa simples de fazer: a impressão do voto.
Para que possa votar lá, apertar o ‘númerozinho’ do seu candidato, apertar o 12, você ver aquele papelzinho, como se fosse aquele papel que a gente, quando paga com cartão de crédito, tem como recibo, cair numa urna transparente e ficar ali guardado.
Quando tiver desconfiança, ou quando tiver uma votação muito diferente de locais, você pode conferir esse voto. Esse é o segredo de toda a democracia no mundo, a possibilidade de recontagem, a possibilidade de conferência de voto
Hoje, algumas pessoas mais à direita querem defender a impressão do voto. Não é porque eles estão hoje defendendo que nós vamos deixar de defender aquilo que para a democracia é salutar. Já foi aprovado, inclusive, no Congresso Nacional e o tribunal não quis fazer porque disse, na época, que não tinha recursos para fazê-lo.
Não tem recursos maiores para garantir a própria liberdade de expressão e a democracia do que investir na conferência do voto através de sua impressão.
Nós do PDT, através de nosso líder, Leonel Brizola, fomos quem primeiro falou isso e temos coragem de claramente dizer a todo o povo brasileiro: sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem. Sem recontagem, a fraude impera.”