O impasse que o governo Lula enfrenta, na questão socioeconômica, é de proporções colossais. O governo, depois do 8 de janeiro, mostra-se paralisado, com declarações direitistas a respeito de coisas essenciais, o que preocupa, pois pode indicar que o governo deixou de lado o panorama da mobilização popular.
Para enfrentar a crise, o PT tem a ferramenta de utilizar medidas governamentais para impulsionar o apoio dos trabalhadores, que é uma ferramenta muito poderosa. No entanto,o governo não vem utilizando tal meio: por exemplo, o Lula tinha prometido 90 reais de aumento do salário mínimo, mas a imprensa disse que o Ministério da Fazenda vetou mesmo R$ 12,00 de aumento real.
Por outro lado, uma coisa positiva foi a declaração, por parte de Lula, de que o Teto de Gastos é incompatível com a política do atual governo. Tal declaração tem quase um caráter revolucionário vindo do PT: Lula tem que acabar com essa medida que explora o povo e impede o desenvolvimento do país, ele está correto ao afirmar que não dá para conciliar as necessidades do povo com o Teto. No entanto, ele deveria buscar pôr em prática tais concepções, e a questão do salário mínimo é uma das situações em que essa política deveria ser levada adiante.
E o aumento do salário mínimo é algo que pode ser feito através de um mero decreto presidencial. Tomar medidas populares não vai impedir a burguesia de iniciar uma campanha golpista contra o governo Lula, porém, o colocará em condições melhores para travar essa luta em sua defesa. A política de contemporizar só irá levar o governo ao desastre: é preciso aumentar o salário mínimo para 2 mil reais, lançar uma campanha pela reestatização das empresas privatizadas depois do golpe e enfrentar os vampiros do mercado financeiro, que querem seguir sugando o sangue do povo.