O Dia Internacional em Solidariedade à Palestina, para além da crescente demonstração de apoio à causa do martirizado povo palestino, teve um fato novo que foi o fim da censura sobre os movimentos armados de luta pela libertação da Palestina. Por pressão da direita unificada – uns bolsonaristas, outros imperialistas, mas todos sionistas -, a esquerda vinha protagonizando episódios vergonhosos de capitulação durante os atos, impedindo a menção a partidos como o Movimento Resistência Islâmica (Hamas) e a Jihad Islâmica, entre outras organizações que heroicamente, decidiram pegar em armas para libertar a Palestina de seus invasores.
Ciente da importância de furar o bloqueio ideológico imposto pelo sionismo, o Partido da Causa Operária (PCO) colocou nas ruas de São Paulo bandeiras e camisas da principal organização de luta dos palestinos, o Hamas. Além disso, a presença de um carro de som próprio impediu as manobras adotadas em atos anteriores, como colocar os oradores do partido no fim da lista e até mesmo a baixeza de tomar o microfone durante a fala de um companheiro de esquerda. Uma vitória para a política da esquerda.
Como disse um imigrante árabe simpatizante da luta palestina, a direita nunca foi solidária à Palestina e deixou que tampouco será agora. É a esquerda que sempre “acolheu” os povos árabes, disse o manifestante desconhecido. O apoio a povos oprimidos – como os árabes – está no DNA da esquerda, porém, partidos como o PSTU e grupos como o MES do PSOL vinham tentando impedir uma defesa real, consequente da luta dos palestinos.
Sob o argumento falacioso de que isso afasta pessoas de direita, os dois grupos esquerdistas travaram uma luta contra a politização das manifestações. Felizmente, a operação foi sepultada. O verde-e-branco do Hamas já circula pelas ruas da principal cidade do País, seja na forma de camisetas, seja na forma de bandeiras.
Como se as cores do partido revolucionário já não fossem um problema grande o bastante para os defensores do sionismo, as falas no carro de som enaltecendo a ação revolucionária dos militantes do Hamas e da Jihad Islâmica puderam ser claramente ditas enfim, atraindo dezenas de pessoas alheias ao PCO, mas simpáticas à ação empreendida pelos grupos palestinos no último dia 7.
Os sionistas já não tinham capacidade de influenciar o rumo dos atos. Restou a eles recorrer a um setor da esquerda desorientado o bastante para aceitar o papel, mas com alguma influência no campo para tentar impedir a verdade de ser dita. A operação fracassou também.
Além de proclamado, o apoio ao Hamas e aos demais grupos armados recebeu o apoio de populares nas ruas. O imperialismo, naturalmente, não ficará parado, mas o que quer que façam, o Hamas pode ser aplaudido. Contra todas as tentativas de escondê-lo, pode ser aplaudido e apoiado, e isso é uma vitória muito importante contra a direita e seus aliados.