Foi ao ar na última quinta-feira (28), o programa do coletivo de negros, João Cândido, do Partido da Causa Operária, o Tição- Programa de Preto, com o subtítulo para a edição 209, Identitarismo: uma política divisionista e reacionária.
Os companheiros Caio Túlio e Tiago Pires abriram o programa lembrando uma importante data, qual seja, o aniversário da promulgação da lei do ventre livre no Brasil, que em 28 de setembro de 1871 estabeleceu que os filhos de escravos que nascessem a partir de então não seriam mais obrigados a ser escravos. Essa lei foi o início de uma concessão gradual aos abolicionistas que culminou com a promulgação da lei Áurea, em 1888.
Seguindo na pauta, Machado de Assis foi tema do programa, Machado que faleceu em 29 de setembro de 1908, é considerado um dos maiores escritores da língua portuguesa e da literatura nacional vem, em tempos de identitarismo, sendo criticado pela esquerda identitária por não haver sido um “militante” da causa negra e abolicionista.
Além disso, Machado de Assis também é criticado por esses mesmos identitários por retratar os personagens negros em suas obras em posições subalternas, o que seria natural posto que suas obras buscaram fazer um retrato da sua época, na qual a escravidão era predominante.
O companheiro Caio Túlio destaca que apesar de realmente não haver sido um militante político propriamente, Machado de Assis sempre foi a favor da abolição da escravatura e comemorou bastante quando isso finalmente aconteceu.
Em seu último romance, Machado de Assis descreve o momento da abolição e define a escravatura como uma coisa verdadeiramente horrenda.
Para além de suas posições, a maior contribuição de Machado de Assis para o movimento negro é simplesmente o fato de, como um homem negro, haver se tornado o maior escritor brasileiro de todos os tempos.
Também na pauta, a discussão que dá título ao programa, foi destacado o movimento de pressão por parte das ONGs internacionais para que o presidente Lula indique uma ministra negra para a vaga da golpista Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal.
Tiago Pires destacou que Lula vem respondendo a essa pressão de forma admirável sem se deixar atingir.
Em resposta aos pedidos pela tal “mulher negra”, Lula respondeu a jornalistas, “Não vou escolher uma pessoa por critérios de cor ou gênero, escolherei alguém que sirva o país e tenha respeito pela sociedade brasileira.”
Assista esses e outros debates no Tição-programa de preto, que vai ao ar todas às quintas-feiras às 18 horas na Causa Operária TV.
Identitarismo: uma política divisionista e reacionária – Tição, Programa de Preto nº 209 – 28/9/23