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Ligações perigosas

As relações do PSOL com um dos maiores inimigos dos índios no MS

O integrante do MPI e do PSOL, Luiz Eloy Terena, se reune e faz planos com um dos maiores inimigos dos índios no Mato Grosso do Sul, o secretário da justiça Antônio Videira

Na última quarta-feira (02/08), o atual secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas e ex-integrante da Articulação Nacional dos Povos Indígenas (APIB), Luiz Eloy Terena, realizou uma reunião com o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, nas dependências da Sejusp, em Campo Grande.

Segundo a Sejusp, ainda participaram o secretário-executivo de Justiça da Sejusp, Rafael Garcia Ribeiro, da secretaria-adjunta de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Viviane Luiza, do assessor de gabinete da Ministra, Gasparini Kaingang, do diretor de mediação e conciliação de conflitos fundiários, Marcos Kaingang e do Assessor SE, Caique Ribeiro.

Em encontro muito amistoso, Eloy Terena disse que visitou o secretário “para debater ações e projetos de segurança pública, voltados aos povos originários”. Nada demais para um representante do Ministério dos Povos Indígenas supostamente tentando resolver a situação dos índios no estado mais violento contra esse setor da população brasileira.

O encontro de amigos revela uma política que em nada favorece os índios, caso contrário, o secretário de justiça e segurança pública sequer o atenderia. Ou a pauta da discussão não muda em nada a situação dos índios e a política de ataque à luta pela demarcação de suas terras no estado, ou há uma concordância na política de “segurança” do estado para os índios.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar quem é quem no estado do Mato Grosso do Sul. O Mato Grosso do Sul há anos vem sendo governado pelo PSDB e é campeão na violência contra os índios, em particular da violência realizada pelo próprio estado com a ação da polícia militar e civil.

O secretário de Justiça e Segurança Pública é o conhecido ex-delegado da Polícia Civil de Dourados e de sua ação anti indígena, Antônio Carlos Videira, e está no cargo desde a gestão anterior do governo do tucano Reinaldo Azambuja, cujo ligação com os latifundiários é extrema. E continuou no cargo no atual governador também tucano Eduardo Riedel.

Videira comandou o Massacre do Guapoy, em Amambai, no ano passado, que resultou na tentativa de despejo ilegal da retomada Guarani-Caiouá, na morte de um indígena e em dez pessoas gravemente feridas devido ao uso de munição letal da PM. Classificou essa ação criminosa como uma ação “necessária” e “normal”.

Também foi responsável por outra ação criminosa que ficou conhecido como Massacre do Caarapó, em 2018. Ele coordenou de um helicóptero a expulsão da retomada Guapo’y, onde cinco indígenas foram feridos, uma mulher foi atropelada por viatura da PM e um senhor de 69 anos foi preso.

Neste ano, juntamente com o governador Eduardo Riedel, comandou pelo menos três tentativas ilegais de despejo em Rio Brilhante (Laranjeira Nhanderu) com 3 prisões, Naviraí (Kurupi) e Dourados (Iwu Vera) com dez prisões. Todas ações ilegais e violentas da polícia militar.

Com esse currículo, quem esperaria ser bem atendido e obter ações conjuntas para beneficiar os índios do estado? É evidente que ninguém.

As relações do PSOL com o governo reacionário do PSDB no Mato Grosso do Sul

Desde o ano passado, este Diário vem denunciando a proximidade do PSOL com o governo do estado que mais ataca os índios no Brasil. O candidato ao governo do PSOL, Adonis Marcos, no ano passado, declarou voto em Riedel e o elogiou enormemente, recebendo, neste ano, um cargo a convite do próprio Eduardo Riedel para compor o governo.

A visita amistosa de Eloy Terena não é uma novidade e muito menos causa de espanto devido às relações que possuem com o governo do PSDB, inclusive com propostas que a direita latifundiária gosta, como mais policiamento e a construção de um presídio somente para índios.

Quando houve a ação criminosa e ilegal em março deste ano, em que o batalhão de choque da Polícia Militar do estado de Mato Grosso do Sul despejou – sem mandado judicial – índios Guarani-Caiuoá que tinham retomado uma fazenda localizada no território do Tekoha Laranjeira Nhanderu, em Rio Brilhante (MS), onde dois homens e uma mulher Caiouá foram presos e indígenas foram atingidos por disparos de balas de borracha, o Ministério dos Povos Indígenas realizou uma reunião com o governador Eduardo Riedel que, segundo as informações da imprensa, foi muito produtiva para a “resolução” dos conflitos.

A proposta foi a redução da Terra Indígena de mais de dez mil hectares para somente a fazenda que estava sendo retomada (Fazenda Inho) de pouco mais de 450 hectares. Esse “acordo” ocorreu sem a presença de nenhum índio da retomada e nem dos Guarani-Caiouá.

Como podemos ver, há uma grande proximidade entre o PSOL e um dos governos mais violentos contra os índios e seus direitos, em particular à demarcação de suas terras. A defesa do índio de Eloy Terena e do PSOL é pura demagogia para negociações e busca de cargos que beneficiam apenas um seleto grupo político e de interesses pessoais em detrimento de toda a causa dos índios.

Essa política de usar os índios para negociatas pessoais deve ser questionada e denunciada para que a luta dos índios, principalmente dos Guarani-Caiouá, que mais sofrem a violência do latifúndio no estado, não seja rifada e avance na conquista de suas reivindicações.

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