O último domingo foi marcado pela realização da final da Copa do Brasil. A partida entre São Paulo e Flamengo definiria o segundo mais importante titulo do futebol nacional, onde o São Paulo pela primeira vez em sua história viria a conquistar. Dia de estádio lotado, de enormes torcidas tanto in loco como assistindo de todos os cantos do Brasil. E no meio dessa grande festa popular, surge a figura de Marcelle Decothé, assessora de Anielle Franco, ministra do Ministério da Igualdade Racial que estava, aparentemente a trabalho, assistindo o jogo diretamente do Morumbi.
A assessora, flamenguista declarada, achou condizente com sua representação ministerial simplesmente atacar a torcida do São Paulo. Para a torcida de mais de 20 milhões de brasileiros, a agora ex-assessora declarou: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade […] Pior tudo de pauliste”.
As declarações, além da bizarrice indentitária (pauliste? safade?) também revelaram a real política do seu ministério. Sendo financiada por ONGs supostamente “progressistas” do imperialismo e sendo uma nobre figura na cruzada contra os “branques safedes”, Marcelle mostrou que na prática o que ela não gosta não é do pauliste, nem do branque, nem dos europeus safades (que em parte pagam seu salário…), mas sim do povo brasileiro.
Depois da enorme repercussão negativa, a própria foi retirada do cargo, mas os usuários da internet, mais rápido do que qualquer jornalista investigativo da imprensa burguesa, fizeram questão de relembrar o que a dona Decothé defendeu durante todo este último período.
Demonstrando seu grande apreço pelo esporte que faz parte da cultura nacional e também comprovando suas relações com a política imperialista, os usuários do Twitter encontraram declarações da ex-assessora em um momento bem oportuno: o início do golpe de Estado no Brasil.
“Não vai ter copa!” brandava Marcelle em 2014, fazendo coro com a campanha pseudo-esquerdista que se movimentou contra o governo Dilma enquanto este mesmo realizava o maior evento esportivo do mundo no Brasil. O movimento em si foi um dos pontos de partida para a política de golpe de Estado que se desenvolveria até 2016.
Mas não achamos que um trabalho tão sério não deixaria de ser devidamente recompensado. Em 2020, alegre e saltitante, Marcelle Decothé (anti-europeu mas com nome em francês) comemorava o seu reconhecimento pela bela Fundação Setubal, ligada nada mais do que aos donos do maior banco privado do País. “Nós por nós” comemorou a ex-assessora, pois aparentemente ser pauliste é complicado, mas ser banqueiro tudo bem,
Porém, esta visível contradição fica explicável com outras declarações dada por Marcelle em seu Twitter. Ora, se relacionar com banqueiro já não seria mais um problema de raça, mas sim de classe social, diria qualquer marxista, não é mesmo? Pois então Marcelle Decothé responde à altura:
Em sua defesa, Marcelle explica em maiores detalhes sua rejeição ao marxismo. Seria por que, como dizem alguns identitários, Marx esquece dos negros, índios e demais povos oprimidos? Seria por que o marxismo foi fundamental para entender a luta de classes, mas devemos ir além, como afirmam os sábios das universidades? Aparentemente o problema é mais profundo:
Infelizmente, Marcelle talvez já tenha notado em 2013 que, receber dinheiro de organizações do imperialismo, defender golpe de Estado contra o PT, e ser admiradora de banqueiro era algo que não poderia ser justificável por meio de uma doutrina marxista, ou qualquer outra ideologia de esquerda.
O interessante das ideias de Marcelle é que fica bem claro que os identitários querem mesmo é cargo. Não há coerência nenhuma. Para hostilizar 50 milhões de pessoas, usa a carapuça pseudo esquerdista de criticar “branco europeu”, e ainda com a idiotice da linguagem neutra. Mas se for para apoiar banqueiro e presidente dos Estados Unidos está tudo certo. Parecer radical hostilizando o povo, tudo bem, mas defender o marxismo, isso não.
É uma grande fraude. São pessoas adestradas pelo imperialismo para servirem a um objetivo contrário ao povo brasileiro.