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Estadão

As idiotices da imprensa imperialista

Blog do Estadão ataca o comediante Bassem Youssef, que viralizou após conceder entrevista com sarcasmo sobre as ações do Estado terrorista de Israel

Em toda cobertura de guerra surgem os neutros, sempre supostamente perplexos com o desenvolvimento da violência. Esse é o tom do “Blog da Giuliana Morrone: Impressões, pensamentos, verdades e versões”, que escreveu coluna sob o título Quem é o idiota? Quem é o son of a bitch nesta guerra?”.

O texto critica, de modo infantil, o humorista Bassem Youssef, que se tornou um herói para quem defende a Palestina depois de uma aparição no programa de Piers Morgan, um jornalista britânico da Talk TV. Youssef viralizou nas redes sociais e se notabilizou pelo sarcasmo com que expôs a cobertura da guerra de Israel contra a Palestina. Em uma das passagens, Youssef diz: 

“Esses palestinos são muito dramáticos. ‘Ah, Israel está nos matando’, mas eles nunca morrem”, afirmou. “Quer dizer, eles sempre voltam. Eles são muito difíceis de matar, pessoas muito difíceis de matar. Eu sei, porque sou casado com uma palestina. Eu tentei muitas vezes. Tento várias vezes, mas ela usa nossos filhos como escudos humanos.”

Percebendo que a genialidade de Youssef estava se descambando contra o sionismo, o entrevistador tenta posicionar a entrevista para um ângulo mais tradicional, “a sério”, levando o comediante a caçoar do de Ben Shapiro, comentarista fascista que tinha aparecido anteriormente no programa. Segundo Shapiro, “a única solução para a guerra Israel-Gaza é que Israel anexe Gaza e mate o máximo de pessoas para que o que está a acontecer não acontecer novamente”. Youssef perguntou, “Então, minha pergunta para Ben Shapiro é: quantos precisamos matar para que Ben Shapiro fique feliz?”.

Em outro momento, Youssef diz: 

“Nunca vi uma vítima sitiar o seu opressor e bombardeá-lo 24 horas por dia, 7 dias por semana”, disse Youssef. “Israel quer que você acredite que eles são as vítimas. Lidar com Israel é muito difícil. É como estar em um relacionamento com um psicopata narcisista. Ele te fode e depois te faz pensar que a culpa é sua. Você olha para Israel como o Super-Homem, mas eles são na realidade o Homelander”.

Essa é uma parte dos cerca de 25 minutos da entrevista que viralizou, tendo sido denominada por Giuliana Morrone como “aberração”, pelo simples fato de Youssef ter, corretamente, comparado Israel com o grupo terrorista Estado Islâmico. 

“Não satisfeito com sarcasmo grotesco, o comediante disse: we should kill as many sons of bitches as possible” (deveríamos matar tantos filhos da puta quanto possível), diz Morrone. Para a jornalista do Estadão, “a Guerra no Oriente Médio e os absurdos que surgem por aqui, em defesa de ideologias” e “Não é tempo de sarcasmos e ironias”.

Como assim? Primeiramente é preciso dizer que todo jornalismo na guerra é o jornalismo referente a uma posição, principalmente quando se trata de veículos como o Estadão, cuja principal função é de propagandear os feitos e atenuar polêmicas vindas dos países imperialistas beligerantes. A posição é invariavelmente tenebrosa, tétrica e sempre em favor do morticínio, mesmo quando tenta passar impressão de paz.

Com base nessa posição da imprensa pró-guerra contra o mundo árabe, é que Youssef procedeu com o sarcasmo, a única arma que o comediante tinha disponível para desmoralizar seu entrevistador. Portanto, o sarcasmo contra o imperialismo é absolutamente legítimo.

Deste ponto, Morrone vincula o viral do comediante ao Brasil, no que ela afirmou ser a “versão brasileira da polarização” onde “não há reflexão, não há contexto histórico, não aparecem as pessoas, vítimas do conflito. É guerra de torcidas. Um lado tem foco nos ataques terroristas do Hamas, o outro, nos mísseis israelenses contra a Faixa de Gaza”, afirmou. 

Quando um conflito escala, os centristas emergem para tentar analisar questões morais como “guerra de torcidas”, como se a luta dos povos contra a opressão não tivesse nenhuma importância, e na realidade é isso que Morrone tenta fazer, ou seja, diminuir a importância do sarcasmo para desmoralizar um apresentador que tentava fazer uma propaganda de guerra. O sarcasmo é legítimo ao ser o mínimo que pode ser feito diante de tanta violência do Estado terrorista de Israel.

Por isso, naturalmente, a esquerda fica ao lado da Palestina e a direita ao lado de Israel. A direita tende a ver Israel como um opressor que está lutando contra o “mal”, contra o “impuro”. Porém, Morrone acha essa associação um absurdo. “Há uma equivocada associação que pretende ligar Israel ao que chamam de direita no Brasil e Hamas ao que classificam de esquerda brasileira”, afirmou.

Para tentar fugir à responsabilidade do debate, Morrone finaliza seu texto com uma descrição do seu círculo social, dizendo que tem conhecidos judeus e palestinos, que familiares italianos viveram o “horror do fascismo”, etc. “Só um idiota para não se dar conta de que, ao falar do terrorismo, do extremismo, dos foguetes e mísseis, antes de mais nada, é preciso falar e considerar as pessoas que estão em sofrimento”.

É uma tentativa de dizer que qualquer lado do conflito está errado, pois com isso se demonstraria a violência bárbara e equivocada atualmente. Toda essa tergiversação útil em um jornal defensor do sionismo e da guerra contra os palestinos. Os jornais acomodam esse tipo de questão blasé para mostrar “pluralidade”, quando, na verdade, tenta impor uma “racionalidade”, demovendo as pessoas em tomar a posição dos países oprimidos. É uma supressão completa do debate em defesa da Palestina, a partir da crítica a um comediante genial.

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