Chamada de “inovadora” pelo governo Tarsísio de Freitas (Republicanos), a prática de internação compulsória de mendigos em ditas “escolas rurais” pretende colocar os 86 mil moradores de rua do estado em regime de internato semelhante a cadeias públicas. A medida foi oficializada no Diário Oficial do Estado da quinta-feira (3).
A medida de Alexandre de Morais, que será analisada no dia 11 de agosto, corrobora com a posição de Tarcísio de Freitas de internar os mendigos em locais criados pelo governo. No lugar de internar, contudo, a imprensa burguesa divulga a ideia como um grande feito do governo, como se isso fosse resolver o problema das pessoas que moram na rua.
Muito longe disso, é de notório conhecimento da população os maus tratos exercidos pelo governo em relação aos moradores de rua. A polícia os espanca diariamente, tira seus pertences, dentre outras ações de violência.
A internação compulsória não vai melhorar essa situação. Colocar os mendigos em verdadeiras cadeias com más condições de vida, só vai servir para esconder o problema da habitação no estado de São Paulo.
Das 86 mil pessoas que moram na rua no estado, 56 mil são da cidade de São Paulo. Isso totaliza quase a metade dos moradores de rua do Brasil, que atinge o número de 206 mil. Grande partes dessas pessoas está presente no centro histórico da cidade, local em que é travada uma verdadeira guerra diária contra esses habitantes pela GCM. A polícia, dedicada a “proteger o patrimonio histórico” da cidade, exerce sua função impedindo que o patrimonio seja ocupado pelos mendigos que tentam descansar os seus pertences nas calçadas e bancos da praça da Sé e da República.