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Liga Árabe

Aproximação entre Síria e Arábia Saudita é ameaça ao imperialismo

O fortalecimento do Oriente Médio e a recusa das imposições norte-americanas representa uma vitória dos povos oprimidos

O imperialismo vem se enfraquecendo, ficando nu, aos olhos do mundo inteiro. A derrota dos Estados Unidos no Afeganistão, a humilhante derrota na guerra dos norte-americanos contra a Rússia (até o momento), o fortalecimento econômico, militar e político do Irã e a busca de setores radicalizados de direita de Israel em buscar uma política independente dos Estados Unidos (ainda que genocida, frente ao povo palestino), tem despertado vários países do Oriente Médio a enfrentar o duro regime imperialista. 

Na península arábica, região de amplo domínio militar dos Estados Unidos, insurgências vão se colocando frente à crise internacional e necessidade de sobrevivência. Durante a Copa do Mundo de 2022, assistimos a uma onda de ataques ao Catar com base no identitarismo, na plantação de notícias falsas sobre o número de mortos durante a construção de estádios naquele país, tudo porque a Al Jazeera – que é sediada no Catar – começou a ter uma posição mais nacionalista e pró-arabismo, denunciando crimes dos Estados Unidos na região.

Recentemente, outro duro golpe no imperialismo foi dado pela China, que estabeleceu um plano de paz entre sauditas e persas, o que possibilitará a construção de um mercado comum, acordos de circulação petrolífera, desenvolvimento comum e, sobretudo, defesa contra o imperialismo. As possibilidades de independência na região podem ir além, mas são possibilidades que o tempo dirá, pois o imperialismo não para sua sanha em sancionar, boicotar e destruir países inteiros com guerras.

Diante dessa possibilidade, a Arábia Saudita já lidera esforços para se aproximar da Síria de Bashar Al Assad, boicotado na Liga Árabe desde 2011, na era das “primaveras árabes”, quando o líder sírio se manteve de pé enquanto Kadafi e Mubarak caíam. À época, a própria Arábia Saudita foi território logístico para as barbaridades daquele movimento de revolução de cores, auxiliando militarmente em toda a destruição vinda do Marrocos até o Egito, chegando no Líbano, Síria até o Cáucaso e leste europeu. 

A mobilização da Arábia Saudita ruma em direção a uma contradição com o imperialismo, derrotando momentaneamente as pretensões norte-americanas em manter Assad isolado. O reino saudita quer que a Síria seja readmitida na Liga Árabe, um histórico bloco regional, a tempo de uma reunião em Riad no próximo mês. Os Emirados Árabes Unidos, que lideraram os esforços de normalização com Assad ao reabrir sua embaixada em Damasco em 2018, apoiam o plano.

A readmissão da Síria na Liga Árabe, um bloco criado em 1945, mostraria que Assad – que preside um Estado despedaçado por uma guerra civil e do imperialismo norte-americano, com auxílio da própria Arábia Saudita e Israel pelo controle da água na região e de localização logística privilegiada, com a possibilidade de controle por um governo fantoche, fortaleceria Assad e o retiraria da condição de “pária internacional”, enfraquecendo ainda mais os Estados Unidos na região.

O retorno da Síria ao maior bloco do mundo árabe também representará o ápice da política fracassada do imperialismo em relação à Síria e uma vitória diplomática, não apenas para Assad, mas também para seus apoiadores na Rússia e no Irã, que apoiaram Damasco ao longo de mais de uma década de conflitos. Além de colocar dentes afiados na, cada vez mais rebelde, Arábia Saudita, fortalecendo laços com a Síria e enfraquecendo o imperialismo.

Desde a visita dos chineses aos sauditas, conjuntamente com os persas, a guerra por procuração das tropas sauditas contra o iemenitas também passa por cessar-fogo, indicando que a Arábia Saudita quer frear a guerra, numa trégua após 8 anos. A vitória diplomática ocorreu após visita de uma delegação saudita e Omã, fronteira com o Iêmen, na região controlada pelos Houtis. As conversações com os anti-imperialistas Houtis obtiveram sucesso, graças às negociações recentes entre Riade e Teerã sob os auspícios da China.

A Arábia Saudita se fortaleceu diplomaticamente e dá sinais claros de ruptura com o imperialismo. O fortalecimento do Oriente Médio e a recusa das imposições norte-americanas representa uma vitória dos povos oprimidos, o que poderá levar a uma mudança de posicionamento de diversos países e inspirando a luta dos povos contra o regime de opressão e de terror global imposto pelos Estados Unidos.

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