Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Imperialismo sabota o Brasil

Apagão nacional é efeito da privatização da Eletrobrás

A privatização do sistema de energia não é um raio em céu azul. Faz parte de toda uma ofensiva do imperialista para saquear o país, através do roubo das nossas estatais.

Nessa terça (15), um apagão atingiu 25 estados da Federação e o Distrito Federal.

O apagão se deu a partir das 8h29 da manhã, em razão da abertura da interligação Norte-Sudeste, uma série de linhas de transmissão de energia, que conecta as instalações de geração das regiões Norte e Nordeste com as instalações de consumo na região Sudeste.

No norte do país estão duas das mais importantes hidrelétricas do país, a de Tucuruí e a Belo Monte. O apagão foi resultado da interrupção de uma alta carga de energia elétrica: 16 mil MW, consoante informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Assim, quase todos os estados da Federação e o Distrito Federal foram atingidos, com exceção de Roraima, que não faz parte do sistema interligado.

Ainda não foi possível apurar o porquê de a abertura da interligação ter resultado no apagão. Especula-se, genericamente, ter havido “falha operacional”, tendo em vista que, não sendo época de seca extrema, os reservatórios das hidrelétricas estão cheios, e não era horário de pico do consumo quando se deu o apagão.

Segundo integrantes do ONS, informações preliminares mostra que o a falha que resultou no apagão teria começado em subestação próxima à hidrelétrica de Belo Monte (PA), a subestação.

O ocorrido traz à lembrança a crise do apagão que ocorreu durante o segundo governo Fernando Henrique Cardoso, entre 1º de julho de 2001 e 19 de fevereiro de 2002, em razão da falta de investimento e do sucateamento do sistema brasileiro de geração de energia.

Lembremos, também, que FHC foi o maior capacho do imperialismo que já governo o Brasil. Em seus governos, foi promovida uma gigantesca liquidação da indústria nacional e dos serviços públicos, liquidação esta que se deu, em grande parte, por meio da política de privatizações.

Nesse sentido, apesar de ainda não se ter todos os detalhes do ocorrido, chama a atenção o fato de um apagão dessa magnitude ter ocorrido no Brasil após a privatização da Eletrobrás, realizada pelo governo Bolsonaro.

Já não é segredo para ninguém que as privatizações não promovem (ao contrário da propaganda da burguesia) nenhuma melhora ou eficiência na prestação dos serviços que são privatizados. Pelo contrário, tendem a ficar drasticamente pior, prejudicando profundamente a vida da população.

Igualmente, não é segredo como se dão as privatizações: o imperialismo, através de seus agentes internos (capitalistas e políticos), sucateia as estatais, reduzindo a qualidade e a eficiência dos serviços essenciais. Uma vez sucateadas, utiliza-se de sua imprensa para fazer a propaganda de que o serviço público, estatal, é ineficiente. Através dessa propaganda, preparam o terreno para que as privatizações sejam realizadas sem que haja oposição significativa da população, em especial da classe média.

Com a privatização, os serviços prestados à população pioram drasticamente. Enquanto isto, o capital imperialista e o capital nacional associado tem lucros astronômicos.Foi assim com todas as privatizações feitas no Brasil (e no mundo). E já está sendo assim com a privatização da Eletrobrás, cuja rede interliga a maior parte do Brasil, país com uma das maiores rede elétricas do mundo (senão a maior). Uma mina de ouro para o imperialismo.

Não obstante ainda ser necessário descobrir as causas precisas do apagão, é seguro dizer que ele decorreu, de maneira geral, de uma rede elétrica completamente instável. Instabilidade esta decorrente da política de abandono e sucateamento do sistema elétrico, que precedeu à privatização da Eletrobrás. Em pouco mais de um ano já estamos colhendo os frutos dessa política criminosa.

Crime este cometido pelo governo Bolsonaro, que, mostrando que nada tem de nacionalista, entregou a Eletrobrás por a mixaria de R$40 bilhões, menos de 5% de seu valor total. Não foi uma venda, foi uma entrega ao imperialismo e seus especuladores, nacionais e internacionais. Com a privatização, os votos do governo federal nas decisões do conselho gestor da empresa representam apenas 10% do total das ações. Em outras palavras, nenhum controle do governo nacional sobre as decisões da empresa.

Ainda sobre essa traição ao país, realizada pelo entreguista Bolsonaro, cumpre relembrar o que foi noticiado por este Diário no ano de 2022: Jorge Paulo Lemman, o capitalista que faliu as Americanas, foi um dos especuladores que saiu lucrando com a privatização da Eletrobrás. Adquiriu, por míseros R$50 mil (valor menor do que um carro popular) a empresa de energia Cepisa, uma distribuidora da Eletrobrás que atua no Piauí. Ademais disto, desde que foi dado início ao processo de privatização da antiga estatal, Lemman se tornou o maior proprietário de ações preferências da Eletrobrás.

Mostrando que Lemann ainda sobrevoa como um típico abutre do capital financeiro o sistema brasileiro de distribuição de energia, recentemente foi noticiado que ele e seus sócios (Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira) compraram 5,07% da Copel (Companhia Paranaense de Energia), estatal que foi recentemente privatizado pelo governador direitista Ratinho Jr. (PSD). A aquisição foi feita através da 3G Radar, empresa controlada pela 3G Capital, uma empresa brasileira-estadunidense, que tem como donos, dentre outros, Lemann, Telles e Sucupira.

É importante destacar que o avanço desses especuladores sobre as estatais de energia não é um raio em céu azul. Faz parte de toda uma ofensiva do imperialista para saquear o país, através do roubo das nossas estatais, através da farsa da privatização. O próprio Lemann é uma a pessoa estreitamente vinculada com o capital imperialista. Não é coincidência que ele já fora o 19º homem mais rico do mundo, e o 2º rico do Brasil. Além da 3G, faz parte de seu império a Ambev, empresa pertencente Anheuser-Busch InBev, multinacional que resultou da fusão da belga Interbrew e da da própria Ambev.

Assim, Lemann não é o único especulador vinculado a imperialismo a avançar sobre estatais brasileiras. Há certamente inúmeros outros. E não apenas especuladores brasileiros vinculados ao imperialismo, mas os próprios imperialistas.

No mesmo sentido, o sistema de distribuição de energia elétrica não é seu único alvo. Com a tal política ambientalista de transição energética, um dos alvos primordiais do imperialismo continua sendo a Petrobrás.

É uma ofensiva coordenada, e que conta com agentes internos para que seja realizada, quais sejam, a imprensa burguesa, os políticos comprados, a burocracia estatal e as ONGs.

E ela continua a todo vapor, com se vê com a nomeação de Ivan de Souza Monteiro para a presidência da Eletrobrás. Uma pessoa de confiança do imperialismo, já foi presidente do Credit Suisse, tendo também presidido a Petrobrás durante o governo golpista de Michel Temer.

Ademais disto, tal ofensiva não é destinada pura e simplesmente para que o imperialismo aprofunde seu parasitismo sobre o Brasil durante o governo Lula. Não, a ofensiva de privatizações também serve como sabotagem ao governo. Afinal o resultado delas é a inevitável piora das condições materiais de vida do povo brasileiro. Com as privatizações ocorrendo sob a presidência de Lula (afinal, ele não está conseguindo revertê-las), a imprensa fomentará propaganda contra o governo, a fim de que ele perca apoio de sua base social, possibilitando que a ofensiva golpista avance em direção à sua derrubada. Por que motivo? Para substituí-lo por uma pessoa de confiança do imperialismo, uma pessoa da 3ª via, um FHC dois, a fim de que a política neoliberal seja aplicada em toda sua extensão.

Assim, uma crise dessa magnitude é uma das últimas coisas que o governo Lula precisava nesse momento. Estando emparedado de todos os lados pela burguesia imperialista e seus agentes internos (inclusa a própria burguesia nacional), o presidente não está conseguindo implementar a política que pretende, qual seja, uma polícia voltada para a reindustrialização do país, para o desenvolvimento nacional e, consequentemente, para uma melhoria profunda e duradoura na vida a população. Restando-lhe apenas atuar na brecha, até agora o governo conseguiu apenas melhorias superficiais e instáveis para o povo brasileiro. Melhorias que caem por terra com facilidade diante de crises agudas.

Com o apagão de hoje, que durou apenas a manhã e parte do começo da tarde, inúmeros transtornos já foram noticiados. Transporte público parado, comércios prejudicados etc. Uma onda de apagões potencializaria esses transtornos, afinal, não é possível o funcionamento da sociedade atual sem energia elétrica (ao contrário do que pretendem os ambientalistas e identitários). Uma onda de apagões, então, resultaria em uma crise aguda.

Conforme apontado, o governo Lula está emparedado pela burguesia, não tendo nenhuma força institucional para implementar seu programa nacionalista de governo. Sendo assim, o único caminho para barrar o avanço do imperialismo sobre o país e a consequente devastação econômica e social é via uma ampla mobilização das massas, liderada pela classe operária. Relembremos que Lula só conseguiu ser eleito para seu terceiro mandato por ter recorrido à mobilização do povo, no segundo turno. Nesse sentido, só conseguirá governar para o povo através da mobilização do mesmo.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.