No último sábado (18), o companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária, realizou sua tradicional Análise Política da Semana, transmitida na Causa Operária TV em todas as redes sociais.
Logo no começo do programa, o companheiro Rui explicou uma questão que constantemente aparece na imprensa burguesa para atacar não só o PCO, mas todo o movimento pró-Palestina: defender o fim do Estado de Israel é diametralmente oposto a defender o genocídio do povo judeu. Setores direitas fazem a campanha de que o grito “Palestina livre do rio ao mar” defende o morticínio judeu, mas não passa de uma campanha de calúnia e difamação contra a luta real. A defesa do fim do Estado de Israel significa a defesa do estabelecimento de um Estado democrático, plural e laico, onde judeus e muçulmanos convivam de forma pacífica – como era anteriormente à imposição do Estado sionista.
“Precisamos chamar muita atenção para o Ministério da Verdade sionista”, apontou o companheiro Rui. O desenrolar de sua fala traz à luz do dia a denúncia de que equiparar o que foi feito pelo Hamas, supondo que o que contou as Forças de Defesa de Israel fosse verdade, com o que é sistematicamente feito pelo Estado de Israel é um crime. Outro fator importante, por sua vez, é a campanha patrocinada pelo imperialismo em todos os países ocidentais contra o antissemitismo. Não passa de uma farsa, no entanto, pois é uma campanha que vem à tona justamente no momento onde o Estado de Israel está matando quase duzentas crianças por dia. Os meios burgueses tentam emplacar a narrativa de que os palestinos não estão lutando para botar fim à chacina que acomete o seu país, mas sim contra os judeus. Querem afirmar que o problema no mundo não é o massacre palestino, mas o crescente ataque contra judeus. “É a tentativa de criar uma realidade que não existe para disfarçar o horror que está sendo provocado na Faixa de Gaza”.
A farsa assume outra face, porém, quando começam a cobrar críticas contra o Hamas. No tempo do golpe, toda defesa ao governo era respondida pelos setores da direita com “e o PT?”, cobrando uma postura crítica contra os alvos do golpe, e agora não é diferente. “E o Hamas?”, perguntam os bolso-sionistas, mas, conforme pontuou o companheiro Rui, o que teríamos “que condenar do Hamas, propriamente? Porque se você condena um ataque que teria matado – o que não é verdade – 700 civis israelenses, o que você vai fazer contra um regime que matou 5.000 crianças?”. Não há como defender que os setores progressistas critiquem o Hamas, quando o que o Hamas faz é dizimar a população palestina na íntegra e o Hamas é, de forma absoluta, quem lidera a resistência do povo palestino.
A conclusão sobre essa questão do antissemitismo, no entanto, é clara. O que a propaganda da direita brasileira e internacional está classificando como antissemitismo “é a luta em defesa do povo palestino contra as monstruosidades de Israel”, apontou Rui Costa Pimenta. “Nós não podemos partilhar o que está acontecendo, tampouco aceitar. Não estamos em luta contra um vago ‘antissemitismo’, pois isso é um fantasma inexistente”. Não é porque existe um ou outro caso antissemita que haverá uma onda de ataques em massa contra os judeus por serem judeus. Não existe essa proporção e isso precisa ficar claro.
Sobre o assunto do antissemitismo, ainda, o companheiro aponta que “o que devemos combater é a campanha fraudulenta contra o antissemitismo, que não passa de uma campanha em defesa dos crimes cometidos pelo Estado de Israel.”
Eleições na Argentina
Neste domingo (19), a Argentina passará pelo segundo turno de suas eleições, entre o candidato supostamente peronista, Sérgio Massa, e Javier Milei, candidato ultra liberal de extrema-direita, e há uma constatação que Rui Costa Pimenta fez questão de pontuar durante o programa: “o que ficou claro, até agora, é que o imperialismo apoia a candidatura de Milei, uma pessoa muito fora do normal. (…) Isso expressa a receita dos Estados Unidos para a América Latina e para os países atrasados no geral”.
Se existe a ilusão de que o imperialismo tem uma função democrática no continente, conforme pontuou o companheiro, é necessário pensar duas vezes, pois “o contraste que é dado entre a política do imperialismo na Argentina e a política do governo Lula é muito claro”. De forma geral, significa que o que vem pela frente não é um bom cenário e é preciso que todos os setores estejam politicamente preparados para o que virá.
Ataques ao PCO
Na última semana, conforme denunciou este Diário, uma federação de grupelhos publicou em conjunto uma nota de insatisfação contra a ação do PCO nos atos pró-Palestina; calúnia na qual Rui Pimenta, o presidente nacional do Partido, tirou um tempo para explicar o que está de fato acontecendo.
Em suma, o ataque contra o PCO não é apenas contra o PCO, mas contra o movimento em defesa da luta dos palestinos. “O problema deles não é o Hamas, não são as posições políticas do PCO, não é nada disso. A divergência é que o PCO tem uma participação muito grande no movimento e nos atos, até porque para esse pessoal, fora dos atos, não tem nada”, comenta Rui, informando que os supostos organizadores dos atos “não publicaram um panfleto, um cartaz, nada”, sendo todos os materiais publicados pelo PCO ou pelos Comitês de Luta.
“O que eles querem é pegar o movimento da Palestina e transformar numa plataforma de promoção individual”, disse, denunciando que, para estes grupos, “não é uma luta pela Palestina”, pois não fazem nada pela própria Palestina.
Os atos reuniram diversos episódios de censura contra membros do PCO, princípios de confusão e tentativas de expulsarem o Partido dos atos, mas, no fim, de acordo com o companheiro Rui, “não passa de uma medida de três ou quatro grupelhos que querem aprisionar, para seus objetivos particulares, um movimento que não fazem nenhum esforço para desenvolver”.
Postura do PT e do governo Lula em relação à Palestina
“O que o PT está fazendo é uma capitulação”, denunciou, pois a campanha do sionismo, no Brasil, é uma campanha bolsonarista. Isso significa, de forma prática, que muitos grupos estão a reboque da política do bolsonarismo na questão palestina.
Enquanto os bolsonaristas estão em uma escalada em defesa da violência e da censura, usando Israel como pretexto, o PT não faz nada. “É uma capitulação que não passará em branco e eventualmente custará caro”, desabafou o companheiro Rui, confirmando que, no fundo, os demais grupos e partidos “estão muito acuados pelo sionismo”.
O PCO é um Partido trotskista
Por fim, em sua exposição, Rui revelou que o PCO não será acuado pelas críticas que tanto os grupelhos, quanto a direita fazem ao Partido. Se o problema for a bandeira do Hamas, agora terão mais um motivo para terem dor de cabeça, pois, durante o programa, o presidente nacional do PCO revelou as novas bandeiras que serão empunhadas pelo bloco do Partido nos próximos atos: FPLP, Jihad Islâmica e Hesbolá.
Confira a fala de Rui Costa Pimenta, sob aplausos calorosos, a respeito da postura do Partido contra as tentativas de ser silenciado:
“Nós somos um grupo trotskista. Não sei o que as pessoas sabem o que isso significa, mas Trótski foi a pessoa mais caluniada do século 20, com muita gente procurando enterrar sua luta debaixo de uma montanha de calúnias. Os trotskistas nunca abaixaram a cabeça diante dessas calúnias.
Nós não vamos, agora, abaixar a cabeça diante de uma corja, de uma escória sionista da Rede Globo, dos bolsonaristas e do sionismo genocida, e deixar de defender as pessoas que estão lutando.”
Análise Política da Semana
A Análise ocorre toda semana, durante os sábados, às 13 horas, logo após o fim do “Esquenta da Análise”, e os companheiros podem assistir tanto no YouTube, quanto virtualmente no Twitter ou presencialmente em São Paulo, nos auditórios da Causa Operária TV.
