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Seleção brasileira

Ancelotti seria uma bola fora contra futebol brasileiro

Sem entrar no mérito de se é um bom treinador, ou não, o que importa é que o jogo entre as seleções nacionais deveria ser uma disputa entre os países

Foi confirmado nesta sexta-feira, 10, que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) avançou nas discussões com o técnico do Real Madrid, o italiano Carlos Ancelotti, para treinar a Seleção Brasileira. Se isto de fato ocorrer, a entidade responsável pelo futebol no país estará enfiando mais uma bola fora para entrar no seu currículo de ataques ao futebol nacional.

O principal argumento contra a nomeação de qualquer técnico estrangeiro no comando da Canarinho é a nacionalidade. Ancelotti não é brasileiro. Sem entrar no mérito de se é um bom treinador, ou não, o que importa é que o jogo entre as seleções nacionais deveria ser uma disputa entre os países. Caso contrário, as seleções tornar-se-ão qualquer competição entre clubes nos moldes atuais. O time sob comando de Ancelotti, por exemplo, o Real Madrid, é um clube espanhol. No entanto, o que se menos tem no elenco são jogadores nascidos na Espanha.

Um “esperto” argumentará que, em outros países, a inclusão de outras nacionalidades já ocorre. E é fato. No entanto, o fato de as grandes seleções europeias, com França, Espanha, Alemanha e Itália, terem de recorrer a imigrantes e outras nacionalidades é simplesmente um atestado da decadência do futebol europeu. O Brasil foi pentacampeão mundial — aliás, o único — apenas com técnicos brasileiros.

Se for para ser um vale-tudo, como fazem os europeus diante de sua mediocridade, basta abolir a Copa do Mundo e manter apenas os clubes. Assim, fica fácil. Os ricos clubes imperialistas contratam os melhores jogadores do mundo, geralmente não oriundos do país de fato dos clubes, e ganham uma série de competições. Algo, além de chato, extremamente nocivo ao futebol.

Os vendidos da imprensa, baba-ovos dos técnicos europeus, dirão: “aah!, mas o Brasil não ganha Copa desde 2002, o futebol brasileiro está ultrapassado”. Estes, no entanto, repetem apenas o que manda a cartilha do imperialismo mundial. Primeiro, o Brasil já passou 24 anos sem ganhar Copa do Mundo, entre 1970 e 1994, e voltamos a vencer com um técnico brasileiro e ainda participamos de três finais consecutivas (1994, 1998 e 2002), vencendo duas destas.

Ocorre que a partir da década de 1970 o futebol passa por uma gigantesca transformação. O esporte torna-se um grande centro de especulação e os europeus desenvolvem métodos — retranca e violência — para barrar o futebol brasileiro. Naturalmente, isso prejudica o Brasil, que, no entanto, após duas décadas, se reorganiza e conquista dois mundiais. O que nos leva ao segundo ponto: desde a crise financeira de 2008, o futebol passou novamente por grandes transformações. A evasão dos jogadores brasileiros aumentou, a idade com que os craques saem do país diminuiu e uma série de outros fatores, que envolvem manipulação e ataques em defesa dos interesses do imperialismo.

No entanto, a globalização, que permitiu essas séries de transformações, está decaindo, como mostra a profunda crise do futebol europeu. Isso tende a dificultar as manobras capitalistas em relação ao futebol, o que favorece o Brasil.

Além disso, a Seleção Brasileira precisa resgatar o futebol-arte brasileiro se quiser ser campeã. Resgatar e se adaptar para vencer os europeus. Ancelotti assumindo a Seleção, ao contrário, apenas prejudicará a Canarinho. O Real Madrid não joga bonito. A conquista da Liga dos Campeões foi feita na base da raça dos jogadores, dependendo muito mais da habilidade individual (que é grande em um time com Vinícius Júnior, Rodrygo, Benzema, etc.) do que do jogo coletivo.

Existe outro fator importante. Os técnicos estrangeiros não acompanham o futebol nacional. O que significa que o fim de qualquer possibilidade de um jogador que atua no Brasil de ser convocado para a Seleção. Isso significa um maior distanciamento do escrete nacional do povo brasileiro, mas também a manutenção de um esquema que claramente não está dando certo: a prioridade para jogadores que atuam na Europa.

Por fim, é importante ressaltar que existem inúmeros bons técnicos brasileiros. Dorival Júnior, por exemplo, recuperou o Flamengo do desastre causado pelo português Paulo Sousa. Fernando Diniz, mesmo com elencos não tão valorizados, sempre está no topo do futebol nacional, fazendo seus jogadores jogarem o fino da bola. São para nomes como estes que a CBF deve olhar.

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