Na quinta-feira (23), o analista militar norte-americano publicou no portal russo Sputnik uma coluna analisando a trégua entre Israel e os grupos armados palestinos, principalmente o Hamas. Ele afirma com todas as letras que a trégua não só é uma vitória para o Hamas em todos os sentidos mas também uma derrota humilhante para “Israel”.
Scott Afirmou: “O Hamas, por outro lado, fez de um de seus principais objetivos ao iniciar a atual rodada de confrontos com Israel a libertação de prisioneiros palestinos, especialmente mulheres e crianças, detidos por Israel. Visto sob essa perspectiva, o cessar-fogo representa uma importante vitória para o Hamas e uma derrota humilhante para Israel.”
Outro ponto importante é sobre a doutrina genocida de “Israel” conhecida como Dahiya: “Nesse contexto, o Hamas foi orientado pela estabelecida doutrina israelense de punição coletiva (conhecida como Doutrina Dahiya, nomeada após o subúrbio de Beirute Ocidental, intensamente bombardeado por Israel em 2006 como forma de punir o povo libanês pelo fracasso de Israel em derrotar o Hesbolá em combate). Ao infligir uma derrota humilhante a Israel, que quebrou tanto o mito da invencibilidade israelense (em relação às Forças de Defesa de Israel) quanto o da infalibilidade israelense (em relação à inteligência israelense), e ao levar centenas de israelenses como reféns antes de se retirar para seu covil subterrâneo sob Gaza, o Hamas preparou uma armadilha para Israel, na qual o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu previsivelmente se precipitou.”
E ele ainda concluiu: “Mas uma coisa é certa: ao declarar que a vitória é definida pela derrota total do Hamas, os israelenses prepararam o terreno para uma vitória do Hamas, algo que o Hamas consegue simplesmente sobrevivendo.
No entanto, o Hamas está fazendo mais do que sobreviver; está vencendo. Tendo enfrentado as Forças de Defesa de Israel em um impasse no campo de batalha, o Hamas viu todos os seus objetivos estratégicos neste conflito se concretizarem. O mundo está expressando ativamente a absoluta necessidade de uma solução de dois estados como pré-requisito para uma paz duradoura na região. Os palestinos mantidos prisioneiros por Israel estão sendo trocados pelos israelenses que o Hamas fez reféns. E o mundo islâmico está unido em condenar a profanação da Mesquita de Al-Aqsa por Israel.
Longe de ser eliminado como uma força militar e política, o Hamas emergiu talvez como a voz e autoridade mais relevantes na defesa dos interesses do povo palestino.”