No último dia 11 de janeiro, a Lojas Americanas anunciou um rombo de R$ 20 bilhões no seu balanço, com denúncias de falsificação contábil, cujo os envolvidos são, nada menos que, os três nomes na lista de mais ricos do Brasil: Jorge Paulo Lemann , Marcel Telles e Beto Sicupira, que também são controladores da Ambev.
As Lojas Americanas, uma empresa que atua principalmente no comércio varejista, fundada em 1929 em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, conta hoje com mais de 3.800 pontos de vendas em todo o País, com um faturamento de cerca de R$ 32,2 bilhões anuais, anunciou recentemente um rombo estimado em 20 bilhões de reais que, segundo o demitido e ex-presidente da empresa, Sérgio Rial, as dívidas se arrastavam já “por cerca de 7 a 9 anos”, e estavam relacionadas aos tais “risco sacado”, uma das formas dos parasitas capitalistas darem o golpe na praça, ou seja, as operações da Americanas não constavam no balanço da companhia, e não eram divulgadas ao mercado como “dívidas”, mas como uma conta de fornecedores e, os juros que seriam pagos pelos bancos eram contabilizados como redução na conta de fornecedores e não como uma despesa financeira da empresa varejista.
Além disso, como não poderia deixar de ser, tais operações são isentas de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) e ainda passíveis de gerar outras vantagens fiscais. Tais operação, são mais um exemplo de que os grandes capitalistas não pagam imposto no País (vai um cidadão comum realizar qualquer operação bancária e se ele não vai ser onerado com imposto por tudo quanto é lado!).
Um dos prejudicados, pelo golpe dos donos da Americanas, foi o Banco BTG Pactual, que tem como um dos seus fundadores Paulo Guedes ex-ministro da Economia do governo golpista de Jair Bolsonaro, e Luiz Cezar Fernandes ex-sócio de Jorge Paulo Lemann no Banco Garantia (é cobra comendo cobra), que entrou na Justiça para tentar reverter a liminar que protege a Americanas do bloqueio de bens e recursos, já que o banco é credor de uma dívida da empresa varejista estimada em R$ 2,3 bilhões.
A Americanas além de dar golpes na praça, conta no seu histórico caso de contratação de mão de obra análogas à escravidão. Em 2013, a empresa Basic+, que vende sua mercadoria para as Lojas Americanas, a fiscalização encontrou nessa situação um grupo de bolivianos, na cidade de Americana, que fornecia roupas infantis para a Americanas.
O caso do golpe da Americanas não é um caso excepcional, mas da prática cotidiano da burguesia que, na etapa atual, de crise histórica do capitalismo, mantém sua fortuna, com golpes, superexplorando os trabalhadores e parasitando no Estado, como no caso dos bancos brasileiros.