As Lojas Americanas, uma das maiores empresas no setor do varejo de todo o país, entrou em um processo judicial de recuperação nessa última quinta-feira, dia 19, após informar mais de quarenta bilhões em dívidas e cerca de 16 mil credores, se colocando como a quarta maior recuperação judicial do país. Lista conta também com Odebrecht, Oi e Samarco.
A empresa também solicitou uma extensão de 48 horas no prazo de entrega da relação de credores à justiça, solicitação que foi acatada pelo juiz Paulo Assed Stefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital Do Estado do Rio de Janeiro.
A Americanas declarou que a prorrogação de 48 horas da lista de credores não acarretará prejuízo aos mesmos, e o advogado especialista em recuperações judiciais Filipe Denki, disse que “A primeira lista de credores apresentada pela devedora sempre pode sofrer ajustes”.
“Depois, começa a fase de verificação de crédito, onde todos os credores terão prazo de 15 dias para apresentar eventuais divergências perante o administrador judicial”.
Depois de uma verificação dos créditos feita pelo administrador judicial, é publicada uma segunda lista de credores, passível de uma impugnação de crédito, que obrigatoriamente ocorre dentro dos 10 dias seguintes. “Os credores que discordarem dessa segunda lista podem apresentar impugnação de crédito, ou até mesmo habilitação de crédito retardatária, até que se consolide o quadro geral de credores, que é chamado de lista definitiva”, disse o advogado.
No fim das contas, o processo ainda pode levar meses para ser concluído de fato.
O acontecido serve para mostrar mais uma vez como a justiça é tchutchuca com a burguesia e tigrão com os trabalhadores. Já observamos diversas vezes na história do país enormes rombos em empresas capitalistas, e seus proprietários responsáveis pelos rombos nunca são presos, condenados e nem tem suas riquezas tocadas. Esse é o modus operandi, muito raramente ocorrendo de forma diferente.
Isso ocorreu em casos como o da Latam, Avianca, empresas de telefonia como a Oi e muitas outras. Empresas de proprietários que saíram impunes, sem penas significativas. O contrário é impossível de ser visto com os reles mortais trabalhadores.
O Estado existe para pagar as contas da burguesia, mas não pode sequer alimentar o povo mais pobre.