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PCO no Foro de São Paulo

América Latina: tendência anti-imperialista se manifesta

Os companheiros que estiveram presente constataram que a situação política na América Latina está fugindo completamente ao controle do imperialismo

Entre os dias 29 de junho de 04 de julho companheiros de PCO estiveram presentes como convidados na edição do Foro de São Paulo deste ano de 2023, que ocorreu em Brasília.

O Foro é uma organização que foi criada com o objetivo principal de organizar a luta da esquerda latino-americana. Apesar desse objetivo inicial, no decorrer dos anos de sua existência ele frequentemente exerceu um papel meramente burocrático, sem qualquer combatividade. Contudo, na edição desse ano, as coisas se desenvolveram de forma diferente.

Os companheiros que estiveram presente constataram que a situação política na América Latina está fugindo completamente ao controle do imperialismo, em especial dos Estados Unidos. Dois motivos principais desenharam essa tendência durante o evento.

Primeiramente, em todas as discussões travadas, notou-se uma forte combatividade dos companheiros membros de partidos de esquerda que estavam representando seus respectivos países. Nas questões concretas que eram colocadas, notava-se que as soluções propostas apontavam na direção da luta por uma política independente dos EUA, ou seja, uma luta anti-imperialista.

Foi nesse sentido que os organizadores do foro realizaram essa edição em Brasília. Tiveram a intenção de mostrar que o Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente Lula estavam de volta, após toda a perseguição política da qual foram alvos antes, durante e após o golpe de 2016, golpe este arquitetado pelo imperialismo. A fim de fortalecer a mensagem em prol da luta anti-imperialista, Lula esteve presente, declarando apoio aos países que sofrem constante pressão dos Estados Unidos.

Mostrando a atmosfera de antagonismo ao imperialismo que presidiu o Foro de São Paulo, tanto Mônica Valente (secretária geral do foro), quanto Gleisi Hoffman (presidenta do PT), denunciou a arrogância e prepotência do imperialismo ao promover sua política golpista contra os governos democraticamente eleitos de diversos países da América Latina, em especial os do Brasil, Venezuela e Cuba.

Nessa linha, o que mais se destacou foi o apoio as organizações presentes a Cuba, Venezuela e Nicarágua, condenando as sanções e bloqueios econômicos que tais países sofrem não mão dos Estados Unidos.

Destaque especial fica para resolução que foi tirada em apoio  ao “Partido Comunista de Cuba, o governo revolucionário e o povo cubano em seus esforços para preservar a soberania e a independência do país e manter inalterável a decisão de construir o socialismo”.

Este é um primeiro ponto, que demonstra a progressiva perda de controle do imperialismo sobre a América Latina.

Em segundo lugar destaca-se a consciência política dos presentes. Segundo declarações de inúmeros companheiros representantes de quase todos os partidos de esquerda (salvo o do Uruguai), todos mostraram-se conscientes de uma grave situação vigente na América Latina: a de que em vários países a esquerda tem o governo, mas não tem o poder, tornando-a alvo de constante sabotagem por parte do imperialismo e de seus agentes internos.

Destaque para essa situação são os casos da Colômbia, do México, e, é claro, do próprio Brasil. Na Colômbia, denunciou-se que o imperialismo arquiteta um golpe de Estado contra Gustavo Petro, utilizando-se do Poder Judiciário e dos chamados “fiscales”, agentes públicos que possuem como função investigar disciplinariamente aos funcionarios públicos.

No México, país que faz fronteira com o coração do imperialismo, uma agressividade cada vez maior é direcionada ao governo Lopez-Obrador. Nos últimos tempos, as contradições entre o governo Amlo e os EUA vêm se aprofundando consideravelmente, dada a tentativa do presidente mexicano de levar a cabo uma política nacionalista. Contrariando os interesses do imperialismo, Obrador chegou mesmo a nacionalizar o lítio mexicano, mineral de fundamental importância para os monopólios imperialistas de alta tecnologia. Agora, protestos são impulsionados artificialmente pelos EUA, a fim de desestabilizar o governo, eventualmente derrubando-o, possívelmente através de uma revolução colorida, caso um mero estelionato eleitoral não seja suficiente.

No Brasil, a situação já é conhecida: desde o começo de seu terceiro mandato, Lula vêm tentando incessantemente implementar um programa de governo nacionalista, a fim de promover a reindustrialização do país, e, por conseguinte, seu desenvolvimento econômico. Contudo, é diuturnamente sabotado de todos os lados, seja pela direita, pela extrema-direita, pela esquerda filoimperialista, pela imprensa pró-imperialista e imperialista e, até mesmo, por membros de seu próprio governo, demonstrando claramente que ele tem o governo, mas não o poder político.

Mas a instabilidade descrita acima não caracteriza apenas o Brasil, a Colômbia e o México.

Presenciam-se situações instáveis no Uruguai, no Equador e no Peru.

O Uruguai é governado pela extrema-direita militar. Contudo, recentemente, inúmeras denúncias vêm sendo feitas contra membros do governo, os quais são acusados de corrupção, narcotráfico e, até mesmo, pedofilia. Tais denúncias são reverberadas pela imprensa burguesa, que está a soldo do imperialismo. Embora ainda não seja possível tirar uma conclusão segura de qual movimentação política está se desenhando, é certo que a situação no país é de instabilidade.

No Equador, o país vive uma situação de golpe de Estado desde que Lenin Moreno traiu Rafael Correa, promovendo um estelionato eleitoral, e implantando um regime de devastação neoliberal a soldo do imperialismo. Com a instabilidade decorrente da miséria que daí decorreu, seu sucessor, Guillermo Lasso, para evitar ser alvo de impeachment, dissolveu o parlamento há alguns meses e convocou eleições gerais, as quais devem ocorrer ainda esse ano. Novamente, uma situação de grande instabilidade.

No Peru, a golpista Dina Boluarte, que substituiu Pedro Castillo após o golpe de Estado, nunca conseguiu estabelecer um controle sobre o regime. Agora, está prestes a enfrentar uma grande mobilização popular: todas as organizações de esquerda estão marcando uma manifestação para esse mês de junho, a ser realizada na cidade de Lima, capital do país, contra o regime golpista e sua chefe de Estado.

Em El Salvador tem-se uma situação um pouco peculiar: a fim de conter a instabilidade, ergueu-se à presidência um político de extrema direita, que vem promovendo um regime de terror sobre a população, em especial contra os jovens, que são tratados automaticamente como deliquentes, tendo a opção de ser assassinados pelo aparato de repressão ou apodrecer na cadeia. Já são dezenas de milhares de assassinatos e prisões efetuadas pela ditadura salvadorenha. A justificativa é o combate às gangues do narcotráfico. Lá, a situação é como se a ditadura tão querida por Bolsonaro tivesse dado certo.

Porto Rico permance sendo uma colônia dos EUA. Não possui soberania. Sequer possui status de estado da federação norte americana. Algo que gera grande revolta na população porto-riquenha, revolta esta que transmuta-se em disposição para a luta, conforme relatado por companheiro que esteve presente no foro.

Por fim, temos a conhecida situação da Venezuela, Nicarágua e Cuba. Os três países são os mais acossados pela política golpista dos Estados Unidos, em especial a política genocida do embargo econômico. Contudo, a ofensiva do imperialismo não está arrefecendo a disposição do povo venezuelano, nicaraguense e cubano. Pelo contrário, quanto mais eles são atacados, mais se mostram dispostos a travar a luta por sua libertação do jugo do imperialismo. Este foi o relato de vários companheiros que estiveram presente no evento.

Vê-se, portanto, que estamos diante de uma grave situação na América Latina, pois os Estados Unidos buscam promover uma nova ofensiva golpista.

Contudo, a mais recente edição do Foro de São Paulo mostrou que há uma tendência de luta anti-imperialista por parte das organizações populares latino-americanas.

Assim, apesar de o foro não possuir uma política revolucionária, a realização do evento, e a forma com que se deu, foi de suma importância, pois se trata de uma organização que se reúne a fim de traçar uma política nacionalista para os países da América Latina, o que acaba por resultar em um enfrentamento direto com o imperialismo.

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