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Direita da frente popular

“Aliados” de direita se opõem cada vez mais a Lula

Partidos como MDB, União Brasil, PSD e Cidadania entram em choque com as posições de Lula e do PT e mostram que estão no governo para sabotá-lo de dentro

O jornal reacionário O Estado de S.Paulo trouxe, em sua edição de ontem (17), uma reportagem na qual afirma que “manifestações do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm despertado desconfiança e decepção entre setores políticos que aderiram ao petista no segundo turno” da última eleição presidencial.
Isso tem se tornado evidente e as expressões de contrariedade com o que Lula tem defendido se tornaram públicas. Durante a eleição para a presidência do Senado, enquanto o governo apoiou a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD), senadores do MDB e União Brasil votaram no rival Rogério Marinho (PL), candidato de Jair Bolsonaro.
Quando Lula desferiu fortes críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e sugeriu a revisão da autonomia da instituição, MDB, União Brasil, PSD e Cidadania manifestaram-se totalmente contrários à opinião do máximo mandatário da República.
Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, indicou, em entrevista recente à Folha de S.Paulo, que esse tipo de conduta poderia levar a um racha na frente popular. Ela se referiu particularmente ao União Brasil, afirmando que o partido da base aliada (o mesmo de Sérgio Moro) não está “entregando” nada ao governo após receber três ministérios.
Em declarações ao programa Causa Operária, uma parceria da Rádio Cultura AM 930 de Curitiba com a Rádio Causa Operária, o ex-governador e ex-senador pelo Paraná, Roberto Requião, que foi candidato ao governo daquele estado em 2022 pelo PT, disse que a postura de Gleisi Hoffmann é muito correta e a apoiou.
A mais recente indicação de sabotagem (porque é disso que se trata) interna contra o governo Lula surgiu após o Diretório Nacional do PT emitir uma resolução em que chama o impeachment de 2016 contra Dilma Rousseff por seu verdadeiro nome (golpe) e diz que o partido foi vítima de uma campanha de fake news sobre casos de corrupção, estimulada pela “quadrilha” que constituiu a famigerada Operação Lava Jato.
Em resposta, líderes dos partidos da direita da frente popular atacaram o PT através da reportagem do Estadão. “Triste o PT, um partido importante, em um documento da sigla, resolver espalhar fake news”, disse o presidente do MDB, Baleia Rossi. “Falar em golpe é estultice”, afirmou Roberto Freire, líder do Cidadania. E completou: “Lula não pode fazer dessa resolução do PT uma resolução sua. Ele está governando com o apoio de vários líderes que apoiaram o impeachment de Dilma.”
Diante das posições que Lula vem adotando (contra a “autonomia” do BC, a privatização da Eletrobrás e, em âmbito internacional, a agressão da OTAN à Rússia), está aumentando o atrito com a ala mais reacionária da frente popular encabeçada pelo PT, um sintoma das escaramuças com a burguesia e o imperialismo.
Tudo indica que, se a tendência se aprofundar, com Lula adotando posições progressistas na economia e na política externa, poderá haver uma cisão verdadeira na frente popular, com a debandada de setores da ala direita. Precisamente porque esses setores embarcaram na aliança buscando cargos e concessões que fariam de Lula um refém de sua política, impossibilitando-o de governar para os interesses do povo.
A burguesia lhes deu a missão de sabotar o governo internamente, para que pressionassem Lula a fazer um governo à FHC. Lula não parece estar disposto a fazer isso. O cenário se desenha para ser algo mais parecido com o segundo mandato de Dilma do que com os outros governos do PT, inclusive. Se isso ocorrer, haverá um choque radical entre o governo e o imperialismo. A partir de 2014, este ingressou em uma campanha golpista aberta para derrubar o PT. O 8 de janeiro demonstrou que estão sendo preparadas as condições para que um novo golpe tenha lugar.
As bases do PT precisam pressionar Lula para que rompa com a ala direita da frente popular e expulse os golpistas do governo. É preciso que a CUT, o MST e os movimentos sociais se organizem para reivindicar o atendimento às suas necessidades, que são opostas à política que os capitalistas querem impor ao governo Lula. No choque iminente do capital financeiro e imperialista com Lula, os trabalhadores devem estar preparados para defender os seus próprios interesses, que vão ao encontro das ideias que Lula começa a advogar.

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