Começa hoje em São Paulo, o 14º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores, a maior e mais importante organizações dos trabalhadores do Brasil e uma das maiores do mundo.
Mesmo com os enormes limites burocráticos impostos ao longo de três décadas de refluxo do movimento operário e de predomínio da política de conciliação da burocracia sindical que fazem com que o Congresso ocorra em condições bastantes esvaziadas, com pouco mais de 1.500 delegados para um total de mais 4 mil sindicatos filiados, o CONCUT reveste-se de grande importância diante do agravamento da crise e da polarização política em todo o mundo e das tarefas colocadas para a próxima etapa, especialmente, para as organizações de luta dos trabalhadores.
No dia de hoje, a abertura do Congresso é precedido de um Seminário Internacional que, obviamente, não poderia deixar de aprovar o veemente repúdio da CUT e de todas organizações de luta dos trabalhadores presentes ao genocídio do povo palestino levado adiante pelo estado sionista de Israel.
A luta do povo palestino é, nesse momento, a principal trincheira de luta de todos os povos explorados contra a dominação imperialista e o massacre que o regime capitalista em crise impõe para os povos oprimidos e a classe trabalhadora em todo o mundo, para garantir o lucro de um punhado de monopólios e os regimes ditatoriais que servem aos seus interesses, como é o caso do governo sionista de Israel.
A CUT e demais organizações de luta dos trabalhadores do Brasil e do mundo, bem como toda a esquerda, precisa imediatamente convocar a mobilização contra o genocídio em curso que já levou à morte em pouco mais de 10 dias de 5 mil palestinos, incluindo o criminoso ataque ao hospital em Gaza, o bloqueio da região – transformada em um campo de concentração – no qual Israel impede a entrada de alimentos, água, energia e impede a passagem dos palestinos que há oito décadas vem sendo expulsos da terra que lhes pertence e até mesmo de 5 mil estrangeiros confinados na região. Uma situação que sintetiza o martírio de décadas do povo palestino e a politica de opressão imposta na região pelo imperialismo, tendo à frente os Estados Unidos e sua politica de roubo e opressão dos povos palestino, árabe etc. em favor dos seu interesses.
Além disso, o CONCUT e os sindicatos precisam discutir a necessidade de superar a política e de paralisia e de “compasso de espera” da esquerda e da burocracia sindical que se concentra nos indevidos aplausos para o atual governo (cut eleição foi uma vitória das organizações dos trabalhadores), mesmo diante da política ultra limitada que adota diante das necessidades do povo trabalhador, diante das pressões que sofre da direita golpista, incluindo, os setores da golpistas infiltrados no governo de “frente ampla”, que atuam na defesa dos seus próprios interesses e do imperialismo.
É preciso que a CUT e os sindicatos debatam uma perspectiva independente, dos trabalhadores diante da crise, apontando uma perspectiva de luta em questões centrais para o povo trabalhador, tais como a luta pela redução da jornada de trabalho para 35 horas semanais, pelo aumento imediato de 100% do valor do salário mínimo, pela reestatização da Eletrobrás e da Petrobras (como parte da luta pela exploração de todo o nosso petróleo) e em defesa dos sindicatos, garantindo-se a sua sustentação pelos meios que forem deliberados pelas assembleias sindicais e com a contribuição sindical obrigatória de todos os trabalhadores.
Isso ao lado de uma politica de independência de classe que levante a luta por colocar para fora do governo lula os golpistas e sabotadores, como parte da luta por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo. Porque a CUT, que surgiu como parte do maior ascenso operário do País, não pode se sujeitar a ser mera caixa de ressonância de um governo e, pior ainda, dos setores que querem impedir sua atuação, para impedir que ele defenda os interesses nacionais contra o imperialismo e os interesses do povo trabalhador contra os grandes capitalistas “nacionais” e o imperialismo, responsável pela onda de golpes, guerras e massacres contra o povo trabalhador em nosso país, na América Latina, no Oriente Médio, na Ucrânia, na África e em todo o Mundo.