São muitos os momentos pelos quais podemos lembrar do Rei Pelé. A personalidade simpática e a presensa acessível renderam entrevistas memoráveis, muitas delas já apresentadas no DCO, na série de matérias a ele dedicada. O Rei tocando violão, cantando, conversando com grandes ídolos do futebol, dançando com crianças e, claro, jogando futebol, descrevem esse homem na história.
Um dos momentos mais famosos aconteceu com o encontro entre as artes: futebol e fotografia. O ano era 1965. A seleção canarinho recebia a Bélgica para um jogo no Maracanã. No último confronto,a Bélgica saiu vitoriosa por 5 x 1, com direito a gol contra do Brasil. A expectativa de um grande jogo envolvia os ânimos de quem estava no estádio. Dentre os espectadores estava Alberto Ferreira, que após a partida ficaria mundialmente conhecido como o fotógrafo que captou a bicicleta de Pelé, nome dado à imagem mais cara de um jogador de futebol, que será leiloada em breve, com o lance mínimo de R$ 1 milhão de reais.
Naquela partida, Pelé fez 3 gols e o Brasil ganhou por 5 x 0. Certamente, vários outros momentos foram registrados, mas, nada como aquela bicicleta. A imagem captada em um momento único sintetizou força, estilo, performance e beleza, ali, flutuando em pleno Maracanã. A “Bicicleta de Pelé” é uma pintura fotografada! Representa o quando a criatividade e a objetividade estavam presentes na bola da Rei. O mérito de Alberto Ferreira está na perspicácia, firmeza das mãos, ângulo perfeito, paixão, tudo que atribui talento ao ofício ao qual se dedicou.
O valor em dinheiro da fotografia, que quebra recordes no mundo da bola, é apenas um dos elementos que consagram o trabalho de Alberto e a genialidade do rei do futebol. O preço é pela personagem que fez a bicicleta, seus feitos no futebol mundial, sua representação para o povo brasileiro e pela perfeição angular, espacial e temporal de Alberto Ferreira. Quando a arte encontra outra arte, todo mundo ganha.