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2ª Cúpula Rússia-África

África se levanta ao lado da Rússia contra o imperialismo

Em São Petersburgo as nações africanas se reúnem com Vladimir Putin desafiando o domínio brutal dos EUA e da França sob o continente negro

A Segunda Cúpula do Fórum Econômico Humanitário Africa-Rússia aconteceu nos dias 27 e 28 de julho em São Petersburgo (Rússia) – a primeira edição do evento ocorreu em 2019. O evento foi extremamente popular, apenas 6 países africanos não participaram, algo que expressa a ampla tendência das nações do continente em se alinhar com a Rússia e também com a China, uma oposição clara ao imperialismo. Dentre os destaques, está a participação do presidente da África do Sul e do Burquina Faso, bem como os diversos outros representantes. A Cúpula é mais uma demonstração da falência da dominação imperialista.

O filho do primeiro-ministro do Congo assassinado durante o golpe de Estado de 1961, Lumumba Jr, deu o tom do evento:

“A relação entre a África e o Ocidente é o que temos vivido: eles nos colonizaram, nos escravizaram. Se falamos da Rússia, ela nunca colonizou nenhum país e, historicamente, não temos esse sedimento. Quando a África se tornou independente, a Rússia, na época URSS, ajudou muitos de nós”.

É um ponto muito importante para a esquerda pequeno burguesa que considera a Rússia um país imperialista. Aqui está a realidade, a Rússia em seu embate com o imperialismo, se coloca ao lado das nações africanas.

Outra figura que roubou a cena durante a Cúpula, foi o presidente nacionalista de Burquina Faso, Ibrahim Traore. Ele se posicionou de forma clara em relação à guerra na Ucrânia: “A Rússia agora está realizando uma operação especial. Posso garantir que nosso povo a apoie. Apoiamos o seu governo”. A nação está em confronto com a França, inclusive decretou um ultimato para que as tropas francesas se retirem do país. Ele deu outra declaração de impacto sobre o imperialismo na África: “Um escravo que não se rebela não merece pena. A União Africana deve parar de condenar os africanos que decidem lutar contra seus próprios regimes fantoches do Ocidente”. Em seu país, uma embaixada da Rússia será aberta no país após 30 anos.

O presidente interino do Mali, Assimi Goita, que promove um processo de expulsão total da presença francesa no país, também participou da Cúpula. Ele afirmou: “Muitos países da África, especialmente Mali, estão sofrendo uma pressão sem precedentes, como nosso país. No entanto, estamos ansiosos para fazer parceria com a Rússia. Esta é a nossa escolha soberana”. Ele também agradeceu a política de Putin em relação aos grãos: “gostaria de agradecer sinceramente pelo fornecimento de grãos ao meu país. Isso indica a solidariedade que seu país estendeu ao nosso país como parte de sua decisão de ajudar Mali”. A presença tanto de Goita quanto de Traore é um desafio ao imperialismo francês, que se enfraquece cada vez mais na África.

No total, mais de 92 acordos foram assinados entre a Rússia e os países africanos. É algo que deve ser compreendido em sua relevância. Em meio a uma guerra do imperialismo com a Rússia, mais de 40 nações oprimidas pelo imperialismo desafiam os seus algozes e participam de um evento na própria Rússia. A África demonstra uma enorme tendência de luta por sua libertação. Em meio a gigantesca pressão para isolar a Rússia, o país passa por um processo inverso, ganha cada vez mais popularidade, mais aliados. Esta na verdade isolado apenas das nações imperialistas, que em grande parte ainda dependem de seu gás.

Enquanto isso, a Cúpula foi quem levantou um grande alarde nos países imperialistas, que imediatamente começaram uma campanha para tentar diminuir sua importância. A CBS afirmou: “Apenas 17 chefes de estado africanos, de acordo com a própria contagem da Rússia, compareceram à cúpula. Isso é menos da metade dos 43 líderes que participaram da primeira cúpula Rússia-África em 2019”. Omitindo que neste evento houve a participação de mais 6 nações. Fora isso, não conseguiram encontrar mais nada para atacar a Cúpula. É uma falência total. A Europa e os EUA nunca conseguiram realizar um evento com tamanha participação dos países da África.

Isso porque houve ainda a pressão do imperialismo para diminuir a participação no evento, como expressou o presidente da Zambia, Fred M’membe: “Muitas pessoas estão sendo desencorajadas a vir para a Rússia [por] aqueles que querem dominar o mundo, aqueles que pensam que apenas o caminho deles é o único caminho, os EUA”. Ele destacou que os EUA têm 29 bases militares em 15 países, e a França tem presença em 10. Em suas palavras: “Definitivamente não é para proteger o interesse africano. É para projetar seu próprio poder… ou para promover seu próprio interesse”

O discurso de Putin na abertura do plenário destacou as lideranças das lutas por libertação nacional: “A Rússia lembra e valoriza a memória dos filhos notáveis ​​da África. Vou nomeá-los, amigos. Devemos nos lembrar deles, e nunca devemos esquecê-los. Vou citar Patrice Lumumba, Gamal Abdel Nasser, Nelson Mandela, Ahmed Ben Bella, Omar al-Mukhtar, Kwame Nkrumah, Samora Machel, Leopold Senghor, Kenneth Kaunda e Julius Nyerere”. E ainda afirmou “Esses ideais de liberdade, independência e soberania também são muito importantes agora no difícil período de turbulência internacional, quando uma ordem mundial oficial multipolar está crescendo e a era da dominação de um país ou grupo de países está chegando ao fim.”

A exaltação de Putin a libertação dos países africanos é um sinal de que uma enorme luta está prestes a ser travada. A ordem multipolar não é um caminho real, dado que o imperialismo não irá permitir. No entanto, embate sobre a dominação dos monopólios imperialistas é inevitável, e a sua derrota chegará mais cedo ou mais tarde. No atual estágio, as nações começam esse levante, mas quando a classe operária mundial entrar em movimento, eventos como a Cúpula Rússia-África, que hoje são impactantes, serão apenas um detalhe na grandiosa história da luta pela libertação de toda a humanidade. 

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