Nesta terça-feira (05), a Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão contra o que a imprensa está chamando de “suspeitos de financiarem e fomentarem os ataques contra os três Poderes no dia 8 de janeiro”. As ações ocorrem no âmbito da 16ª fase da operação Lesa Pátria que, agora, mira financiadores, executores, autoridades omissas e “autores intelectuais” dos ataques.
Mas quem são esses financiadores e fomentadores das invasões? Pessoas que contribuíram com os ônibus que transportaram os bolsonaristas até Brasília. Em outras palavras, aqueles que doaram para o ato da extrema-direita.
O caso é bárbaro. Quem contribuiu com o transporte de manifestantes não tem a obrigação de saber – e, muitas vezes, nem mesmo sabia – o que iria acontecer, que haveria vandalismo, que haveria qualquer tipo de invasão a prédios públicos. Com a operação em questão, abre-se, portanto, o precedente para tornar ilegal o financiamento de atos públicos como um todo.
Alguém que doou um ônibus para que o MST faça um ato em Brasília que resultou, pela radicalização da situação, na ocupação do INCRA, por exemplo, poderia ser preso acusado de “abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, que é a acusação que está sendo feita contra os envolvidos no 8 de janeiro. Tudo isso serve, inevitavelmente, para tornar a atividade da esquerda ilegal. Já que é o movimento dos trabalhadores que depende de contribuições para fazer atos públicos.