Com a escalada do conflito entre palestinos e israelenses, veio à tona a posição ridícula, apoiada por um setor da esquerda brasileira, de que seria preciso condenar o “terrorismo” do Hamas e da luta do povo palestino. O presidente Lula e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil saíram como advogados dessa posição.
O argumento é o de que o “terrorismo” seria um método inaceitável por atacar pessoas inocentes, que nada têm a ver com o conflito entre países. Fica, então, a pergunta: qual seria o método dos palestinos para lutar contra Israel?
O fato é que se há algo que possa ser chamado de terrorismo é o que Israel pratica contra os palestinos. No território ocupado por Israel, os palestinos são tratados como animais. O Estado de Israel, em sua própria Lei, estabelece um apartheid entre palestinos, que têm uma série de restrições em seus direitos, e judeus. E, não bastasse o que diz a Lei, a polícia age com os palestinos da mesma forma como a polícia age nas periferias brasileiras: com total licença para exterminar a população árabe.
O Estado de Israel leva adiante uma política de limpeza étnica do povo palestino nos territórios em que ocupa. E, ao mesmo tempo, vem tomando cada vez mais territórios, em um processo que já dura 75 anos. O Estado de Israel é uma das maiores monstruosidades já vistas na história da humanidade.
O que fazer diante de tanta violência? Será que os mísseis de Israel serão parados por discursos na ONU? Por acaso os chefes de Estado “civilizados” da União Europeia e dos Estados Unidos se comovem com a morte de palestinos? É óbvio que não.
A única resposta à extrema violência de Israel é a violência. Israel só será parado se for enfrentado à altura. O que a imprensa capitalista e setores da esquerda chamam de “terrorismo” nada mais é que a única reação possível aos ataques ininterruptos de Israel.
Quando se fala em “terrorismo”, os inimigos do povo palestino querem dar a entender que Israel seria uma sociedade pacífica que foi surpreendida com uma bomba atirada por um grupo de fundamentalistas. No entanto, Israel e Palestina já estão em guerra há muito tempo. A única diferença é que, enquanto Israel consegue atacar os palestinos de maneira organizada, valendo-se de um dos exércitos mais poderosos do planeta, a Palestina só tem os seus grupos guerrilheiros para se opor.
O “terrorismo”, portanto, é quando o “terror” é pequeno: quando ele resulta na morte de milhares de pessoas e é praticado por armas de tecnologia de ponta, é apenas a “autodefesa” de Israel.