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PSTU sendo PSTU

A única abolição do PSTU é com a verdade

Como já era de se esperar, o PSTU faz demagogia identitária com a Abolição, critica Lula e já se prepara para apoiar novo golpe

Princesa Isabel e Lei Áurea

O PSTU, além de sua política pró-imperialista, adora fazer média com o identitarismo, que é a onda do momento, como se vê na matéria publica neste sábado (13), em seu sítio, sob o título: “Romper com o capitalismo para uma verdadeira abolição com reparações históricas”.

Essa conversa de “reparação histórica” é uma visão religiosa da realidade, bem como uma aberração jurídica. Como na Bíblia Adão e Eva pecaram, todo mundo que nasceu a partir deles é igualmente pecador e deve pagar por isso. No entanto, em Direito, é elementar que um delito não deva transitar de um corpo para outro. Digamos, os pais não podem ser presos pelo crime que um de seus filhos eventualmente pratique.

Nós, brasileiros, não devemos reparação a ninguém porque não fizemos nada, não escravizamos ninguém, foram nossos antepassados, isso já faz séculos e não faz sentido ficar ouvindo essa missa.

A História

A matéria começa dizendo que “No dia 13 de maio completam-se 135 anos da abolição da escravidão. Mas infelizmente não há nada a se comemorar.

Em primeiro lugar porque, desde o início, essa data é envolta numa fábula que atribui o fim da escravidão a um ato benevolente da princesa Isabel, uma monarca branca que passou a ser retratada como uma espécie de santa redentora. Em segundo lugar, porque a abolição não foi acompanhada por nenhuma política de reparações aos negros e negras por séculos de escravidão no Brasil”.

Não há nada a comemorar? Quer dizer que todo movimento abolicionista foi em vão? 

Sim, a princesa Isabel era branca, não podia ser de outro jeito, uma vez tinha pais europeus e brancos. Até onde se sabe, não era crime nascer branco, mesmo porque ninguém escolhe onde, como, de que jeito e quando vai nascer. Embora haja quem acredite nisso.

De fato, não houve uma política de reparações, afinal, isso aqui era um império, uma sociedade dividida em classes, não a legião da boa vontade.

O artigo diz que “Possuindo apenas dois artigos, a lei não estabelecia nenhuma medida reparatória e indenizatória aos negros: “Art. 1º É declarada extincta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brazil; Art. 2º Revogam-se as disposições em contrario.” , e, para fazer birra, escreve Brasil, com ‘z’.

E segue: “como parte do desejo do governo, agora republicano, de negar políticas de reparações pela escravidão, Rui Barbosa mandou queimar toda a documentação de compra e venda de escravizados”.

Essa informação não é correta. Embora alguns aleguem que era uma tentativa de apagar o passado vergonhoso do Brasil, uma das alegações é que, temendo que donos de escravos entrassem com recursos pedindo indenização ao governo, Rui Barbosa teria mandado queimar os registros.

O que muitos identitários não conseguem entender, é que a escravidão não era crime. Essa dor de consciência moral não era assim difundida. É preciso olhar a vida em perspectiva.

Não foi uma coisa tranquila abolir a escravidão, havia muitos interesses em jogo. Setores inteiros da economia tinham como base a mão de obra escrava.

A dificuldade de se conseguir acesso à terra, moradia etc., é o mesmo que sofre a classe trabalhadora e explorada. É ilusão acreditar que isso pudesse ter acontecido e não faz sentido cobrar que o tivessem feito.

Mas, e o Lula?

Toda matéria que o PSTU deveria ter o selo “Mas, e Lula?”. Como podemos ver neste trecho: “Após 135, avançam o racismo e o genocídio de negros e negras nas periferias, tanto pela política genocida da extrema-direita do governo Bolsonaro quanto agora com o governo Lula, que anuncia mudanças estruturais em órgãos de Estado, mas não enfrenta o grande capital e toda forma de exclusão social e precarização da vida da maioria da população, negra e feminina”.

É a velha desonestidade de equiparar os governos do PT a prepostos do imperialismo ou tratá-los como semelhantes ao de Bolsonaro. Se um é culpado porque fez, o outro é porque não fez, mas o resultado é o mesmo.

E completam: “Um dado central, e que se tenta esconder com a maior presença de negros e negras no governo e órgãos do Estado, é a falta de orçamento mínimo para implementar até mesmo as poucas políticas públicas anunciadas pelo próprio governo”. O PSTU apenas se esquece de mencionar a oposição e a sabotagem que o governo vem sofrendo no Congresso para conseguir parcos recursos para investimentos sociais.

E seguem seu ataque sectário dizendo que “tirar Bolsonaro do poder foi uma tarefa muito importante, mas não podemos parar e ter ilusões no governo Lula, que secundariza sua política social e racial, para garantir as prioridades dos grupos econômicos que o apoiam”.

Se preparando para o golpe

“(…) para “cortar o mal pela raiz” é preciso construir uma alternativa socialista que conduza os negros da nossa classe e os pobres à tomada do poder e à construção de uma sociedade socialista…”. Embora o PSTU tente enrolar o leitor, ‘uma alternativa’ no caso, significa que apoiarão uma tentativa de derrubada do governo Lula. Foi isso que fizeram em 2016, quando apoiaram o golpe contra Dilma Rousseff.

Isso de “construção de uma sociedade socialista” não passa de mentira. Em 2016, com a palavra de ordem “Fora todos”, o PSTU disse que não sairia das ruas enquanto “todos” não saíssem. No entanto, bastou Dilma cair e o PSTU saiu das ruas. Provavelmente para o descanso merecido, uma vez que consideraram missão cumprida.

Ao apoiar o golpe, o PSTU contribuiu para piorar ainda mais a vida dos negros, contribuiu para dificultar o acesso à terra e à moradia. Agora, ficam fazendo leituras equivocadas da história e demagogia identitária, enquanto se preparam para apoiar um novo golpe contra a classe trabalhadora.

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