O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres desembarcou em Brasília para entregar-se à polícia no último dia 14 em razão de um despacho expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A ordem, parte da caça às bruxas aos supostos golpistas, deixou Anderson confortável o suficiente para se entregar, comprovando a tranquilidade com relação a punição, que ele não receberá.
Esses eventos também colaboram para invalidar de que houve uma efetiva tentativa de golpe de Estado por parte dos manifestantes bolsonaristas no último dia 8. Não foi particularmente observada nenhuma ação dos militares, a única coisa que foi apresentada foi que Múcio, ministro dos militares dentro do governo Lula, propôs que o Presidente Lula decretasse uma operação de garantia de Lei e Ordem, proposta que o Presidente sabiamente declinou. O fato também não foi uma tentativa de golpe, caso fosse, os militares não precisariam aguardar que o Presidente assinasse tal decreto para colocar os tanques na rua e efetivarem um golpe de Estado.
A análise de que um golpe de Estado ocorreria dessa forma, dentro da legalidade, é uma contradição em termos, tendo em vista que um golpe de Estado é exatamente uma ruptura com a legalidade. Não existe golpe de Estado legal. Achar que os militares estavam prontos para dar um golpe e que recuaram pois Lula não seguiu a orientação do ministro Múcio é como pensar de forma ridícula que os militares estavam esperando que Lula assinasse um papel escrito “dêem um golpe de Estado contra mim.”
Embora faltem informações, a maioria das pessoas que estavam nas manifestações do dia 8, quando viram que existia a possibilidade de prisões, os militares envolvidos na organização dos atos desapareceram. Com facilidade, provavelmente se refugiaram dentro dos quartéis de Brasília e pronto. É muito improvável que um cidadão mostre a foto de um militar que estava presente no ato bolsonarista do dia 8 de janeiro e esse militar seja punido de alguma forma. O militar pode simplesmente alegar “bom, eu estava lá, mas não entrei no palácio nem nada.”
Não vai acontecer nada com esses militares, a menos que se acredite que vão estabelecer uma verdadeira ditadura para punir os bolsonaristas. Que vão pegar qualquer pessoa que passou por perto do congresso nacional sem nenhum tipo de prova, sem nenhum tipo de testemunha e julgar e colocar na cadeia essas pessoas por terrorismo, como estão fazendo. E, no final das contas, não aconteceu nada.
Depois que as manifestações estavam praticamente terminadas, o governo Lula, a pedido do Ministro da Justiça, estabeleceu uma intervenção federal no Distrito Federal que se tratou muito mais de uma ação para limpar a barra do que alcançar alguma realização séria.
A polícia federal foi, então, elencada para prender o maior número de pessoas possível para dar a entender que aconteceria alguma coisa ou teria alguma repercussão a repressão massiva contra os manifestantes no DF.
Claramente, todo o terror contra esses manifestantes e supostos golpistas não serviu de nada. O exemplo mais claro disso é a falta de preocupação por parte do Ex-Secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, que voltou ao Brasil e se entregou para a polícia, demonstrando tranquilidade de que a punição não vai se desenvolver. O verdadeiro motivo da manifestação é desmoralizar o governo Lula.