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Teoria Marxista

A questão negra nos Estados Unidos

O texto reproduzido na matéria em questão representa um diálogo entre Trótski e dirigentes da Liga Estadunidense

Prinkipo, Turquia

Swabeck: Nessa questão, não temos, no interior da Liga Estadunidense, diferenças perceptíveis de caráter importante, tampouco formulamos até agora um programa. Apresento, portanto, apenas visões que já desenvolvemos de maneira geral.

Como devemos encarar a posição do negro nos EUA: uma minoria nacional ou uma minoria racial? Isso é da maior importância para nosso programa.

Os stalinistas mantêm como sua principal palavra de ordem a autodeterminação para os negros e, conectado a isso, exigem um Estado separado e direitos de Estado para os negros do Cinturão Negro. A aplicação prática dessa última demanda revela um grande oportunismo. Por outro lado, reconheço que, no trabalho prático com os negros, apesar dos inúmeros erros, o Partido [Comunista] também conta com algumas conquistas. Por exemplo, nas greves têxteis do Sul, nas quais, em grande medida, a segregação racial(1) foi superada.

Weisbord, pelo que entendo, está de acordo com a palavra de ordem da autodeterminação e direitos de Estado separados. Ele sustenta que é a aplicação da teoria da revolução permanente(2) para os EUA.

Nós partimos de uma situação real: há aproximadamente 13 milhões de negros nos EUA; a maioria está nos estados do Sul (Cinturão Negro). Nos estados do Norte, os negros estão concentrados nas comunidades industriais como operários industriais, já no Sul, a maioria deles é camponês ou arrendatário.

Trótski: Eles arrendam do Estado ou de proprietários privados?

Swabeck: De proprietários privados, de agricultores brancos e proprietários de plantations; alguns negros possuem as terras que cultivam.

A população negra do Norte é mantida em um nível inferior – econômica, social e culturalmente; no Sul, é mantida sob as condições opressoras de Jim Crow.(3) Foram barrados em diversos sindicatos importantes. Durante e desde a guerra, a migração do Sul tem aumentado; é provável que cerca de quatro a cinco milhões de negros vivam agora no Norte. A população negra no Norte é majoritariamente proletária, mas também no Sul a proletarização vem crescendo.

Hoje, nenhum dos estados do Sul tem uma maioria negra. Isso coloca ênfase na intensa migração para o Norte. Nós colocamos a questão assim: os negros, em sentido político, formam uma minoria nacional ou uma minoria racial? Os negros estão completamente assimilados, americanizados, e sua vida nos EUA superou as tradições do passado, modificou-as e transformou-as. Não podemos considerar os negros como uma minoria nacional no sentido de ter sua própria língua. Eles não têm costumes nacionais particulares, uma cultura ou uma religião que sejam nacionais e particulares; tampouco têm qualquer interesse nacional minoritário em particular. Nesse sentido, é impossível falar deles como uma minoria nacional. Nossa opinião é, portanto, a de que os negros dos EUA são uma minoria racial cuja posição e interesses estão subordinados às relações de classe do país e delas dependem.

Para nós, os negros representam um importante fator na luta de classes, quase um fator decisivo. São um setor importante do proletariado. Há, ainda, uma pequena burguesia negra nos EUA, mas não tão poderosa ou com tanta influência, ou mesmo que desempenhe o papel de pequena burguesia e de burguesia entre o povo nacionalmente oprimido (colonial).

A palavra de ordem stalinista da “autodeterminação” baseia-se, principalmente, em uma estimativa dos negros estadunidenses como uma minoria nacional a ser conquistada como aliada. Para nós, a questão é a seguinte: queremos conquistar os negros como aliados em tais bases? E quem queremos conquistar, o negro proletário ou o negro pequeno-burguês? Parece-nos que, com tal palavra de ordem, conquistaremos principalmente a pequena burguesia e não devemos ter tanto interesse em conquistá-la como aliada sobre tais bases. Reconhecemos que os camponeses pobres e arrendatários são os aliados mais próximos do proletariado, mas, em nossa opinião, eles apenas podem ser conquistados com base na luta de classes. Comprometer essa questão de princípio colocaria os aliados da pequena burguesia à frente do proletariado, assim como dos camponeses pobres. Reconhecemos a existência de determinados estágios de desenvolvimento que exigem palavras de ordem específicas. Mas a palavra de ordem stalinista nos parece conduzir diretamente à “ditadura democrática do proletariado e do campesinato”.(4) Precisamos preparar a unidade entre os trabalhadores, negros e brancos, a partir de uma base de classe, mas nisso também é preciso reconhecer as questões raciais e, além das palavras de ordem de classe, promover, ainda, as palavras de ordem raciais. Nossa opinião a esse respeito é a de que a principal palavra de ordem deve ser “igualdade social, política e econômica para os negros”, assim como as palavras de ordem que decorram daí. Essa palavra de ordem é naturalmente bem diferente da palavra de ordem stalinista de “autodeterminação” para uma minoria nacional. Os dirigentes do Partido [Comunista] sustentam que os trabalhadores e camponeses negros podem ser conquistados apenas com base nessa palavra de ordem. De início, isso foi promovido para os negros em todo o país, mas, hoje, apenas para os estados do Sul. Nossa opinião é de que podemos conquistar os negros trabalhadores apenas com base na classe, promovendo também as palavras de ordem raciais para os estágios intermediários necessários de desenvolvimento. Acreditamos que essa seja a melhor maneira para conquistar como aliados diretos os camponeses negros pobres.

No essencial, o problema das palavras de ordem em relação à questão negra e o problema de um programa prático. Como os negros serão conquistados? Acreditamos, primariamente, em palavras de ordem raciais: igualdade com os brancos e palavras de ordem que daí decorram.

Trótski: O ponto de vista dos camaradas estadunidenses não me parece totalmente convincente. O direito à autodeterminação é uma demanda democrática. Nossos camaradas estadunidenses contrapõem a demanda liberal a essa demanda democrática. Essa demanda liberal é, além disso, complicada. Eu entendo o que “igualdade política” significa. Mas qual é o significado de igualdade econômica e social na sociedade capitalista? Significa uma demanda à opinião pública de que todos gozem da mesma proteção das leis? Mas isso é a igualdade política. A palavra de ordem “igualdade política, econômica e social” soa ambígua e, assim, falsa.

Os negros são uma raça, e não uma nação. Nações se formam a partir de um material racial sob determinadas circunstâncias. Os negros da África ainda não são uma nação, mas estão no processo de formar uma nação. Os negros dos EUA têm um nível cultural mais alto. Mas, uma vez que estão sob pressão dos estadunidenses, voltam seu interesse para o desenvolvimento dos negros da África. Os negros dos EUA vão formar líderes para a África, isso se pode dizer com certeza, e isso, em contrapartida, vai influenciar o desenvolvimento da consciência política nos EUA.

É claro que não obrigamos os negros a formar uma nação; se eles o fazem, então será uma questão de consciência deles, ou seja, o que eles desejam e pelo que lutam. Nós dizemos: se é isso que os negros querem, devemos lutar contra o imperialismo até a última gota de sangue para que eles possam conquistar o direito, onde e como quiserem, de separar um pedaço de terra para si. O fato de que hoje não sejam maioria em nenhum estado não importa. Não se trata de uma questão de autoridade dos estados, mas dos negros. Que na maior parte do território dos negros também exista e vá continuar a existir brancos não é a questão, e hoje não precisamos quebrar a cabeça com a possibilidade de que em algum momento os brancos sejam suprimidos pelos negros. Em qualquer caso, a supressão(5) dos negros os instiga a uma unidade política e nacional.

Que a palavra de ordem de “autodeterminação” vai ganhar mais a pequena burguesia que os trabalhadores – esse argumento também serve bem para a palavra de ordem de igualdade. É evidente que os elementos negros que mais desempenham um papel público (empresários, intelectuais, advogados etc.) são mais ativos e reagem mais ativamente contra a desigualdade. É possível dizer que a demanda liberal, assim como a demanda democrática, vai atrair, em primeira instância, a pequena burguesia e só depois os trabalhadores.

Se a situação fosse tal que nos EUA existissem ações comuns entre trabalhadores brancos e negros, que a fraternidade de classe fosse já um fato, então, talvez, o argumento de nossos camaradas teria uma base (não estou dizendo que estaria correto); então, talvez, estaríamos separando os trabalhadores negros dos brancos se nos puséssemos a levantar a palavra de ordem da “autodeterminação”.

Mas hoje os trabalhadores brancos em relação aos negros são os opressores, patifes que perseguem os negros e os amarelos, que os desprezam e os lincham. Se os trabalhadores negros se unem com sua própria pequena burguesia é porque não estão suficientemente desenvolvidos para defender seus direitos elementares. Para os trabalhadores dos estados do Sul, a demanda liberal por direitos iguais significaria, sem dúvidas, um progresso, mas a demanda pela autodeterminação, um progresso ainda maior. Entretanto, com a palavra de ordem “direitos iguais” eles podem mais facilmente ser enganados (“de acordo com a lei, você tem igualdade”).

Quando chegarmos ao ponto de os negros dizerem “nós queremos autonomia”, então, tomarão uma posição hostil ao imperialismo estadunidense. Nesse estágio, os trabalhadores já estarão muito mais determinados do que a pequena burguesia. Os trabalhadores verão, então, que a pequena burguesia é incapaz de lutar e não leva a lugar nenhum, mas também reconhecerão que os trabalhadores comunistas brancos lutam por suas demandas e isso vai impulsioná-los, os negros proletários, em direção ao comunismo.

Weisbord está correto em certo sentido de que a autodeterminação dos negros diz respeito à questão da revolução permanente nos EUA. Os negros serão, através de seu despertar, através de sua demanda por autonomia e através da mobilização democrática de suas forças, impulsionados em direção ã questão de classe. A pequena burguesia assumirá a demanda por igualdade de direitos e por autodeterminação, mas se provará absolutamente incapaz na luta; o proletário negro vai marchar independente da pequena burguesia na direção da revolução proletária. Este é, talvez, o caminho mais importante para eles. Não vejo, portanto, razão de porque não deveríamos levar adiante a demanda por autodeterminação.

Não estou certo se os negros, também nos estados do Sul, falam sua própria língua. Agora que estão sendo linchados apenas porque são negros, naturalmente temem falar sua língua nativa; mas quando eles estiverem livres, sua língua nativa se tornará viva novamente. Gostaria de aconselhar aos camaradas dos EUA que estudem essa questão muito seriamente, incluindo a língua nos estados do Sul. Por todas essas razões, eu estaria inclinado nessa questão à perspectiva do Partido [Comunista]; é claro, com a observação de que nunca estudei essa questão e parto de considerações gerais. Estou me baseando apenas nos argumentos apresentados pelos camaradas dos EUA. Acho que são insuficientes e os considero uma certa concessão ao ponto de vista do chauvinismo estadunidense, que me parece perigosa.

O que temos a perder nessa questão quando prosseguimos com nossas demandas, assim como os negros no presente? Não vamos compeli-los a se separar do Estado, mas eles têm pleno direito à autodeterminação quando a desejarem, e os apoiaremos e os defenderemos com todos os meios à nossa disposição na conquista desse direito, assim como nós defendemos todos os povos oprimidos.

Swabeck: Admito que você apresentou argumentos poderosos, mas ainda não estou plenamente convencido. A existência de uma língua particular dos negros nos estados do Sul é possível; mas, em geral, todos os negros dos EUA falam inglês. Estão completamente assimilados. Sua religião é a batista estadunidense, e a língua em suas igrejas é igualmente o inglês.

Igualdade econômica, nós, de modo algum a entendemos no sentido da lei. No Norte (assim como, é claro, nos estados do Sul), os salários dos negros são mais baixos que os dos trabalhadores brancos e, em geral, sua jornada de trabalho é maior; ou seja, é, por assim dizer, aceito como natural. Além disso, os negros são designados para os piores postos de trabalho. É por causa dessas condições que nós exigimos igualdade econômica para o trabalhador negro.

Não contestamos o direito dos negros à autodeterminação. Não é essa a questão do nosso desacordo com os stalinistas. Mas contestamos a palavra de ordem da autodeterminação como um meio para ganhar as massas de negros. O impulso da população negra é, antes de tudo, na direção da igualdade num sentido social, político e econômico. Atualmente, o Partido [Comunista] apresenta a palavra de ordem de autodeterminação apenas para os estados do Sul. E evidente que, dificilmente se pode esperar que os negros das indústrias do Norte desejem voltar para o Sul, e não há indícios de tal desejo. Pelo contrário. Sua demanda não formulada é por igualdade social, política e econômica, com base nas condições em que vivem. Este é também o caso do Sul. E por causa disso que acreditamos ser esta a palavra de ordem importante. Não vemos os negros sob uma opressão nacional no mesmo sentido que os povos das colônias. Nossa opinião é a de que a palavra de ordem dos stalinistas tende a afastar os negros da base de classe e a apontar mais no sentido da base racial. Essa é a principal razão pela qual nos opomos a ela. Somos da crença de que a palavra de ordem de raça no sentido por nós apresentado conduz diretamente à base de classe.

Frank: Há nos EUA movimentos negros específicos?

Swabeck: Sim, vários. Primeiro, tivemos o movimento Garvey, baseado na questão da migração para a África. Teve um grande número de seguidores, mas explodiu como uma fraude. Atualmente não resta muito dele. Sua palavra de ordem era a criação de uma república negra na África. Outros movimentos negros se apoiam, principalmente, nas demandas de igualdade social e política, por exemplo, a Liga [Associação Nacional] para o Progresso de Pessoas de Cor [National Association for the Advancement of Colored People (NAACP)](6). Este é um grande movimento racial.

Trótski: Eu também acredito que a demanda por direitos iguais deve permanecer, e eu não estou falando contra essa demanda. É progressista na medida em que ainda não foi realizada. A explicação do camarada Swabeck a respeito da igualdade econômica é muito importante. Mas isso, por si só, não define ainda a questão do destino dos negros como tal, a questão da “nação”, etc. De acordo com os argumentos dos camaradas dos EUA, poderia se dizer, por exemplo, que a Bélgica também não tem direitos como “nação”. Os belgas são católicos e uma grande parte deles fala francês. E se a França os anexasse com tal argumento? Também os suíços, através de sua conexão histórica, se percebem, apesar das diferentes línguas e religiões, como uma só nação. Um critério abstrato não é decisivo nessa questão, muito mais decisiva é a consciência histórica, seus sentimentos e impulsos. Mas isso também não é determinado acidentalmente, mas por condições gerais. A questão da religião não tem absolutamente nada a ver com essa questão do caráter nação. A religião batista do negro é completamente diferente do batismo dos Rockefeller. Trata- se de duas religiões diferentes.

O argumento político que rejeita a demanda por “autodeterminação” é doutrinarismo. Isso é o que sempre ouvimos na Rússia em relação à questão da “autodeterminação”. As experiências russas nos mostraram que os grupos que vivem na condição camponesa conservam peculiaridades, seus costumes, sua língua, etc., e dada a oportunidade eles as desenvolvem novamente.

Os negros ainda não despertaram e ainda não estão unidos aos trabalhadores brancos. Noventa e nove por cento dos trabalhadores estadunidenses são chauvinistas, em relação aos negros eles são carrascos, assim como o são para os chineses, etc. E necessários fazê-los entender que o Estado dos EUA não é o Estado deles e que eles não precisam ser os guardiões desse Estado. Os trabalhadores estadunidenses que dizem: “os negros devem se separar se assim o desejarem, e nós os defenderemos contra a polícia de nosso país” – estes são revolucionários, e eu confio neles.

O argumento de que a palavra de ordem da autodeterminação afasta da questão de classe é uma adaptação à ideologia dos trabalhadores brancos. O negro pode avançar para um ponto de vista de classe apenas quando o trabalhador branco estiver formado. No geral, a questão dos povos das colônias é, em primeira instância, uma questão de desenvolvimento do trabalhador metropolitano.

O trabalhador estadunidense é indescritivelmente reacionário. Isso pode ser visto no fato de que ainda não está convencido nem mesmo da ideia de seguridade social. Por conta disso, os comunistas estadunidenses são obrigados a promover demandas por reformas.

Hoje em dia, os negros não exigem autodeterminação, isso acontece, naturalmente, pelo mesmo motivo que os trabalhadores negros ainda não levantam a palavra de ordem da ditadura do proletariado. O negro ainda não entendeu que pode ousar tomar para si um pedaço dos grandes e poderosos EUA. Mas os trabalhadores brancos devem encontrar os negros no meio do caminho e dizer: “quando você quiser se separar você terá nosso apoio”. Os trabalhadores tchecos vieram também para o comunismo apenas através da desilusão com seu próprio Estado.

Acredito que, pelo inédito atraso político e teórico e o inédito avanço econômico, o despertar da classe trabalhadora vai se desenvolver rapidamente. A velha cobertura ideológica vai explodir, todas as questões surgirão de uma só vez e, como o país está tão economicamente maduro, a adaptação do nível político e teórico ao nível econômico vai ser alcançada muito rapidamente. É possível, portanto, que os negros se tornem o setor mais avançado. Nós já temos um exemplo parecido, na Rússia. Os russos são os negros da Europa. E bem provável que por meio da autodeterminação os negros avancem a passos largos para a ditadura do proletariado, à frente do grande bloco de trabalhadores brancos. Então, eles estarão na vanguarda. Estou absolutamente convencido de que, de qualquer forma, lutarão melhor que os trabalhadores brancos. Isso, no entanto, só pode acontecer se o Partido Comunista levar adiante uma luta inflexível e implacável, não contra as supostas possessões nacionais dos negros, mas contra os preconceitos colossais dos trabalhadores brancos, sem dar-lhes nenhuma concessão.

Swabeck: Então, sua opinião é que a palavra de ordem de autodeterminação será um meio de colocar os negros em movimento contra o imperialismo dos EUA?

Trótski: Naturalmente, dessa forma, os negros podem criar seu próprio Estado a partir dos poderosos EUA, e com o apoio dos trabalhadores brancos sua consciência se desenvolve enormemente.

Os reformistas e os revisionistas escreveram um tratado sobre o efeito de o capitalismo estar conduzindo um trabalho civilizatório na África, e se os povos da África forem deixados de lado, serão os mais explorados pelos empresários, etc., muito mais que agora, quando têm ao menos alguma medida de proteção legal.

Até certo ponto, esse argumento pode estar correto. Mas, nesse caso, é também uma questão primária dos trabalhadores europeus: sem sua emancipação, a verdadeira emancipação das colônias também não é possível. Se o trabalhador branco desempenha o papel de opressor, ele não pode se emancipar, menos ainda os povos das colônias. O direito à autodeterminação dos povos das colônias pode levar, em certos momentos, a diferentes resultados; em última instância, contudo, levará à luta contra o imperialismo e à libertação dos povos das colônias.

Antes da guerra [Primeira Guerra Mundial], a social-democracia austríaca (em particular, [Karl] Renner) também colocou a questão das minorias nacionais de maneira abstrata. Eles argumentaram igualmente que a palavra de ordem da autodeterminação apenas afastaria os trabalhadores do ponto de vista de classe c que economicamente esses estados minoritários não poderiam existir de forma independente. Essa maneira de colocar a questão foi correta ou falsa? Foi abstrata. Os sociais-democratas austríacos disseram que as minorias nacionais não eram nações. E o que vemos hoje? As partes separadas [do antigo Império Austro-Húngaro] existem, muito precariamente, pode estar certo, mas existem. Na Rússia, os bolcheviques sempre lutaram pela autodeterminação das minorias nacionais, incluindo o direito à separação completa. E, no entanto, alcançando a autodeterminação, esses grupos permaneceram na União Soviética. Se a social-democracia austríaca tivesse aceitado mais cedo uma política correta nessa questão, teriam dito aos grupos de minorias nacionais: “vocês têm todo o direito à autodeterminação, não temos interesse em mantê-los nas mãos da monarquia de Habsburgo”(7) – então teria sido possível, depois da revolução, criar uma grande federação do Danúbio. A dialética do desenvolvimento mostra que, onde o centralismo rígido existia, o Estado se fragmentou, e onde a completa autodeterminação foi promulgada, um Estado real emergiu e permaneceu unido.

A questão negra é de enorme importância para os Estados Unidos da América. A Liga deve empreender uma discussão séria sobre essa questão, possivelmente em um boletim interno.

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