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Chapéu de alumínio.

A postura dos comunistas deve ser a de apoiar os BRICS

O site Lavra Palavra publicou artigo do KKE, o Partido Comunista Grego, onde propõe a ideia de que o BRICS é imperialista. Além do desvirtuamento de Lenin, promovem o sectarismo.

O site Lavra Palavra publicou o artigo “As uniões imperialistas, as contradições inter-imperialistas e a postura dos comunistas” de Makis Papadopoulos (via Revista Comunista Internacional). Trata-se de uma análise exótica, para dizer o mínimo, cuja intenção é, por meio de palavras utilizadas por Lenin, ensaiarem suposta teorização sobre o imperialismo atualmente. Como é de se esperar no site ligado à membros do PCB, nada de concreto é tirado para a luta operária, ao contrário, o artigo simplesmente propõe que os operários não apoiem os BRICS.

De acordo com Papadopoulos, o movimento operário não pode “condenar de maneira superficial as intervenções imperialistas e, ao mesmo tempo, promovem de maneira errônea a possibilidade de aliança social da classe operária com forças burguesas”. Essa é uma das “genialidades” do artigo, que considera os BRICS como imperialistas, especialmente a China e “Eurásia” (Rússia).

No entendimento do autor do artigo, os trabalhadores deveriam condenar toda e qualquer atividade econômica que sirvam ao desenvolvimento de cinco países oprimidos pelo imperialismo. China, apesar de sua complexa economia voltada à exportação – com exportação capitais na forma de financiamento e infraestruturas- de forma limitada e sempre ameaçada pelo imperialismo, como é o caso da construção do Canal da Nicarágua, onde o imperialismo procura de todos os modos dificultar a implantação de um canal, que também servirá ao desenvolvimento da região.

Papadopoulos aborda a China como se possuísse filiais de multinacionais no mundo inteiro; como se a China tivesse o Yuan como padrão internacional de trocas; tivesse o controle sobre as bolsas de valores e bases militares no mundo inteiro. O autor também trata a China como se esse país detivesse o monopólio dos meios de comunicação no mundo e impusesse o mandarim e o cantonês ao mundo. 

Vivemos sob o modo de produção capitalista, e todas as revoluções e eventuais transformações visando ruptura com os países imperialistas, só podem ser feitas a partir do regime político vigente, de modo que uma revolução pode iniciar sua transição a partir de um programa dos trabalhadores. Dentro das condições concretas de vários países, uma transformação social só é operada pelo Estado burguês que atendam questões primordiais para os trabalhadores como transferência de renda, entre outros programas.

De acordo com o artigo esquerdista, objetivar a superação “do atraso do desenvolvimento capitalista e alcançar essencialmente sua independência nacional” não se resolve com apoio às ações dos BRICS, pois, “desta forma, o objetivo de melhorar a posição de um país capitalista no sistema imperialista, um objetivo que leva à colaboração de classes, se apresenta como “antiimperialista”, como um objetivo de luta radical contra a dependência imperialista.”

Diante de toda ‘opressão que os BRICS promovem’, segundo o artigo da Lavra Palavra, “os comunistas não podem ter como objetivo de luta salvaguardar relações de igualdade entre os Estados burgueses no terreno capitalista”. Recai aqui, além do atentado desonesto contra o pensamento de Lenin, completa falta de tática de tomada de poder. Ao condenar os BRICS como imperialista e os trabalhadores que veem nesses países uma afronta ao poder imperialista, dos grandes monopólios, do sistema financeiro altamente concentrado no mundo e o poder das armas, o artigo joga água no moinho dos grandes capitalistas de um punhadinho de países, o G7.

O festival de absurdos avança, e o autor chega até mesmo a se penalizar por países imperialistas. “Fortes Estados credores do século XX se transformaram hoje em Estados devedores (veja por exemplo a grande dívida estatal da UE, da França, Itália) enquanto a China atualmente é um Estado credor. A mudança na correlação de forças entre a Grã-Bretanha e a Índia, do século XX ao século XXI, é o exemplo mais indicativo”. A visão ridícula de Papadopoulos é a de que um país credor é imperialista. Parece ser um papel dos “partidos comunistas”, a de se passar por defensores dos operários, mas atuam de acordo com os interesses do imperialismo. Chegam a dizer que os países dos BRICS detêm uma grande “aristocracia operária” e por isso são imperialistas.

Para Papadopoulos, “os comunistas devem examinar o desenvolvimento das alianças imperialistas, as relações interestatais desiguais, as dependências militares, políticas e militares, assim como a agudização das intervenções imperialistas, a expansão das guerras locais e o perigo de uma nova guerra imperialista generalizada“. Mas, não se pode falar em aliança de países que estão sendo oprimidos pelo imperialismo. A China está sofrendo atentado via Taiwan, e a Rússia, via Ucrânia, em guerras por procuração que será prolongada. Já o Brasil, reelegeu Lula após período de golpe de Estado; Índia e África do Sul estão em situação de vigilância do imperialismo que permanentemente tentam impor golpes.

Na perda de qualidade da esquerda nos últimos anos, esse artigo pode ser considerado um dos exemplares de maior nível de tresvario, uma verdadeira demonstração que os partidos de defesa dos trabalhadores devem se fortalecer para combater esse tipo de mentalidade muito além do sectarismo, algo que tenta promover uma ideologia pró-imperialismo a partir dos conceitos de Lenin, o que é bastante nocivo e deve ser rechaçado. A esquerda não pode colocar o chapéu de alumínio e promover análises como essas publicada pela Lavra Palavra.

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