Sabemos que o futebol europeu é famoso por importar jogadores em grande escala. O fato virou tão absurdo que na última semana o Real Madrid, time espanhol, entrou em campo com jogadores estrangeiros, nenhum jogador espanhol estava em campo. Mostra-se que a suposta “qualidade” do campeonato espanhol não se sustenta e a realidade é que jogadores estrangeiros que mantêm o futebol espanhol e europeu, caso contrário, teríamos uma péssima qualidade.
Caso parecido já aconteceu bem antes, no bicampeonato do Brasil na Copa do Mundo de 1962. Entre os favoritos daquele ano estavam Espanha e Itália. O principal motivo deste favoritismo das seleções, era a naturalização de jogadores estrangeiros. A Itália contava com os brasileiros Sormani e Mazzolla e os argentinos Maschio e Sivori em seu elenco. Todos eles com ascendência italiana. A Espanha, chegou a naturalizar três jogadores sem qualquer descendência espanhola: o mais famoso jogador húngaro Ferenc Puskas, o argentino Di Stéfano e o paraguaio Eulogio Martínez. Outro caso curioso era o de José João Altafini, conhecido no Brasil como Mazzola. Campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1958, e na próxima Copa em 1962 atuou pela Itália. Os casos iam se repetindo, que três dias antes da Copa, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) se reuniu em Santiago do Chile, sede da Copa daquele ano (1962), e formulou algumas regras para a naturalização de jogadores. As regras determinavam que a partir da Copa do Mundo de 1966 um jogador só poderia jogar por uma seleção caso nunca tivesse participado pela seleção de outro país em partidas oficiais.
Até hoje temos jogadores brasileiros atuando por seleções ao redor do mundo. Contudo, o casos mais comuns são jogadores de países africanos, vítimas da colonização, onde seus pais migraram para os países imperialistas em busca de supostas melhores oportunidades. Caso famoso de Zinédine Zidane, de família argelina, que se tornou um dos grandes jogadores franceses. A FIFA tentou em 1962, fazendo valer a regra em 1966, coibir a troca de jogadores entre países, contudo, mesmo depois, jogadores estrangeiros ainda mantêm o nível das competições nos clubes. Nem conseguiríamos imaginar o campeonato italiano sem Adriano Imperador, o espanhol sem Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho e o francês sem Neymar. Os brasileiros colocaram o futebol europeu em outro patamar que eles mesmos – os europeus – não conseguem atingir até hoje. A copa de 1962 foi um aviso para as seleções, contudo, em termos de clubes não foi possível parar, e os países imperialistas investem muito dinheiro importando jogadores, que caso contrário, jamais poderiam ver em seus clubes.