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Ascânio Rubi

Ascânio Rubi é um trabalhador autodidata, que gosta de ler e de pensar. Os amigos me dizem que sou fisicamente parecido com certo “velho barbudo” de quem tomo emprestada a foto ao lado.

Imprensa burguesa

A narrativa da imprensa burguesa

Bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos impede Venezuela de comprar remédios para a população

Segundo o escritor Ruy Castro, “narrativa é uma história que cada um conta como quer e cuja veracidade depende de quem a escuta”. A afirmação foi feita em texto publicado na Folha de São Paulo, no qual pretendeu criticar o uso da palavra feito pelo presidente Lula em conversa com Maduro, presidente da Venezuela, que, na descrição do cronista da vida carioca, teria entrado no Brasil “em surdina, quase que pelos fundos e sem limpar os pés”.

Fazendo coro com toda a imprensa burguesa, o imortal da Academia Brasileira de Letras indignou-se com o fato de Lula ter chamado de “narrativa” as “acusações que pesam sobre Maduro e sua maneira de tratar os opositores — com prisões, sequestros, desaparecimentos, afogamentos, tortura, estupros e execuções, tudo isso possibilitado por asfixia da imprensa, degola do Poder Legislativo, pesada corrupção de militares e eleições de araque”. O termo narrativa, como se sabe, vem sendo usado como equivalente de versão, ou seja, seria um encadeamento de fatos organizado com o objetivo de induzir a opinião pública a convergir para determinada interpretação. Nesse enredo, selecionam-se alguns fatos e, sobretudo, omitem-se outros, exatamente como se vê no texto de Ruy Castro e, de modo geral, nos da imprensa que segue as diretrizes dos Estados Unidos.

Na opinião do articulista, Maduro trata mal seus opositores, perpetrando ações terríveis. Quem seriam os bondosos opositores de Maduro? A que interesses respondem? Um certo Juan Guaidó, com o apoio dos Estados Unidos e a repercussão entusiasmada dos nossos jornalões, chegou a se proclamar presidente do país num gesto que dificilmente poderia ser chamado de “democrático”. Os Estados Unidos, por sua vez, desde 2015, com a aprovação da Lei 113/278 (Lei Pública de Defesa dos Direitos Humanos e da Sociedade Civil) no governo Barack Obama, instituíram o que chamaram de “medidas coercitivas unilaterais”, ou seja, a proibição de que empresas privadas, organizações da sociedade civil, instituições beneficentes e outras entidades em território estadunidense realizassem qualquer tipo de transação ou negócio com alguma pessoa ou entidade do Estado venezuelano, sob pena de sofrerem pesadas sanções. 

Segundo matéria do site Sul 21, “essa lei também prevê expressamente ‘atuar’ junto a estados-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia em questões internas da Venezuela”. A reportagem, que é baseada em estudo publicado na revista Sures, acrescenta que essa lei “reconhece ‘de forma explícita e expressa’ que viola princípios fundamentais do Direito Internacional Público, da Carta da Organização das Nações Unidas e da Carta da própria OEA”.

Caso se desse ao trabalho de procurar informações sobre o que de fato ocorre na Venezuela, o biógrafo de Carmem Miranda talvez se surpreendesse com as “boas ações” que os xerifes do mundo têm perpetrado para isolar o país e castigar sua população. O conjunto de sanções, que inclui bloqueio das contas do país no sistema Swift, impede até a compra de remédios para atender às necessidades da população.   

Reportagem do Brasil de Fato (de 2019) reúne um bom conjunto de dados que revelam os bilhões de dólares da Venezuela retidos em instituições financeiras dos Estados Unidos e da Europa. Infelizmente, a imprensa que o sr. Ruy Castro lê pouco se importa com o que efetivamente acontece no país vizinho e apenas reproduz a “narrativa” do governo americano.

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