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Camilo Duarte

Militante do PCO e colunista do Diário Causa Operária. É formado em Física pela UFPB.

Margem Equatorial

A Margem Equatorial é nossa, mas o imperialismo quer o petróleo

Nos últimos messes, voltou ao cenário político da questão do desenvolvimento das pesquisas petrolíferas na Margem Equatorial.

Nos últimos messes, voltou ao cenário político a questão do desenvolvimento das pesquisas petrolíferas na Margem Equatorial. A negativa infundada do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) da perfuração dos poços de prospecção fez emergir o tema.

Imposição imperialista

Essa é uma imposição antiga do imperialismo sobre o Brasil. Figuras históricas, como Monteiro Lobato, combateram essa política, colocando como pioneiros no tema com a campanha do “Petróleo é nosso”. Embora não tenha atingido suas metas, foi de grande relevância.

Na atualidade, desde o Golpe de 2016, não houve nenhum avanço no desenvolvimento petrolífero brasileiro, apenas desmonte. O último poço perfurado na Margem Equatorial foi executado em 2015.

Principal fonte energética

O porquê de tamanha disputa em torno do petróleo está primeiramente no papel nas matrizes energéticas pelo mundo. Esse é seu uso mais conhecido, os combustíveis derivados do petróleo estão da indústria pesada a quase todos os meios de transportes.

Uma variedade de setores do mais variado portes, utilizar essa serie de combustíveis produzidos. Estando um dos eixos econômicos da indústria e desenvolvimento social.

Industria petroquímica

A indústria petroquímica ainda apresenta uma gama de derivados com aplicações em praticamente todos os setores industriais. Esse derrivados estão presentes na indústria alimentícia, de cosméticos, na farmacêutica, na construção, na agricultura.

O principal derivado de longe é a nafta, fruto da primeira etapa de refino e matéria-prima básica para produção de plásticos. Os plásticos são os produtos comerciais mais versáteis, com mais ampla aplicação industrial, não havendo um local tocado pelo homem que o mesmo não esteja presente.

Importância para o Brasil

Segundo a publicação “Relevância do Petróleo para o Brasil” do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ibp) em 2017, “No Brasil 10% não tem acesso a fontes modernas de energia para cozinhar”.

Essa era a realidade após certo desenvolvimento econômico dos governos do PT, antes era ainda pior. O desenvolvimento do interior de Pernambuco é uma testemunha desse avanço econômico, que embora foi de caráter tímido, teve grande significância nas condições de vida daquela população.

Ainda segundo mesma publicação do ibp: “93% da área de bacias sedimentares brasileiras ainda não foram estudadas.” Completa: “Hoje, só 7% da área de bacias sedimentares brasileiras estão sob concessão (independentemente do tipo de contrato).”

O estudo também indica que uma plataforma com capacidade 150 barris dia e custo de R$8 bilhões, proporciona um retorno de R$82 bilhões em tributos, R$43 bilhões em royalties e R$ 3 bilhões em PD&I. O retorno ocorre em diversos aspectos, desde postos de trabalho há alto investimento em salários, na moda de 3,8 vezes que média industrial.

Esses dados apontam que o desenvolvimento da indústria perolífera brasileira poderia melhora drasticamente as condições de nossa população. Como todo país capitalista não desenvolvido, somos impedidos pelos monopólios imperialistas de desenvolve nossa economia.

Importância mundial

Além de proporcionar um desenvolvimento de nossa economia, a exploração de reservas do porte das estimadas no Brasil, traria mudanças no próprio mercado de petrolífero. Aumentando a disponibilidade e o acesso a essa matéria-prima essencial ao desenvolvimento social mordemo.

A citada publicação do Ibp, menciona que: “No mundo todo, um bilhão de pessoas (14% da população) não tem acesso à eletricidade e cerca de 3 bilhões (38%) usam combustíveis rudimentares para cozinhar, o que prejudica a saúde, produtividade e qualidade de vida – impossibilitando o desenvolvimento humano e o desenvolvimento socioeconômico.”

A indisponibilidade do petróleo e seus derivados obriga populações inteiras a viverem em condições similares a pré-revolução industrial. Elas acabam privadas de insumos agrícolas, farmacêuticos, transportes, infra-estrutura básica.

 O Ibp colocar que: “3,5 Milhões de pessoas morrem anualmente pela exposição diária à fumaça da queima de combustíveis sólidos na culinária, especialmente mulheres e crianças”.

É um genocídio através da pobreza, quase metade da população mundial é forçada a vive com o desenvolvimento social do século XIX. O aumento da disponibilidade do petróleo e seus derivados amenizaria esse cenário, imposto pelos monopólios capitalistas. 

Geologia privilegiada

Como comentado antes, a realidade brasileira na questão petrolífera sempre ocasionou polemicas. Há muito haviam suposições do potencial de nossas reservas, entretanto nunca foram desenvolvidos estudos e prospecção adequadas.

Segundo o Ibp: “O Brasil, com suas reservas provadas atuais de aproximadamente de 15 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), ocupa a 21º posição no ranking mundial de países com maiores reservas de Petróleo e Gás. Entre as expectativas mais conservadoras das reservas do pré-sal, 40 bilhões de boe poderiam ser adicionados aos atuais 15 bilhões. Estimativas da UERJ indicam que a adição pode ser de até 150 bilhões de boe, levando o Brasil à posição de um dos maiores detentores de reservas de petróleo.”

Considerando os valores da Margem Equatorial sejam proporcionais aos da Guiana, teríamos aí uma reserva de 55 bilhões de boe. Se a realidade indicada pelo Ibp estiver correta, nossas reservas chegariam a 110 bilhões de boe.

Isso nos colocaria como detentor da 6ª maior reservar mundial de petróleo, atrás do Iraque com 145 bilhões de boe, a frente da Rússia com 107,8 bilhões de boe. É um potencial de riqueza significativo em toda a economia mundial.

Lesa-pátria

A questão petrolífera é mais das quais poderiam qualificar, a atuação de diversos políticos brasileiros como Lesa-pátria. Os golpistas de 2016 são um claro exemplo, não à toa que o setor ficou congelado até o momento.

Todavia, setores autointitulados de esquerda, e presentes no governo, como Marina Silva, cumprem o mesmo papel. A negativa para a prospecção demonstra isso, bem como o total desinteresse em atender uma necessidade da sociedade brasileira, e até mundial.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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