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A guerra contra o identitarismo na luta das mulheres da Espanha

Legislação Abusiva do Governo Identitário do PSOE vem criando uma oposição ao identitarismo dentro do próprio movimento feminista

Ao final do mês de fevereiro de 2023, durante o congresso do Ministério da Igualdade do Governo do Reino (Imperialista) da Espanha, ocorreu um entrevero entre uma militante do movimento feminista espanhol e a Ministra da Igualdade Irene Monteiro.

O entrevero representou uma reação do movimento feminista espanhol à política identitária do Governo da Burguesia Imperialista Espanhol, política esta que já se encontra bem à frente do nível do identitarismo que se vê no Brasil.

Vejamos o vídeo:

Contextualizando, ainda ao final de fevereiro de 2023, o Parlamento Espanhol aprovou a chamada “Ley Trans”.

Conforme referida lei, jovens a partir de 16 anos poderão mudar de sexo em seu Registro Civil, alterando inclusive seu nome já a partir dos de 16 anos de idade, sem necessidade de preencher nenhum requisito além de sua própria vontade. Não será necessária apresentação de qualquer laudo médico de que o solicitante possui um “gênero” diverso de seu sexo biológico.

O solicitante precisa, tão somente, fazer um pedido escrito, informando o desejo de alterar o próprio sexo em seu registro civil. Da mesma forma, não há necessidade de testemunhas.

Pela lei anterior (de 2007), para que pudesse haver a mudança de sexo no Registro Civil, era necessário pelo menos dois anos de tratamento hormonal e um diagnóstico médico de disforia de gênero.

Além disto, menores entre 14 e 16 anos também poderão alterar seu sexo e nome no Registro Civil, desde que possuam autorização de seus pais ou tutores. Caso esses menores não possuam o consentimento deles, será nomeado um curador judicial para resolver o conflito.

Mas não para por aí. Os menores entre 12 e 14 anos também poderão fazer o mesmo, caso possuam a autorização de um juiz que examinará o caso.

Como o inferno tem subsolo, menores de 12 anos poderão alterar seu nome, para adequar ao seu “gênero”, embora não possam alterar seu sexo no Registro Civil.

Parte significativa do movimento feminista espanhol vem se opondo ao avanço do identitarismo na Espanha, avanço este que ocorre especialmente por meio do próprio governo e, é claro, por meio das famigeradas organizações não governamentais.

No que diz respeito à lei em questão, o movimento feminista espanhol a considera misógina, um ataque às próprias mulheres. Considera que ser mulher não é uma mera questão de se “sentir mulher”, como propõe os identitários.

No entrevero que ocorreu durante o Congresso do Ministério da Igualdade, a militante do movimento feminista, que atende pelo nome de Patrícia, declarou que convidou a ministra Irene Montero a descer do palco e debater em pé de igualdade, sobre as reivindicações do movimento feminista contra a política identitária.

A ministra, por sua vez, convidou a militante para subir ao palco e debater. A militante se dirigiu ao palco. Contudo, conforme declara, foi impedida de subir e escoltada para fora do recinto, apesar de convidada pela ministra.

Ademais, informa que a Ley Trans foi aprovada em regime de emergência (urgência), para evitar qualquer debate parlamentar, pois nunca quiseram. Conforme denúncia da militante, os parlamentares e membros dos governos possuem interesse em se reunir com associações e lobbies, com a intenção de forjar uma aparência de debate plural.

Conforme já foi dito, há uma crescente oposição do movimento feminista espanhol ao identitarismo.

A escalada dessa oposição pode ser vista nas manifestações que ocorreram na Espanha neste dia 8 de março, dia Internacional da Mulher Operária (apesar de todas as tentativas do Imperialismo de desvirtuar esse dia).

Segundo informação da imprensa espanhola, em vários municípios (dentre eles Sevilla, Valencia e Madrid) as manifestações se dividiram em duas, pois um setor do movimento se colocou contrário à política identitária. É o segundo ano seguido em que esta divisão ocorre, mostrando-se mais acentuada justamente por conta da aprovação da Ley Trans.

Embora tenha havido manifestações separadas, é positivo que a oposição à política identitária impulsionada pelo Imperialismo esteja surgindo dentro de um movimento popular, de esquerda.

No último período, o que se viu nos países Imperialistas da Europa Ocidental foi a esquerda completamente a reboque da política do Imperialismo, seja ela a política econômica do neoliberalismo, seja ela a política cultural do identitarismo (políticas estas que se complementam, nas atuais circunstâncias).

Em vários casos, governos capitaneados/compostos por partidos de esquerda são os executores dessa política, como é o caso da própria Espanha.

O PSOE segue há tempos executando desenfreadamente as políticas neoliberal e identitária.

Tendo em vista que o Reino da Espanha é um Estado Imperialista; que o PSOE é um partido político que gerencia esse Estado Imperialista; e que o identitarismo é uma política 100% imperialista, é fundamental que todas as organizações de esquerda e todo o movimento popular se desvinculem dessa política.

Quanto mais demorarem, maior será o perigo de afundarem junto com ela. Inclusive no Brasil.

E os sinais de que o identitarismo está com os dias contados já começaram a aparecer.

Na Espanha, o movimento feminista deu sinais de que o identitarismo poderá ser derrotado pela via popular. Mas ainda não se pode dizer ao certo.

Por outro lado, ao redor do mundo, a esquerda continua bastante paralisada perante o movimento popular, e permanece à reboque do Imperialismo. Assim, a extrema direita continua a capitalizar em cima da impopularidade a política identitária e todas as suas consequências (repressão aos costumes populares, censura, revisão da cultura popular, menosprezo do povo etc.)

O Partido da Causa Operária já vem alertando sobre isto há algum tempo.

Mas não apenas alertado. O PCO também vem travando diariamente uma luta incessante contra a política identitária e todos os seus consectários, em especial a censura que advém dessa política.

Vimos isto novamente ocorrer com o recente caso do deputado federal Nikolas Ferreira.

Novamente a esquerda embarcou na política identitária, e pediu a censura e toda a sorte tipificações criminais possíveis para o deputado, pelo simples fato de ele ter se oposto ao dogma identitário sobre as pessoas trans.

E, novamente, viu-se a popularidade de uma figura da extrema direita crescer, enquanto que a esquerda se afunda segurada a uma política imperialista.

A pergunta que fica é: o que o ocorrerá quando Imperialismo abandonar essa política? O que ocorrerá com as pessoas que os identitários dizem defender?

Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, foi preciso em sua resposta, nessa sexta feira, durante o programa “Marxismo”: “Vai acontecer o que acontece sempre. Eu tenho falado isso aí, e o pessoal não leva a sério. A burguesia mundial pega um setor minoritário, e lança esse setor minoritário como se fosse uma bala de canhão contra os seus inimigos. Chega uma hora que está todo mundo contra isso daí, porque o jeito da burguesia imperialista é truculento, como a gente está vendo hoje: querem caçar todo mundo, proibir etc. etc. E aí essas minorias, elas acabam sendo duramente castigadas pelas pessoas contra as quais elas foram lançadas. É o caso dos judeus, é o caso dos armênios, é o caso de várias minorias dessas. O pessoal vai sendo utilizado e vai sendo jogado contra, a hora que situação muda, o outro vem lá e não vai ser bonzinho […] A gente pode ver o Estado de Israel, por exemplo; se o imperialismo não conseguir sustentar o Estado de Israel contra os árabes, vai haver um banho de sangue; e quem vai pagar caro vai ser a pessoa comum, porque o ódio dos árabes contra o Estado de Israel já atingiu quase a loucura; aí você não vai esperar que a pessoa que está louca de ódio vai se comportar como um cavalheiro no trato da pessoa que ela odeia; a coisa vai ficar feia […] O massacre dos armênios […] os armênios alegam (não sei se é real isto daí) que os turcos mataram um milhão (de armênios); mas o que ninguém sabe é que os armênios foram sistematicamente lançados contra os turcos pelo imperialismo, até que gerou um ódio tão grande… Nós temos também o caso de Ruanda, das duas pseudo etnias, dos Hutus e dos Tutsis, que foi um massacre espantoso; por quê? Porque os Tutsis eram privilegiados pelo Imperialismo belga. Então a gente tem que olhar de uma maneira muito crítica. Agora, é difícil para o pessoal que está financiado por ONGs, que está ganhando cargos, que está se elegendo vá considerar, mas as pessoas que não está se beneficiando deveriam pensar cuidadosamente nesse negócio porque vai acabar mal”.

Para uma correta apreciação marxista sobre a luta das mulher, veja o vídeo abaixo:

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