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Uma breve introdução

A formação do capitalismo monopolista de Estado

Disputas e interesses na estruturação tecnocrática do capital financeiro

Os bancos centrais representam a expressão da organização do capitalismo monopolista de Estado na etapa superior do sistema de expansão e acumulação do capital, principalmente a partir da entrada do século XX. A fusão dos capitais industrial, comercial e bancário no final do século XIX na Europa Central e nos EUA permitiram a expansão e o aperfeiçoamento do capitalismo e exigiu ao mesmo tempo uma organização mais tecnocrática do aparato estatal como parte integrante da engrenagem do sistema capitalista.

O Banco Central da Inglaterra, antes mesmo da ascensão do capitalismo industrial, havia se tornado uma instituição importante no que tange ao controle monetário em uma nação colonialista das mais importantes ainda na fase de expansão do mercantilismo. Essa instituição inglesa secular tornou-se uma referência para os demais bancos centrais no mundo, desde principalmente o século XIX em diante, mas que praticamente atinge o mundo todo somente no final do século XX, inclusive no Brasil, que foi um dos últimos entre os países mais importantes, no que se refere ao posicionamento geopolítico estratégico e econômico, a adotar mudanças substanciais no mercado financeiro com a criação do Banco Central do Brasil no final de 1964, já na ditadura civil-militar-empresarial no Brasil.

O processo assim denominado de financeirização mais comum a partir da década de 1970 reflete o avanço das finanças globais não como um fenômeno autônomo, mas como uma parte integrante de uma engrenagem de acumulação e reprodução do capital em escala global. A história recente do capitalismo demonstra que o sistema bancário desde o início teve uma importância fundamental na construção da sua trajetória de expansão.

De acordo com Corazza:

O primeiro banco central, o da Inglaterra, foi criado em 1694 e seu desenvolvimento tornou-se o modelo para os demais países. O da França foi criado em 1800, o da Alemanha em 1875, o do Japão em 1882, o da Itália em 1893, e o dos Estados Unidos em 1913. Na década de 1920, a Conferência de Bruxelas incentivou a criação de bancos centrais (BCs) em todos os países. Entre 1929 e 1952, foram criados 48 BCs, dentre os quais a maioria dos latino-americanos. Na década de 1960, quase todos os países do mundo possuíam seu BC. O Brasil era uma das raras exceções, até 1964, quando foi criado o Banco Central do Brasil. (CORAZZA, 2001, p. 124).

Essa passagem corrobora com a afirmação de que o denominado imperialismo ou capitalismo monopolista de Estado ampliou suas bases de influência e dominação com o avanço do setor bancário como elemento necessário à expansão e reprodução do capital em escala global. O século XX até 1970 aproximadamente serviu de alicerce da estrutura financeira através dos bancos centrais nos países capitalistas centrais e periféricos, dos bancos de fomento e reconstrução multilaterais internacionais, do Fundo Monetário Internacional e da mais importante instituição bancária internacional com sede em Basiléia na Suíça – Banco de Compensações Internacionais (BIS) – que controla mais de uma centena de bancos centrais pelo mundo e as demais organizações financeiras nacionais e supranacionais.

A questão que cabe ressaltar diante dessa breve introdução é a formação do sistema bancário e dos próprios bancos centrais, e se refere às demandas do sistema capitalista e não da necessidade do Estado em construir políticas sociais em cada nação, em particular aquelas relacionadas à administração econômica e financeira. A formação do mercado financeiro corresponde à expansão do sistema capitalista em termos de negócios principalmente com maior vigor ainda na fase mercantilista às portas das revoluções burguesas; primeiro na Inglaterra um século antes da França.Entretanto o próprio sistema de dominação capitalista desde o princípio pavimentou sua trajetória pelo caminho de lutas políticas e sociais intensas acrescentadas às crises inerentes ao modo de produção capitalista pressionando o Estado Republicano, ainda incipiente a intervir com medidas de proteção ao sistema e de políticas de apaziguamento e de inclusão social. Isso não exclui a força intrínseca do sistema capitalista que ao longo do seu processo histórico de desenvolvimento impôs seu modus operandi e sua racionalidade instrumental e tecnocracia estatal ao modo de vida da sociedade em todas as suas dimensões e especificidades não apenas econômicas e políticas como também culturais ao longo do planeta.* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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