No ato realizado em São Paulo em defesa da luta palestina, neste último domingo (29), um fato absolutamente negativo aconteceu.
Quando o dirigente do PCO tomou a palavra e chamou palavras de ordem em defesa da luta palestina, ele foi interrompido, teve o microfone tirado de suas mãos e perdeu o seu direito de fala. Isso aconteceu no momento em que bradava: “Viva o Hamas!”
A “coordenação” do ato, os que controlavam as inscrições das intervenções, à frente dos quais, pelo menos no primeiro plano, estavam figuras do PSTU, alegaram que havia sido “acordado” previamente que nenhuma menção às organizações da luta armada palestina poderia ser feita no ato.
O episódio revela cristalinamente que existe uma esquerda que finge que luta pelos palestinos. Eles participam de atos, vociferam frases em defesa da Palestina e assim por diante. Mas tudo isso é uma farsa. Ao mesmo tempo, trabalham ativamente, com energia que dificilmente se vê despendida para outras causas, para manter as manifestações dentro dos marcos daquilo que seria “razoável”. “Razoável”, aqui, sempre para os interesses da burguesia e do imperialismo.
O PCO, desde a primeira hora, foi a única organização que se posicionou decididamente, sem tergiversações nem ressalvas, em favor das organizações da luta armada dos palestinos, a principal delas sendo o Hamas. Trata-se de uma posição única dentro da esquerda. O PCO tem o seu lugar determinado, não ocupado por mais ninguém, dentro do espectro das posições de esquerda em circulação.
A posição do PCO é aquela que se apoia integralmente nas tendências revolucionárias de luta dos palestinos. O PCO quer que a luta de libertação nacional dos palestinos seja levada até as suas últimas consequências. Quer que a luta dos palestinos se converta em revolução no mundo árabe. Daí seu apoio incondicional às direções políticas, adeptas da luta armada, que conduzem a luta encarniçada contra o enclave imperialista em que consiste o Estado fascista de Israel.
É contra essa posição que a farsesca “coordenação” dos atos se levanta. Não querem desenvolver as tendências revolucionárias contidas na luta dos palestinos contra o sionismo genocida. Querem, antes, contê-las. Não podem criticar frontalmente a luta em geral dos palestinos, mas podem criticar as suas direções políticas efetivas. Fingem que lutam pela libertação dos palestinos, e começam a fingir cada vez pior.
Para esses partidos e organizações da esquerda pequeno-burguesa, pedir um “Viva ao Hamas” e uma “salva de palmas para as organizações da luta armada” virou motivo para aplicar medidas de censura dentro dos atos em defesa da Palestina.
É preciso dizer claramente: quem assim age está contra a luta dos palestinos. E deve ser duramente combatido por quem luta verdadeiramente pela sua libertação das garras do Estado sionista.